Baixe aqui a pesquisa Fipe
Os entregadores e as entregadoras que atuam na plataforma do iFood ganham por hora, em média, 165% da remuneração de quem atua no mercado formal de trabalho, no modelo CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Esse é um dos resultados da pesquisa “Impactos Socioeconômicos das Operações do iFood no Brasil: Análise sobre os Entregadores”, realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em 2021.
Esse estudo comparou os ganhos desses entregadores por hora trabalhada —enquanto estão atendendo a pedidos— com quem trabalha no modelo formal (CLT). E teve como base os registros de 181,2 milhões de entregas realizadas entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020 e de responsabilidade do iFood, na modalidade nuvem.
Os entregadores que atuam na modalidade marketplace não foram avaliados porque o iFood não tem dados sobre eles.
Os ganhos foram estimados dessa forma porque os entregadores, quando estão ociosos, mesmo estando logados no aplicativo do iFood, podem se dedicar a outras atividades produtivas e remuneradas—inclusive de entregas por outras plataformas.
Para incorporar as informações sobre trabalhadores em empregos formais tradicionais, a Fipe compilou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) entre 2014 e 2019.
Menor discriminação nos ganhos
Outra conclusão do estudo da Fipe é a de que, na gig economy, as disparidades de remuneração relacionadas a diferenças de gênero e de raça são atenuadas. Entre quem faz delivery pelo iFood, os diferenciais de ganho em relação a essas variáveis são menores do que no mercado formal.
No mercado formal, as mulheres da amostra ganhavam, por hora trabalhada, 5,64% a menos que os homens. As pessoas negras, por sua vez, recebiam 0,63% a menos que as pessoas brancas.Na plataforma do iFood, o rendimento das mulheres foi 1,38% menor, e as pessoas negras receberam 0,53% a menos que as brancas.