O que é melhor: alugar ou comprar as coisas que usamos do dia a dia? Se antigamente pagar para compartilhar o mesmo objeto com outras pessoas não era uma atitude comum, hoje o cenário é outro. Com menos dinheiro no bolso, muita gente aderiu à economia do compartilhamento nos anos 2010.
A economia do compartilhamento (também chamada de economia compartilhada), é uma prática antiga, mas que ganhou esse nome depois da recessão mundial causada pelo estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2008.
Especialistas consultados pelo UOL explicam que essa prática se popularizou por conta de uma mudança no padrão de consumo. Devido à queda da renda, a experiência de utilização de algo passou a ser mais valorizada do que a sua posse. Alugar, portanto, passou a ser mais interessante do que comprar.
Apesar de não haver um consenso sobre a definição (há quem chame de economia do acesso), a economia compartilhada se refere a uma troca comercial entre quem não tem alguma coisa — ou não quer ter — e quem tem e se disponibiliza a emprestá-la, seja prestando um serviço com aquele bem, seja efetivamente fazendo a locação por um determinado tempo (ou seja, uma oportunidade de negócio).
O Fórum Econômico Mundial lista, em um white paper de 2017, as três características que separam a economia compartilhada dos mercados tradicionais ou das práticas de compartilhamento realizadas entre amigos, familiares e pessoas próximas:
- Uso de tecnologias digitais para aproximar consumidores de fornecedores;
- Capitalização do que está ocioso;
- Validação de confiança em relação ao bem ou serviço prestado.
Os serviços de compartilhamento de carros, como Uber, 99, BlaBlaCar, Turbi, e de locação de casas ou quartos, como o AirBnb, ou de bicicletas, como a parceira entre a Tembici, Itaú e iFood, são exemplos de negócios da economia de compartilhamento bem conhecidos.
Por isso, hoje é possível alugar (em vez de ter) muita coisa. Especialmente quando se trata de coisas que não usamos com tanta frequência, ou que não sabemos por quanto tempo vamos utilizar. Ou quando não temos condições de guardá-las em casa ou porque o custo de aquisição ainda não cabe no bolso.
Quer alguns exemplos?
Roupas
Já nos acostumamos a alugar roupas para festas de casamento (especialmente noivos e noivas) e festas à fantasia. Mas já existem plataformas digitais onde é possível alugar roupas e acessórios para o dia a dia ou para uma festa ou ocasião especial.
Brinquedos
Crianças crescem e seus interesses pelos brinquedos mudam. Quem não quiser comprar algo que dali alguns meses ficará guardado em uma caixa ou baú pode alugar brinquedos —e artigos como carrinho, bebê-conforto e assentos elevatórios.
Móveis
Quem tem uma pegada mais nômade digital ou que não gosta de criar muitas raízes pode recorrer ao aluguel de móveis por assinatura para casa (sofás, poltronas, mesas e camas) para mobiliar temporariamente uma casa. Também dá para alugar móveis de escritórios para equipar a empresa ou o home office.
Ferramentas
Uma furadeira é útil? É! Mas quantas vezes você usa? Se não vale a pena comprar, dá para alugar a ferramenta só quando ela é necessária para pendurar quadros ou fazer o furo do suporte da rede na parede.
Bagageiros e suporte de bicicleta
Às vezes o espaço do porta-malas do carro não é assim tão espaçoso para a quantidade de malas que todo mundo quer levar. Para não comprar algo que será usado poucas vezes, por que não alugar suportes para bicicletas, racks para teto de carro e bagageiros de carga?
Artigos que ocupam espaço demaisSe você gosta de pedalar, surfar, fazer um stand-up ou praticar esportes de inverno, saiba que não é preciso necessariamente ter em casa esses itens, especialmente se não houver muito espaço para guardá-los. Um site, que funciona em todo o mundo, faz o meio-de-campo entre quem tem esses itens e quem quer usá-los em um curto espaço de tempo.