Ir de bicicleta para o trabalho é uma atitude que podemos tomar para colaborar com o combate ao aquecimento global (afinal, ela é um modal não poluente). Além disso, é uma excelente maneira de adicionar uma dose de exercício ao dia a dia.
Mas, antes de sair pedalando por aí, é preciso se preparar para encarar o trajeto e andar de bike com segurança pela cidade. Especialmente se você nunca usou a magrela como meio de transporte para o trabalho, somente para o lazer.
Por isso, o iFood News consultou uma especialista no assunto: a entregadora Paloma Miguel Nunes, de 39 anos. Ela estuda Farmácia e faz entregas em São Paulo pelo iFood Pedal, programa de bikes compartilhadas do iFood em parceria com a Tembici.
Para ela, usar a bicicleta como meio de trabalho foi uma baita mudança de vida. Em 2020, Paloma foi contaminada pelo coronavírus quando trabalhava na farmácia de um hospital. Teve problemas respiratórios e chegou a passar 18 dias entubada, com 75% dos pulmões comprometidos.
Em 2021, ela foi dispensada do emprego e decidiu mudar de vida. “Eu já gostava de bicicleta, e foi nela que encontrei um meio de compor a minha renda”, conta. “Naquela transição, o apoio da família foi fundamental. Ver o empenho deles para que eu ficasse bem me motivou.”
Já no primeiro dia de entregas, Paloma pedalou 22 quilômetros. “Não devemos olhar para o que nos limita”, filosofa. “Às vezes os limites não existem, somos nós que os colocamos.”
Hoje, a entregadora pedala cerca de oito horas por dia fazendo entregas. E dá as seguintes dicas para quem quer começar a usar a bicicleta para ir e voltar do trabalho:
Cuidado com a hidratação
Paloma conta que um dos aspectos mais importantes de sua rotina é o da hidratação. Ela bebe entre 3,5 e 4 litros de água por dia, tanto nos pontos de apoio que o iFood Pedal disponibiliza para entregadores como de uma garrafinha que carrega consigo.
Ela prefere reusar a garrafa de água que compra em supermercado. Isso porque sua experiência com garrafas térmicas de alumínio não foi das mais positivas. “Além de mais caras, elas amassam. E, quando quebram, acabou.”
Roupa leve
Quem vai trabalhar de bike também precisa se preocupar com o que vai vestir, lembrando que, em cidades como São Paulo, o clima pode variar muito ao longo do dia. Para Paloma, o principal é escolher uma roupa confortável, de algodão ou tactel, por exemplo.
“Não sugiro moletom porque esquenta e, quando molha, demora para secar”, diz a entregadora. Falando no clima, é preciso se preparar para suas variações. Uma blusa de manga longa com capuz ou uma jaqueta corta-vento são presenças constantes na bag da Paloma.
Acessórios de proteção
Além de sempre usar o capacete, Paloma não dispensa as luvas, emborrachadas, impermeáveis e antiderrapantes. E sempre usa protetor solar para se proteger dos efeitos do sol.
Para lidar com o suor ao pedalar, ela recorre a uma toalhinha seca que leva na bag ou a lenços umedecidos para a limpeza do rosto.
Equilíbrio emocional
Pedalar nas ruas e avenidas de uma grande cidade às vezes causa alguns sustos e até conflitos. Nessas horas, a recomendação de Paloma é manter a calma e não entrar em discussões.
Ela relata uma ocasião em que o farol abriu e ela e um carro avançaram. No mesmo instante, um casal começou a atravessar a via —mesmo com o sinal vermelho para pedestres.
“O casal se assustou mais com o carro do que comigo, mas o carro foi embora e a briga sobrou para mim”, diz. “Por dentro eu queria reagir à situação, mas apenas pedi desculpas. Graças à minha atitude, o conflito se dissipou. A gente precisa estar blindado para esse tipo de situação.”
Preparo para o conserto
Com o uso frequente, a bicicleta está sujeita ao desgaste, e até a alguns imprevistos. Se o pneu furar, é preciso saber a quem recorrer ou aprender a resolver o problema.
Em vez de se aventurar pelo território dos reparos do veículo, Paloma diz preferir as vantagens de usar uma bicicleta compartilhada nessas horas. “Quando surge algum problema, o suporte do iFood Pedal evita que eu perca tempo com questões de manutenção.”