Qual é a percepção de trabalho dos entregadores que atuam por meio de aplicativos? Essa é uma das questões abordadas pela pesquisa “Mobilidade urbana e logística de entregas: um panorama sobre o trabalho de motoristas e entregadores com aplicativos”, feita pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) a pedido da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia).
Para os entregadores, as vantagens de atuar por meio de aplicativos são a flexibilidade e a autonomia —citadas por 59% dos entrevistados para o estudo— e os ganhos (mencionados por 43%), além da liberdade de trabalhar com motocicleta (38%).
Por outro lado, os maiores problemas que eles encontram no trabalho são a dificuldade de encontrar o endereço de entrega (para 66% dos entrevistados) e de fazer contato com clientes ou devolução e extravio de mercadorias (51%).
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Outras questões que os entregadores também levantaram foram o envolvimento em ocorrências de trânsito durante o trabalho com os apps (25%) e de discriminação (18%), além de assaltos (8%).
“O iFood está atento a esse desafio. Desde 2019, temos ampliado a oferta de seguros gratuitos aos entregadores. Em 2023, queremos avançar ainda mais em iniciativas em prol da segurança no trânsito, e vamos continuar investindo em ações de combate à discriminação”, afirma Johnny Borges, head de impacto social e comunidades do iFood.
Recentemente, o iFood também tem reforçado em seu aplicativo e em comunicados que não tolera nenhuma manifestação de preconceito em relação aos entregadores. Racismo, assédio, agressão e discriminação são crimes e os ofensores não devem permanecer impunes. A plataforma pode desativar ou aplicar outras sanções previstas em seus Termos e Condições, Contratos e Código de Ética e Conduta.
Trabalho de entregadores: maioria quer continuar nos apps
O estudo do Cebrap também perguntou aos entregadores se eles pretendem continuar trabalhando em plataformas digitais —e 78% disseram que sim, enquanto 14% afirmaram querer deixar a atividade por meio de aplicativos.
“Esse é um nível muito elevado. Esse resultado parece indicar que esses trabalhadores estão se adaptando a uma nova forma de trabalhar, com mais autonomia e flexibilidade. Nosso papel é continuar melhorando a experiência desses profissionais com a plataforma”, comenta Debora Gershon, head de políticas públicas do iFood.
Sobre suas perspectivas, 66% disseram que não estão em busca de outro trabalho e 23% responderam que procuram outro trabalho, mas querem continuar nos apps.
“Isso mostra a importância de o governo, as plataformas e a sociedade debaterem a regulação do trabalho em aplicativos. Esses trabalhadores afirmam querer continuar com as plataformas e ser reconhecidos como categoria”, opina Johnny.
“É importante que os entregadores se sintam respeitados e valorizados, não só pela legislação mas também pelos clientes, sendo recebidos com gentileza.”