Quem chega para pegar um pedido na Pati Pastel é sempre bem recebido. Na janela dessa pastelaria de São José dos Campos (SP), os sócios Patricia Pimentel da Silva Dias e Adalberto Crispim Dias batem papo com os entregadores e oferecem água, café e bolachas à vontade, além de banheiro e Wi-Fi.
Tudo começou há quatro anos, quando o casal se mudou para a cidade. Como Patricia gosta de cozinhar, teve a ideia de fazer pastéis e vender na janela de sua casa, para a vizinhança, durante a pandemia de Covid-19. Logo depois, o negócio entrou no iFood —e hoje opera 100% no delivery.
Assim que os entregadores começaram a chegar, os dois se prepararam para recebê-los bem. “No começo a gente colocou uma bandeja com café e bolacha na cadeira para eles”, conta Patricia.
Logo depois, a dupla passou a oferecer garrafinhas de água mineral. “Quando tá frio, a gente faz chocolate quente pra eles. E quando tá quente, fazemos uns ‘geladinhos’”, afirma Adalberto. “A gente incluiu tudo isso nos nossos custos desde o início.”
No final do ano, a pastelaria realiza também um sorteio de cestas de Natal para os entregadores. “Neste ano, o iFood conseguiu cinco bags pra gente sortear também”, diz Adalberto.
Buzinaço do bem
Hoje, mais de cem entregadores passam, por dia, pela Pati Pastel. E, para agradecer esse acolhimento caloroso, que não falta nem nos momentos mais difíceis para o negócio, eles se reuniram em outubro para homenagear a Patricia e o Adalberto com um “buzinaço do bem”.
Os entregadores colaram nas motos e bags adesivos da Pati Pastel e saíram pelas ruas de São José dos Campos buzinando até chegar à janela da pastelaria. Também fizeram uma vaquinha: reuniram as gorjetas recebidas e compraram um filtro de água para deixar na Pati Pastel (e ainda sobrou dinheiro para comprar copinhos e bolachas para deixar lá).
“A gente tem que ajudar um ao outro. O amor tem que ser maior, tem que ter uma mudança, porque essa má vontade com os entregadores está demais”, diz Patricia. “Eles são pais de família, são guerreiros, que a gente vê na luta, na batalha no dia a dia”, completa Adalberto.
Valorização dos entregadores
Com esse exemplo, o casal mostra como é importante valorizar os entregadores. “Nós somos cristãos e acreditamos que, se nós não amamos ao próximo, como vamos amar a Deus?”, reflete Adalberto.
Além disso, ele destaca a importância dessa parceria. “Os entregadores fazem parte do nosso negócio. Se eles puderem tomar uma água, ir ao banheiro, vão sair daqui mais tranquilos, e a entrega vai ser melhor.”
Faça chuva ou faça sol, os dois não abrem mão de atender bem aos entregadores. “O mais gratificante pra nós é o amor e o carinho que a gente recebe deles”, diz Adalberto. “Não tem como amar a Deus sem amar as pessoas que estão à minha volta. A gente precisa fazer a diferença e mostrar que, cuidando bem das pessoas, o lucro vem.”