Brasileiros pedem delivery mais por prazer do que por conveniência

Pesquisa revela que um terço dos brasileiros pede comida toda semana e mostra quem mais consome esse serviço no país

O delivery de refeições teve seu auge na pandemia de Covid-19 ou é um hábito que veio para ficar? A segunda opção parece ser a mais verdadeira, segundo um estudo realizado pela consultoria inglesa Kantar em 2022.

O número de pedidos no delivery aumentou bastante em 2020 e 2021 devido às restrições causadas pela pandemia. Mesmo com o retorno das pessoas aos salões dos restaurantes, pedir comida em casa continua sendo um hábito no mundo. 

O Brasil é apontado como um dos países que estão se recuperando mais depressa. Em 2022, os brasileiros comeram em restaurantes ou utilizam o delivery em 80 ocasiões (uma vez a cada quatro dias). Em 2021, o estudo havia registrado 52 ocasiões.

Segundo a Kantar, os serviços de entrega de refeições ganharam novos compradores em todo o mundo em relação a 2020. Foi o caso do Brasil e de países como Tailândia, China e Coreia do Sul, que tiveram crescimento contínuo ano a ano na penetração no mercado de delivery. 

Os serviços de entrega, portanto, não foram afetados quando acabaram as restrições. No Brasil, a penetração do delivery aumentou de 80% em 2020 para 89% em 2022, de acordo com o estudo.

Outra tendência apontada é que as pessoas pedem comida com mais frequência. Os brasileiros seguem esse hábito: em 2022, 32% disseram pedir comida uma vez por semana. Em 2020, esse percentual era de 28%.

Quem são os heavy buyers de delivery?

Quem pede delivery mais de uma vez por semana foi classificado na pesquisa como heavy buyer. Na América Latina, esse tipo de consumidor cresceu 66%, e uma em cada quatro pessoas tem esse comportamento.

O Brasil está acima da média latinoamericana. O número de heavy buyers saltou de 15% em 2020 para 28% em 2022 no país. Mas a maior parte dos brasileiros (32%) tem o costume de recorrer ao delivery de uma a três vezes por mês.

Essas pessoas, em geral, são jovens (de 25 a 34 anos) e moram em cidades grandes. Os heavy buyers adoram promoções: 75% das compras são feitas com descontos diretos ou programas de fidelidade. E a maioria (66%) usa agregadores de pedidos.

Sua principal motivação para usar o delivery é a conveniência (resposta de 70%). Quando têm mais renda disponível, eles também são movidos pela curiosidade para provar novos sabores e culinárias (55%).

Por que as pessoas pedem delivery?

Com o passar dos anos, as pessoas adotaram o delivery de refeições por conveniência, razão apontada por 55% dos consumidores no mundo. Em 2020, essa foi a resposta de 41%. Já o Brasil vai em outra direção: a maioria (58%) pede comida por prazer, e 42%, por conveniência.

Em todo o mundo, as principais razões para usar o delivery são:

– Para não ter que cozinhar (25%)

– Prefere ficar em casa a ir ao restaurante (15%)

– Para se dar um mimo (12%)

– Por que o/a parceiro/a (ou filho/a) sugeriu (12%)

– Para experimentar uma nova comida (10%)

– Para comer algo que não sabe cozinhar (9%)

E quais são as comidas preferidas?

O cardápio do delivery é variado, mas a culinária preferida no mundo é a dos países ocidentais, como pizza e hambúrguer. Essa é pedida de 47% das pessoas —e de 65% dos brasileiros. No Brasil, na Espanha e na França, a pizza é a que mais traz novos compradores para o delivery.
Outros 35% preferem pratos do leste asiático, como comida chinesa, tailandesa, japonesa e coreana. Os 18% restantes pedem pratos mexicanos, turcos e indianos. Macarrão tipo noodles frito é o mais pedido na China continental, e o frango frito coreano lidera, claro, na Coreia do Sul.

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