Na casa de muitos brasileiros, pão amanhecido vira rabanada no Natal. Ainda mais na mesa de quem vem de família portuguesa. Afinal, em países europeus é tradição aproveitar o pão e transformá-lo nesse doce. Mas onde será que a rabanada surgiu?
Há controvérsias sobre a localização precisa de onde essa receita foi criada, mas acredita-se que isso tenha acontecido no século 15. Ainda assim, não faltam referências a receitas semelhantes em manuscritos gregos e romanos dos séculos 4 e 5.
Ao Brasil, o doce chegou trazido pelos portugueses. Por aqui, seu consumo é mais comum no Nordeste, até porque foi lá que as naus lusitanas aportaram primeiro em terras brasileiras.
Em Portugal, a receita da rabanada é embeber fatias de pão em leite, vinho ou calda de açúcar, passá-las em ovos e depois fritá-las.
Já no Brasil é mais comum molhar as fatias em uma mistura de leite e leite condensado, passar nos ovos batidos, depois fritar e polvilhar com açúcar e canela.
Raízes francesas e espanholas da rabanada
Outras versões da rabanada são encontradas até hoje em países europeus. Na França, ela é conhecida como pain perdu; na Inglaterra, chama eggy bread.
Já na Espanha, o quitute se chama torrija e é bastante consumido na quaresma. No início do século 20, tornaram-se uma pedida costumeira nas tavernas de Madri, onde eram servidas com vinho.
Aliás, o vinho do porto foi incorporado a variações da receita da rabanada, bem como as frutas vermelhas e o acompanhamento do creme inglês. O mel também é um ingrediente utilizado.
A propósito, já que estamos falando de contextos históricos, vale mencionar que a rabanada também é chamada de fatia de parida. Essa alcunha se deve à crença de que o doce ajuda a aumentar a produção de leite materno.
De qualquer maneira, independentemente de onde a rabanada surgiu, o fato é que ela foi aprovada por paladares de muitas nacionalidades.
E, como o Natal é tempo de confraternização, nada melhor que aproveitar a data tendo à mesa um quitute que se incorporou à tradição de tantos povos diferentes.