Conheça algumas das tecnologias em logística e transporte criadas por estudantes de 9 a 16 anos das equipes finalistas do Festival de Robótica do SESI
Quais serão as tecnologias que os jovens de hoje estão criando para o setor de delivery de amanhã? Vai dar para ter uma ideia na etapa nacional do 4o Festival SESI de Robótica 2022, realizado entre 27 e 29 de maio de 2022 em São Paulo (SP).
Nessa competição, estudantes de 9 a 16 anos, de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, pensaram em soluções bem interessantes para melhorar o transporte de mercadorias (e a segurança das viagens), as embalagens dos produtos transportados e o serviço de delivery. Afinal, o desafio desta edição era usar o espírito investigativo, a criatividade e a pesquisa científica para encontrar soluções em transporte e logística.
Quem for ao evento, realizado no Pavilhão da Bienal, vai poder ver de perto o trabalho produzido pelas 100 equipes participantes do Festival, das cinco regiões do país, que se classificaram para a etapa nacional depois de vencerem os duelos regionais. Os vencedores das competições deste festival garantem vaga em torneios internacionais.
São projetos de inovação criados pelas equipes que participam da FIRST LEGO League Challenge (FLL), uma das competições do torneio do SESI (conheça os outros programas aqui), na qual os estudantes devem não só construir um robô com as peças do brinquedo como também encontrar soluções para problemas de transporte e logística.
O iFood News dá uma pista de algumas das soluções criadas pelos estudantes brasileiros para inovar o delivery, as embalagens e o transporte de mercadorias —e que estão entre os finalistas. Confira!
Bag pro quente e pro frio
A equipe Acrônicos, de Estância (SE), criou uma mochila térmica que pode levar numa mesma viagem de delivery alimentos que precisam ser conservados em temperaturas baixas ou altas.
No compartimento dos alimentos gelados, eles usaram uma pastilha peltier, que consegue resfriar um de seus lados ao ser submetida a uma tensão elétrica. Para os alimentos quentes, a equipe fez uso de lâmpadas incandescentes. E todo esse aparato funciona movido com a energia vinda da bateria da motocicleta dos entregadores.
Bag ideal para comidas quentes
Se a entrega for só para produtos quentes, não tem problema —os estudantes também têm uma solução. O time Biotech, de Barra Bonita (SP), criou a Ideal Box, uma mochila térmica sustentável com um sistema de aquecimento para que as comidas cheguem quentinhas ao destino.
A bag é feita de material 100% reciclável e revestida com fibra de coco, um material que potencializa em 20% a ação térmica. O sistema de aquecimento é garantido por uma pastilha peltier e tem autonomia para 5 entregas antes de ser recarregado.
Drone para os ausentes
A equipe Robôbaio, de Lages (SC), criou o F.O.R.E.V.E.R, sigla para Facilitador Organizacional Responsável por Entregas Eletrônicas. Esse dispositivo é um drone com uma câmera que auxilia os entregadores naqueles momentos em que a pessoa não está em casa para receber o pedido. Em vez de voltar sem entregar a refeição, o entregador ou entregadora fixa o pacote no drone e o pilota até dentro da residência do destinatário para entregá-lo em segurança.
Entrega em lugares remotos
Nem todos os endereços de entrega são de fácil acesso, o que gera um problema de logística, ainda mais para transportar remédios sob uma determinada temperatura. Para resolver a questão, a equipe Dragon Bots, de Barra do Piraí (RJ), criou uma embalagem e uma solução para transportar o produto até nos distritos afastados da cidade.
A embalagem, batizada de Dragon Farmacy, é acoplada a um ônibus escolar, que faz o trajeto entre São José do Turvo e Barra do Piraí. Os habitantes do distrito fazem o pedido em uma farmácia da cidade fluminense por telefone e aguardam o envio da mercadoria chegar na escola municipal para retirá-los com segurança (um funcionário da farmácia acompanha todo o trajeto).
Embalagem sustentável, segura e que evita perdas
A equipe de robótica CLP, de Campo Limpo Paulista (SP), decidiu criar uma embalagem que é ao mesmo tempo sustentável e segura para transportar abacaxis. Para isso, os estudantes criaram uma embalagem biodegradável feita com bagaço de cana de açúcar. O transporte nessa embalagem traz segurança para quem manuseia o produto e evita perdas de produto até a chegada ao destino.
Zero desperdício de alimentos
A cadeia logística criada pela equipe Amigos Droids, de Belo Horizonte (MG), conecta o pequeno produtor rural ao consumidor final usando a infraestrutura digital já existente de plataformas de e-commerce. Mas há uma pequena diferença na lógica do negócio: primeiro se vende o produto e só então ele é colhido e transportado, eliminando desperdícios.
“iFood da fruta”
A equipe Garças de Botas, de Ananindeua (PA), criou um aplicativo chamado Logarça, apelidado pelos próprios integrantes como o “iFood da fruta”. O time percebeu que havia problemas na logística para a distribuição de produtos de hortifrutri entre o Ceasa de Belém — a central de abastecimento mais próxima — e as frutarias da cidade. Para chegar lá, o caminho não é dos mais seguros e o horário de funcionamento é ingrato para quem mora longe, das 0h às 8h.
A solução encontrada foi fazer o “iFood da fruta” para entregas de grandes quantidades. O aplicativo conecta donos de frutarias com os donos de box da central de abastecimento e a entrega é feita pelos caminhões que trabalham no próprio Ceasa.
Boleia que é bafômetro
A equipe Robot World, de Bacabal (MA), criou um sensor de gás que é implementado na cabine do caminhão e consegue detectar partículas de álcool expelidas pelo corpo dos motoristas (pela respiração ou transpiração). Quem tiver bebido álcool é pego pelo sensor, que primeiro detecta amônia, dióxido de carbono, benzeno, óxido nítrico, fumaça e álcool e depois, corta o fornecimento de combustível e aciona um alarme de aviso.
Serviço
Para conhecer esses projetos de inovação, ter contato com a robótica e participar de oficinas, atividades de experimentação livre e instalações abertas ao público é só visitar o Pavilhão da Bienal, localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. O acesso é gratuito.
Festival SESI de Robótica
Pavilhão da Bienal, em São Paulo (SP)
27 a 29 de maio
Entrada gratuita, com acesso do público até as 16h
Sexta-feira (27) das 14h às 18h
Sábado (28) das 9h às 18h
Domingo (29) das 9h às 16h30