As 7 soft skills mais desejadas na área de tecnologia

Especialistas revelam quais são as habilidades comportamentais mais importantes que os profissionais da área devem desenvolver

Soft skills são as habilidades comportamentais que cada pessoa adquire ao longo da vida e que mostram como somos capazes de lidar com os outros e com as nossas emoções. Quanto melhor ou mais positiva for a resposta para situações desafiadoras, mais desenvolvidas serão essas competências emocionais.

Esse conceito —e seu “irmão” hard skills, ou habilidades técnicas— tem uma origem militar. Ambos surgiram no final da década de 1960 nos Estados Unidos para denominar os recursos necessários para um soldado realizar uma tarefa. Se fosse uma competência que necessitasse do uso de maquinário, seria categorizada como hard skill. Se não fosse, era soft skill

Essa diferenciação passou a ser feita quando os militares perceberam que aspectos não tão técnicos também tinham seu valor no treinamento das tropas, como mostra esse artigo do desenvolvedor escocês Joe Wright.

Desde sua origem, é possível perceber que as soft skills não devem ser vistas como habilidades sem importância. “Na verdade, são difíceis de serem mensuradas e desenvolvidas, pois são competências subjetivas. Parece ser algo simples, mas não é bem assim”, explica Michelle Oliveira, coordenadora de soft skills da Cubos Academy, escola de formação de programadores e parceira do iFood em iniciativas como o Movimento Tech.

Há algum tempo, as soft skills vêm ganhando destaque em processos seletivos e em textos postados em redes sociais. No Google Trends, que dá um termômetro sobre o que as pessoas andam buscando na internet, a recorrência de pesquisas sobre o termo aumentou a partir de 2018.

Na sua última entrevista de emprego você se deparou com uma pergunta como “conte uma experiência em que você precisou resolver um problema com um cliente”? Pois saiba que a pessoa recrutadora estava querendo identificar algumas de suas soft skills para entender como você se comporta em situações como essa. 

No mundo corporativo, a qualificação técnica não é a única coisa colocada na balança na hora de decidir entre dois candidatos a uma vaga. Soft skills também importam.“Por isso escutamos tantas falas como ‘prefiro ter um profissional que aprenda rápido do que um que já sabe e não interage bem com a equipe”, diz Angélica Madalosso, cofundadora e CEO da ILoveMyJob, um hub de employer branding e marketing de recrutamento. 

As soft skills mais desejadas em tech

Diferentemente das hard skills, que variam de profissão para profissão, as soft skills de uma pessoa serão úteis se ela trabalhar em qualquer campo de atuação ou área, seja com tecnologia, na área financeira ou no administrativo. 

Mas isso não significa dizer que todas as empresas valorizam as mesmas habilidades. A preferência por uma ou outra soft skill pode variar de acordo com a área de atuação (um cargo pode exigir mais gestão de tempo do que criatividade), o nível desejado para aquela vaga (júnior, sênior, coordenador, gerente) ou a cultura da companhia — que pode valorizar, por exemplo, o trabalho sob pressão.

“Ouvimos com bastante recorrência das empresas que elas não querem mais aqueles profissionais de tecnologia muito introspectivos, e sim que saibam sair de seus silos e que ajudem cada vez mais no processo de inovação”, diz Angélica.

Na área de tecnologia há um mix de soft skills desejadas para quem está em transição de carreira ou já tem uma profissão em TI. Michelle e Angélica revelam ao iFood News as sete mais valorizadas:

Vontade de aprender

Importante para quem está no início de carreira e para quem já se estabeleceu na área. Em tecnologia, é preciso ter sempre vontade de aprender e se atualizar.

Autonomia

Conseguir tomar decisões e realizar o trabalho sem precisar sempre de aval da liderança.

Espírito de colaboração

Saber trabalhar em equipe e lidar com pessoas diferentes, seja dentro da área de tecnologia ou de uma área relacionada.

Comunicação
Saber se comunicar, defender ideias e interagir com os colegas.

Inteligência emocional

O autoconhecimento sobre suas características e a gestão das próprias emoções diante de situações que podem demandar uma atitude.

Proatividade

Habilidade para conseguir reagir a imprevistos, propondo soluções.

Resiliência

Conseguir se adaptar a mudanças e desafios

Como sei se tenho uma soft skill?

Como essas competências são um tanto subjetivas, são mais difíceis de serem mensuradas —por isso não há uma resposta pronta para essa pergunta, segundo as especialistas.

Para descobrir quais soft skills você já possui e quais precisa desenvolver, um primeiro passo é praticar o autoconhecimento. “É importante refletirmos de tempos em tempos sobre nossos comportamentos e situações da vida pessoal e profissional. É nas pequenas coisas que exercitamos nossas competências”, explica Angélica. 

Testes de perfil e personalidade também podem ser realizados, assim como a construção de uma matriz de competências para que a pessoa consiga avaliar os comportamentos esperados de uma maneira mais objetiva. “Os feedbacks, as avaliações feitas pelos pares e pelas lideranças são formas de mensurar”, diz Michelle.

É possível desenvolver uma soft skill?

Sim. Mas isso não quer dizer que seja algo simples e rápido, como fazer um curso de poucas horas sobre “como me comunicar melhor” ou “como ser resiliente em um mundo em constante transformação”. É preciso ter consciência de que é possível desenvolvê-las, mas que isso leva tempo, assim como o aperfeiçoamento em hard skills.

Michelle elenca quatro aspectos importantes a serem levados em consideração para quem deseja começar a construir repertório.

Motivação

Entenda por que a soft skill é importante e o que o mercado de trabalho espera de pessoas com essa habilidade.

Estudo

“Temos teoria e técnicas para desempenhar algumas competências. Sabemos o que é esperado de uma boa liderança e comunicação, por exemplo”, diz a especialista.

Autoconhecimento

Saber o que você já tem bem desenvolvido e o que ainda precisa melhorar. “Entram aqui a autoavaliação, autorreflexão e os feedbacks, de outros profissionais ou de professores e colegas de curso”, diz. 

Prática

Coloque-se em situações em que você possa desempenhar e aperfeiçoar essas habilidades. “Se tenho dificuldade em falar em grupo, vou me colocar em situações em que eu possa praticá-la”, sugere Michelle.

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