Como os drones são usados no delivery do iFood?

Os dispositivos complementam a entrega e ajudam os pedidos a chegar a lugares de difícil acesso

Em janeiro de 2022, o iFood se tornou a primeira empresa das Américas a ter permissão para usar drones no delivery. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou o uso dos dispositivos desenvolvidos pela Speedbird para entregar cargas de até 2,5 kg em rotas de até 3 km em todo o país.

Mas o que muda na operação do iFood quando os drones entram em cena?

Em primeiro lugar, os pedidos podem chegar a lugares antes considerados inviáveis. É o caso da rota entre Aracaju e Barra dos Coqueiros, em Sergipe. Como as duas cidades são ligadas apenas por uma ponte, o trânsito carregado nesse acesso fazia o tempo de entrega chegar a até 55 minutos.

“Sem o drone, não teríamos delivery nessa área. Uma entrega que leva uma hora inviabiliza a operação”, comenta Leilane Melo, coordenadora de inovação e futuro da logística no iFood. “O drone faz esse percurso em 5 minutos, reduzindo o tempo total de entrega em Barra dos Coqueiros para 15 minutos.”

O que não muda é que os clientes continuarão recebendo seus pedidos das mãos dos entregadores parceiros. Nas rotas operadas pelo iFood, os drones são usados apenas para reduzir o tempo de percurso em trechos difíceis de vencer por terra —como o contorno de uma lagoa, uma serra ou onde as vias são muito congestionadas.

“A operação de drone é complementar às outras formas de entrega. Não será usado para substituir os entregadores, e sim para levar os pedidos a lugares que o iFood antes não acessava”, afirma Leilane. “Vamos sempre precisar dos entregadores nessa última perna. O drone não chega na casa dos clientes, não foi projetado para essa função”.

A jornada do pedido

No iFood, os drones serão usados para complementar as entregas. Com eles em campo, a operação do delivery fica um pouco diferente. Ao receber um pedido, o restaurante parceiro avalia se aquela refeição pode ser transportada no drone, ou seja, se pesa até 2,5 kg e tem dimensões compatíveis com a caixa de transporte do dispositivo.

Quando a comida está pronta, um mensageiro do iFood leva o pedido até o droneport, que é uma área especial autorizada para pouso e decolagem de drones e localizada estrategicamente próximo à demanda de pedidos.

Chegando lá, o time da Speedbird coloca o pedido na caixa de transporte e o drone decola. Como a rota entre os droneports é pré-planejada, o voo é automatizado, e o trajeto é monitorado por profissionais no centro operacional, que podem intervir se houver algum problema.

Ao pousar, o drone automaticamente solta a caixa de transporte no solo e faz o voo de volta. Enquanto isso, a equipe da Speedbird retira o pedido no droneport e entrega para um entregador parceiro, que completa o trajeto até a casa do cliente. “Em vez de tentarmos pousar dentro das áreas de moradia, escolhemos fazer isso em uma área externa, transformando o droneport em um Hub de distribuição”, explica Juliana Saad, diretora de novos negócios da SpeedBird. “Combinamos modais para contemplarmos de maneira mais positiva o desafio que a rota tem.”

Tira-teima do drone

Eles vão substituir os entregadores?

Não. O drone é um modal complementar, que realiza apenas uma parte da entrega, em geral a parte que é desafiadora para ser percorrida por via terrestre. “Nossos objetivos são claros com drones: eles chegam para vencer dificuldades na rota, mas vamos sempre trabalhar com os entregadores”, enfatiza Leilane.

Drones podem colidir?

Não, pois cada drone voa em uma rota pré-definida, previamente autorizada pelas autoridades de aviação. Tampouco correm o risco de colidir com aviões e helicópteros, porque voam em uma banda específica, de 30 até 120 metros de altura.

Eles desviam dos pássaros?

Devido ao histórico observado na aviação, os órgãos regulatórios não nos solicitaram estudos sobre os pássaros. “Não temos registro de incidentes como este. Devido ao tamanho do nosso drone, elas tem se mantido distantes. Ficaremos atentos para realizar estudos e ajustes se necessário”, afirma Juliana Saad, diretora de novos negócios da SpeedBird.

A câmera do drone me filma?

Não, não filma. “Nossas câmeras são de baixa resolução, apenas para transmissão de imagens em tempo real, não havendo filmagem. Elas servem somente para navegação e apoio em procedimento de pouso”, esclarece Juliana.

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