Como uma grande companhia se mantém inovadora ao longo dos anos

A história de uma startup em geral começa com a execução de uma ideia inovadora. Mas o que acontece quando aquela ideia da garagem dá certo e se torna o pilar de uma companhia gigante?

A história de uma startup em geral começa com a execução de uma ideia inovadora. Mas o que acontece quando aquela ideia da garagem dá certo e se torna o pilar de uma companhia gigante e longeva? Será que aquele espírito inicial de revolucionar o mercado e o status quo se mantém vivo?

À medida que as empresas crescem, correm o risco de se tornar menos inovadoras. Mas isso não é um dogma. No iFood, acreditamos que é possível ganhar escala sem perder o apetite pela disrupção.

Parte do meu trabalho é desafiar minhas equipes a explorar novas possibilidades e questionar as barreiras para ir além dos nossos limites. Será que devemos começar a usar drones para fazer entregas? Ou entrar no delivery de perfumaria?

Uma das estratégias centrais do negócio é desafiar as muitas coisas que tomamos como garantidas – ou que achamos que não podem mudar ou, ainda, que parecem claramente impossíveis. Aqui no iFood, sabemos que o futuro não será como o presente.

Para continuar a sobreviver e prosperar, desenvolvemos continuamente metodologias de inovação que funcionem e que nos ajudem a impulsionar as mudanças que todas as sociedades precisarão fazer se quiserem viver bem no século 21.

Em primeiro lugar, é essencial ensinar nossos profissionais a inovar, assim como deixar bem claro que isso significa correr riscos e abraçar a incerteza. Nossa mensagem é a de que ninguém será punido pelo fracasso porque há sempre ganho em ousar – ou uma lição a ser aprendida. Eu diria até que esse é um investimento contra erros futuros. Afinal, o fracasso traz muita experiência.

No complexo ambiente de negócios de hoje, onde a mudança é constante, a velocidade de ajuste e execução é muito mais importante do que a execução perfeita. Para construir uma grande cultura de empresa, o fracasso não deve ser visto como uma barreira ao sucesso, e sim como um caminho no qual uma organização aprende e se torna notável.

No iFood, mantemos o espírito da inovação disruptiva para falhar depressa ou escalar rapidamente. Para colocar isso em prática, adotamos a metodologia Jet Ski, que se baseia em cinco pilares – foco nas ideias estratégicas, gosto pelo risco, sem medo de errar, ciclos curtos e equipes multidisciplinares -, que explicarei com mais detalhes no próximo artigo.

Em resumo, coletamos ideias em toda a empresa, e um comitê executivo sênior escolhe as mais importantes. A partir daí, uma pequena equipe chamada Jet Ski, tipicamente composta de 4 a 8 pessoas, é formada por profissionais com as habilidades necessárias, que recebem suporte dos serviços de TI, design, produto, data science e inteligência de mercado. Esse time trabalha na ideia por um período de 60 a 120 dias, entregando relatórios regulares de desempenho.

Os Jet Skis atuam em estreita colaboração com executivos seniores do iFood, selecionados para supervisionar cada projeto com base em seus conhecimentos e funções na empresa. Quando o piloto inicial promete bons resultados, ele é ampliado e implementado em milhares de cidades brasileiras.

Embora o objetivo principal dessa metodologia seja testar novas ideias e abordagens e descobrir se funcionarão no mundo real, é importante notar que ela também treina FoodLovers (como chamamos nossos colaboradores) para serem empreendedores inteligentes, ágeis e aptos para se arriscar no processo.

Há muitos experimentos psicológicos mostrando que as pessoas se comportam de acordo com outras pessoas ao seu redor. Os humanos são projetados para se comportar e se apresentar tal como os outros o fazem. No iFood, tiramos nossas equipes das normas e rotinas para que as pessoas percebam que podem fazer muito, muito mais.

Incentivamos nossos talentos a correr riscos reais, serem ambidestros, aprender com seus erros e nunca se contentar com menos. Temos grandes objetivos e uma metodologia de inovação testada, validada e que outras empresas também podem adotar para ser “o próximo iFood” do seu setor.

No iFood, pensar grande não é ter uma ideia e jogar no colo dos outros. Nem dar “pitaco” no projeto dos colegas. Aqui, as pessoas pensam e fazem, são elas que pilotam os seus projetos e se articulam com todas as áreas para fazer acontecer.

Queremos que as pessoas tenham ideias, mas mais importante ainda é tirá-las do papel, senão a inovação não acontece. Manter esse espírito empreendedor –e intraempreendedor– é a nossa fórmula para seguir inovando e ir cada vez mais longe.

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