Do Frankenstein de Mary Shelley à série Black Mirror, da Netflix, a inteligência artificial (IA) está muito presente na ficção e na teledramaturgia. Mas sabe outro lugar onde a IA está ganhando cada vez mais espaço? Na sua vida.
E não é que haja alguma espécie de boneco ou robô com capacidade de pensar perto de você ou os objetos da sua casa que estejam ganhando vida. A inteligência artificial vai muito além do que o senso comum retrata através da ficção.
A inteligência artificial está nos assistentes pessoais, na análise de dados, nos veículos autônomos, entre outros objetos que fazem parte do cotidiano.
Portanto, continue com a gente e saiba mais sobre o que é e como a inteligência artificial já tem importância em vários setores da sociedade.
O que é Inteligência artificial?
A inteligência artificial é um ramo das ciências da computação que busca construir mecanismos, físicos ou digitais, que simulem a capacidade humana de pensar e de tomar decisões. Assim, para o criador do termo, John McCarthy, a definição de IA é “a ciência e engenharia de produzir sistemas inteligentes”.
Esses sistemas se alimentam basicamente de dados, aprendem com eles e vão se ajustando a cada entrada de novos dados. Com a inteligência artificial, os computadores são treinados para cumprir tarefas específicas – antes feitas por humanos -, ou podem até mesmo tentar achar novas soluções a partir do reconhecimento de um padrão nos dados.
Esse é um grande ponto de virada da inteligência artificial nos dias de hoje, pois progressivamente e, por termos que você verá a seguir, as IAs tem maior capacidade de “auto-aprendizado”.
Para o mundo dos negócios, a inteligência artificial pode cortar caminhos e otimizar processos de maneira revolucionária. A IA pode absorver grandes quantidades de informação e deduzir resultados sem intervenção humana.
Quando surgiu a inteligência artificial?
O conceito de inteligência artificial surgiu em meados do século passado. Na década de 50, um grupo de cientistas no Dartmouth College, em New Hampshire, debateu sobre a possibilidade das máquinas desenvolverem atividades humanas.
Naquela época, inteligência artificial era um tema bem como descrevemos no início do texto, algo do senso comum, que só se via nas produções de ficção científica. Talvez nem mesmo os próprios cientistas tivessem noção de que estariam desenvolvendo as primeiras teorias de uma área de estudos com um poder de transformação para sociedade como foi a luz elétrica.
Primeiramente, o termo surgiu com o cientista da computação americano John McCarthy. Ainda que os recursos da época fossem limitados e os mecanismos simples, foi comprovado já naquele período a capacidade de máquinas encontrarem soluções por dedução e aprendizado autônomos.
Para que serve a inteligência artificial?
A inteligência artificial serve especificamente para resolver problemas complexos, automatizar processos, melhorar a eficiência e inovar em diversos setores, como a saúde.
Na medicina, por exemplo, a IA auxilia no diagnóstico de doenças, oferecendo insights e agilizando a tomada de decisões médicas. Enquanto isso, na indústria, a IA otimiza a produção, reduzindo custos e aumentando a qualidade.
Por fim, com a inteligência artificial, as possibilidades são imensas e estão em constante evolução.
Vantagens e desvantagens da inteligência artificial
Apesar dos vários benefícios, existem também as desvantagens do uso da inteligência artificial. Confira:
Vantagens da Inteligência Artificial:
- Eficiência aprimorada em tarefas complexas, economizando tempo e recursos.
- Capacidade de processar grandes volumes de dados rapidamente, resultando em insights valiosos.
- Automação de tarefas repetitivas, liberando os profissionais para atividades de maior valor agregado.
- Tomada de decisão mais precisa e baseada em dados, reduzindo erros humanos.
Desvantagens da Inteligência Artificial:
- Possibilidade de viés nos algoritmos, reproduzindo preconceitos e discriminação existentes na sociedade.
- Dependência excessiva da tecnologia, o que pode resultar em vulnerabilidades e ameaças à segurança.
- Substituição de empregos tradicionais por máquinas, o que pode gerar desemprego em certos setores.
- Complexidade e custo de implementação, exigindo expertise técnica e investimentos significativos.
Mitos e verdades sobre Inteligência Artificial
Com o avanço da IA, sendo cada vez mais presente no cotidiano, como no Chat GPT, por exemplo, surgem diversas especulações sobre o tema.
Por conta disso, vamos desvendar alguns mitos e verdades sobre a inteligência artificial. Entenda:
Mitos:
- Vai substituir os humanos em todos os empregos.
- É perigosa e pode se tornar uma ameaça à humanidade.
- É apenas ficção científica e não tem aplicação prática no mundo real.
Verdades:
- Embora a IA automatize algumas tarefas, ela também cria novas oportunidades e exige colaboração humana em áreas como criatividade e tomada de decisões complexas, por exemplo.
- A IA é projetada para ser controlada e operar dentro de limites definidos. Seu uso responsável é fundamental para evitar riscos e garantir benefícios significativos.
- Ela já está presente em muitos aspectos da nossa vida, desde assistentes virtuais até diagnósticos médicos avançados. Seu potencial para transformar indústrias e melhorar a qualidade de vida é real.
Conheça alguns exemplos de inteligência artificial
Se a inteligência artificial está presente nas nossas vidas, a pergunta que fica é: onde, e em que situações?
No seu celular, existe uma série de recursos onde há presença da inteligência artificial. Ao se perder ou procurar a melhor maneira de chegar a um destino, você utiliza o GPS, um sistema que cruza dados em tempo real com o cálculo da melhor rota para o deslocamento de um ponto a outro.
Vamos supor agora que você está em outro país utilizando o GPS para chegar até um destino, mas não entende o que dizem as placas em outro idioma. Bom, aí você conta com outra ferramenta em que está presente a IA: o Google Tradutor.
Você deve ter percebido como essa tecnologia melhorou ao longo dos anos e isso é graças a um sistema chamado de Google Neural Machine Translation (GNMT). Seguindo uma estrutura de aprendizagem que aprende com milhões de exemplos linguísticos, a qualidade das traduções deu um salto.
Por último, já deu aquela vontade de comprar um item e foi exatamente ele que apareceu nos seus anúncios ou na sua caixa de e-mail? Ou até mesmo, quando bateu aquela fome, a sugestão de prato acertou em cheio?
Ninguém está lendo sua mente. É que, com a Inteligência artificial, as empresas são capazes de coletar e armazenar dados dos seus clientes a fim de que os sistemas façam análises completas de comportamento e hábitos. Isso facilita as estratégias de marketing, com uma abordagem segmentada e personalizada.
Como funciona a inteligência artificial?
O funcionamento da inteligência artificial se dá quando um sistema, a partir de comandos e símbolos computacionais, começa a aprender e analisar grandes volumes de dados.
Quando crianças, escutamos que os “livros são o alimento do cérebro”. Para um sistema de IA, quem mata essa fome de conhecimento são os dados. Se o intuito é que o aprendizado autônomo aconteça, o sistema precisa ser constantemente alimentado com novos dados.
Em um estudo recente sobre a aplicabilidade da inteligência artificial, fala-se também na importância de termos bons dados. Mais do que alimentação, os sistemas de IA querem nutrição de qualidade.
Além disso, existem dois termos que você precisa saber se quer entender melhor como funciona a inteligência artificial.
São tecnologias essenciais para a capacidade de um sistema de simular o raciocínio lógico humano. Confira abaixo:
Machine Learning:
Termo que significa “aprendizado da máquina”. É a tecnologia que propicia aos sistemas a capacidade de aprenderem sozinhos e tomarem decisões autônomas, seguindo o processamento de dados e identificação de padrões.
Sem o Machine Learning, a inteligência artificial da contemporaneidade; a que sai da ficção e está presente na vida da população, não seria possível.
Deep Learning:
Parte do machine learning, o “aprendizado profundo” diz respeito a uma maior capacidade de aprendizado do sistema, pois utiliza redes neurais complexas. Essas redes seguem a mesma lógica da ligação neurônio-cérebro humano.
Um dos principais exemplos do Deep Learning é o reconhecimento facial e de voz.
Inteligência artificial do Google
A IA do Google utiliza algoritmos para analisar todos os conteúdos que são publicados no site. Assim, a partir disso, são definidas as posições para os resultados de pesquisa.
Além disso, essa IA trabalha para garantir que o conteúdo melhor posicionado seja de qualidade, eliminando todos que tentam burlar os robôs do Google.
Big Data
O big data usa a IA para cruzar os mais diversos tipos de informações, de diferentes fontes, para alimentar seu banco de dados. Dessa forma, pode utilizar cadastrar consumidores, histórico de mensagens, interações, tráfego, entre outras informações.
Portanto, o big data pode ser usado em conversas de mídias sociais e para personalizar visitas em e-commerces, por exemplo.
Quais são os principais tipos de inteligência artificial?
Uma das grandes demandas do consumidor que a inteligência artificial pode suprir é um atendimento digital 24 horas por dia. Para esse fim, empresas estão utilizando os chatbots, buscando melhorar a experiência do usuário e reduzir custos operacionais.
Segundo pesquisa da Grand View Research, de abril deste ano, o uso dos chatbots tem projeção de crescimento de 24,9% entre 2021 e 2028 no planeta. O atendimento automatizado é um exemplo de uso da inteligência artificial, que pode ser classificada em duas categorias amplas: a IA restrita e a IA geral.
A IA restrita é encontrada principalmente em computadores, com sistemas inteligentes que aprenderam a realizar tarefas sem necessariamente serem programados para tal fim. É a inteligência artificial que está presente nos assistentes virtuais e em recomendações de produtos com base na preferência do consumidor.
A IA geral está mais próxima à capacidade humana de adaptar conhecimentos. Ela é mais flexível e, diferente da IA restrita, pode aprender a executar tarefas diferentes, desde criar uma planilha até processar grandes quantidades de dados com base na experiência acumulada.
Conheça alguns riscos da inteligência artificial
Apesar de uma série de benefícios, a inteligência artificial também possui alguns riscos, caso não seja regularizada corretamente
- Privacidade em risco: Com o avanço da IA, surgem preocupações com a privacidade dos dados pessoais coletados e usados pelos sistemas, exigindo medidas para proteger a confidencialidade.
- Viés e discriminação: Algoritmos de IA podem refletir preconceitos e discriminação presentes nos dados utilizados, perpetuando desigualdades e injustiças sociais.
- Dependência excessiva: A confiança cega na IA pode levar à dependência excessiva e à perda de habilidades humanas, comprometendo a autonomia e a capacidade crítica.
- Responsabilidade e ética: A tomada de decisões autônomas da IA levanta questões éticas e de responsabilidade, especialmente em situações críticas que exigem julgamento humano.
Como o iFood usa inteligência artificial para reduzir impactos ambientais
Uma das maiores foodtechs do mundo, o iFood aposta no uso de novas tecnologias para tornar a indústria alimentícia mais descomplicada. Além disso, alia os interesses de negócio à preocupação com a sustentabilidade, aplicando a inteligência artificial também em mecanismos de redução de impacto ambiental.
Desde o mês de agosto deste ano, o ADA, robô do iFood, está em funcionamento no Shopping Iguatemi Ribeirão Preto, em São Paulo.
Ao receber o chamado do aplicativo, o robô faz a rota de forma inteiramente autônoma até o restaurante, coleta o pedido e se dirige até um mensageiro que o levará ao ponto final: o iFood hub – destino estrategicamente localizado para distribuição do pedido.
Outra iniciativa do iFood com inteligência artificial – que reduz os impactos ambientais ao dispensar o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis – é o uso de drones. No primeiro semestre do ano, a foodtech realizou uma fase de testes em Campinas com mais de 300 entregas e participação de 20 restaurantes.
Ambas as iniciativas estão passando por testagens com equipes especializadas, mas são um indicativo do que pode pintar no iFood em relação à IA. Em um futuro não muito distante, pode ser que um sistema completamente autônomo leve até você aquele prato que você mais gosta!
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