A indústria de alimentos está constantemente em busca de soluções inovadoras para enfrentar os desafios relacionados à conservação e à rastreabilidade dos produtos.
A tecnologia é uma poderosa aliada para consumidores e varejistas: com Inteligência Artificial (IA), é possível garantir maior preservação dos alimentos e fornecer informações mais transparentes sobre o estado de conservação do conteúdo das embalagens.
Atualmente, o mercado de embalagens inteligentes está em amplo crescimento, e deve atingir o valor de US$ 26,7 bilhões até 2024. Neste artigo, você vai saber mais sobre como essa tecnologia pode revolucionar a indústria alimentícia.
Como a Inteligência Artificial otimiza a conservação dos alimentos
Com tecnologias que podem informar as condições reais do produto ou do ambiente em que se encontra, as embalagens inteligentes são capazes de indicar diversas variáveis, desde a qualidade do alimento, se já está vencido e até mesmo mudanças na luminosidade do local de armazenamento.
Esse tipo de embalagem costuma utilizar sensores como monitores químicos e de pH para detectar umidade, gases e outros indicadores de qualidade.
O desenvolvimento de tecnologias como embalagens inteligentes é também uma forma de contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas globais definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e que devem ser atingidas até 2030. O foco é erradicar a fome e a pobreza extrema, proteger o meio ambiente, oferecer educação de qualidade a todos e promover a paz.
O ODS 2, que fala sobre Fome Zero e Agricultura Sustentável, tem tudo a ver com Inteligência Artificial. Sistemas inteligentes, que geram informações precisas em tempo real sobre os produtos, são úteis não apenas para que o consumidor saiba o estado exato de conservação do alimento, mas também para toda a cadeia produtiva da indústria de alimentos e inclui transporte e armazenamento.
Nos supermercados, compras por delivery e em outros pontos de venda, é possível que os varejistas tenham mais controle sobre o estoque, posicionando os alimentos na gôndola no melhor momento para que sejam consumidos — e retirá-los se já estiverem “passando do ponto”.
Isso ajuda a reduzir o desperdício e a garantir que os consumidores levem para casa um produto em seu melhor estado, o que se relaciona com o ODS 3, Saúde e Bem-Estar, já que garante um alimento seguro.
Rastreabilidade aprimorada: da produção ao consumo
Por meio de sistemas inteligentes, além de conservação dos alimentos, é possível adotar um modelo de rastreamento eficiente e confiável. A rastreabilidade dos alimentos é essencial para manter o controle sobre a origem e o destino dos produtos, utilizando um código único que pode ser acessado a qualquer momento, fornecendo informações atualizadas para toda a cadeia produtiva.
Com dados como data de produção, origem, condições de transporte e de armazenamento, bem como as características nutricionais e certificados de qualidade, tanto a indústria como os consumidores podem saber mais sobre o produto. No Brasil, existem leis que regem a rastreabilidade dos produtos, facilitando o processo de recall e o monitoramento da qualidade do alimento, de modo a prezar pela saúde da população.
Conclusão
Embora a Inteligência Artificial e as embalagens inteligentes ainda estejam dando os primeiros passos no Brasil, as pesquisas sobre o tema vêm crescendo nos últimos anos, e há interesse em desenvolver itens mais eficientes para a conservação e rastreabilidade dos alimentos.
As embalagens inteligentes trazem vantagens para todos os envolvidos. Utilizando Inteligência Artificial, as empresas da indústria alimentícia podem oferecer produtos com mais transparência sobre o nível de conservação, facilitar a coleta de lotes que possam estar contaminados e informar os consumidores sobre o alimento que vão adquirir (e consumir).
Pontos de venda também se beneficiam dessa tecnologia, especialmente em termos de gerenciamento de armazenamento e estoque, o que impacta diretamente na redução do desperdício, gerando maior sustentabilidade e economia.