Quem sabe um dia você possa até ganhar um dinheirinho a cada post que a galera curtir?
Primeiro, era a conexão discada. Depois veio a internet rápida, que permite postar conteúdo e falar em tempo real com o mundo todo. E agora, qual será o próximo passo da rede mundial de computadores?
A resposta para essa pergunta invariavelmente passa por uma nova palavra: a Web 3.0, que também é chamada por alguns de Web3. Esse novo nome representa uma evolução: um novo serviço de internet que será construído usando o modelo descentralizado da blockchain, onde os dados digitais são armazenados em blocos (block) que estão ligados entre si, formando uma cadeia (chain).
Sim, esse é o mesmo sistema que já vem sendo utilizado para negociar criptomoedas e NFTs (um item não fungível, que não pode ser trocado). A ideia é que a Web 3.0 seja uma internet sem intermediários, que pertença aos usuários e aos criadores, segundo um de seus maiores evangelistas, o investidor Packy McCormick.
Nesse ambiente, a propriedade e o controle são descentralizados, como já acontece com os NFTs, uma vez que as pessoas podem vender e comprar criações artísticas na blockchain e com certificados digitais de propriedade.
Com mais controle sobre os dados e sua produção, usuários e criadores poderão monetizar suas atividades de uma maneira que ainda não é possível, pois na atual Web 2.0 quem recebe por isso são as grandes plataformas digitais.
Na web descentralizada, nasce a possibilidade de, por exemplo, uma pessoa ganhar um criptodinheiro de outros usuários ao postar algo que o público ache interessante . Ou votar para excluir ou não quem transgride as regras de uma rede social na blockchain.
Para entender exatamente o que esse termo significa, é preciso voltar às gerações anteriores e acompanhar a evolução da Web 1.0, onde as empresas produtoras de conteúdo davam as cartas, até a Web 3.0, que traz o poder e a propriedade de volta para os indivíduos, como criadores e usuários.
A evolução da internet
Web 1.0 (1995 a 2000)
Quem já passou dos 35 anos deve se lembrar dos primeiros sites: páginas estáticas, lentas, repletas de textos e hiperlinks e com pouquíssimas imagens. Blogs faziam muito sucesso, mas a maioria dos sites pertencia a empresas ou veículos de comunicação. Essa foi a época dos protocolos abertos, que eram descentralizados e administrados por comunidades, pois não pertenciam a uma empresa nem estavam limitados a seus produtos.
Web 2.0 (2000 a 2020)
Essa é a internet como conhecemos hoje, cujo principal objetivo era trazer os usuários para dentro do mundo virtual, mas com serviços centralizados por grandes empresas de tecnologia. É uma era marcada não só pelas possibilidades de interatividade e de socializar em aplicativos de bate-papo e redes sociais, mas também pela produção de conteúdo: as pessoas passaram a participar da internet em vez de apenas absorver o que era oferecido.
Web 3.0
Descentralização é a palavra da vez: a Web 3.0 vai substituir as plataformas centralizadas por redes descentralizadas e administradas por comunidades, combinando a infraestrutura aberta da Web 1.0 com a participação da comunidade da Web 2.0. A ideia desse novo modelo, segundo a BBC, é “criar uma rede mais equitativa e reduzir o poder dos chamados gigantes da internet”.
Outra novidade é a web semântica: na Web 3.0, as máquinas devem se tornar capazes de interpretar dados de forma quase natural, deixando a vida do usuário ainda mais fácil. Assim, os algoritmos poderão antecipar necessidades e resolver problemas antes que eles surjam.