O que é IA generativa e por que ela está em alta

A inteligência artificial generativa vem revolucionando a forma como criamos e consumimos conteúdo. Neste artigo, explicamos o que é IA generativa, como funciona, trazemos exemplos e aplicações práticas, além de discutir benefícios, desafios e impactos éticos.

Entender o que é IA generativa se tornou essencial em um momento em que essa tecnologia está mudando a forma como estudamos, trabalhamos e até nos divertimos. 

Ferramentas como ChatGPT, DALL-E, Midjourney e, mais recentemente, Sora, passaram a criar textos, imagens e vídeos realistas a partir de simples comandos, conquistando milhões de usuários em poucos meses.

Esse crescimento acelerado chama atenção de investidores, empresas e governos, que já discutem os impactos da IA em setores como educação, saúde, negócios e entretenimento. 

O sucesso do ChatGPT, por exemplo, mostrou como um chatbot pode escrever trabalhos escolares, programar softwares e até criar roteiros de filmes.

Mas afinal, o que é inteligência artificial generativa e por que ela está em alta? 

Neste artigo, vamos explicar o conceito, como funciona, seus principais exemplos, benefícios, desafios e o futuro dessa inovação que promete redefinir nossa relação com a tecnologia.

O que é a IA generativa?

A IA generativa é um tipo de inteligência artificial capaz de criar novos conteúdos (textos, imagens, músicas, códigos e até vídeos) em vez de apenas analisar dados já existentes. 

É essa característica que diferencia a tecnologia de versões anteriores de IA, usadas apenas para classificar ou rotular informações.

Anderson da Silva Soares, coordenador científico do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás, explica bem essa diferença.

Até poucos anos atrás, a gente só conseguia fazer a IA classificar ou rotular um dado, por exemplo ‘essa foto é o rosto do Anderson, sim ou não?’ Já as IAs generativas constroem conteúdos e dados e não apenas os rotulam. Ou seja, eu peço para a IA construir a imagem de um rosto para mim”.

Esse é o ponto-chave para entender o que é inteligência artificial generativa: trata-se de um sistema criativo, que gera dados inéditos com base em informações previamente treinadas. 

Essa capacidade abre espaço para aplicações em marketing, ciência, negócios e artes.

Com a explosão de ferramentas de IA generativa nos últimos anos, como Bard (Google), ChatGPT (OpenAI) e Midjourney (Midjourney, Inc.), espera-se que o mercado de inteligência artificial generativa aumente para mais de US$ 1,3 trilhão em 2032

Vamos entender então como essa tecnologia funciona?

Como funciona a IA generativa?

Por trás da aparente mágica dessas ferramentas, há modelos matemáticos avançados conhecidos como redes neurais profundas. 

Eles são treinados com bilhões de exemplos (frases, imagens, sons, linhas de código) e aprendem padrões de combinação.

O processo funciona assim:

  • Para áudio e vídeo, gera vozes, músicas ou cenas realistas, como faz o Sora da OpenAI;
  • Para textos, o sistema prevê a próxima palavra mais provável em uma frase até formar um parágrafo coerente;
  • Para imagens, interpreta comandos em linguagem natural (“um gato astronauta em Marte”) e monta pixels que se encaixam nessa descrição.

Segundo Thomas Davenport e Nitin Mittal, autores de “All In on AI: How Smart Companies Win Big With Artificial Intelligence”, esse é o motor criativo da era digital.

Eles explicam que a IA generativa assimila conteúdo como imagens, formatos de texto mais longos, e-mails, conteúdo de mídia social, gravações de voz, código de programa e dados estruturados. 

Com esses insumos, as máquinas podem produzir novos conteúdos, traduções, responder a perguntas e até fazer análise de sentimentos. 

Isso acontece porque  o software usa modelos complexos de aprendizado de máquina. Assim, consegue prever a próxima palavra com base em sequências de palavras anteriores.

Portanto, compreender o que é IA generativa significa enxergar a base de uma tecnologia que aprende com dados e devolve criações originais.

Leia também:  Physical AI: o que é, como funciona e exemplos de aplicações 

Exemplos de inteligência artificial generativa

mulher usando notbook

Depois de entender o que é inteligência artificial generativa, fica mais fácil perceber como ela já está presente em ferramentas que usamos no dia a dia. 

Algumas ganharam enorme popularidade por transformar comandos simples em resultados surpreendentes, seja na forma de textos, imagens, vídeos ou até sons. 

Vamos conhecer os principais exemplos de IA generativa que estão moldando essa revolução digital

ChatGPT

O ChatGPT, criado pela OpenAI, é talvez o exemplo mais famoso de IA generativa. Ele consegue responder perguntas, redigir trabalhos acadêmicos, criar roteiros e até escrever códigos de programação. 

Sua força está na capacidade de entender a linguagem natural e produzir textos coesos em segundos. 

Ao popularizar o conceito de “assistente virtual criativo”, o ChatGPT mostrou ao mundo de forma prática o que é IA generativa e como ela pode impactar áreas como educação, negócios e comunicação.

DALL-E

O DALL-E também é desenvolvido pela OpenAI e revolucionou o mercado de imagens digitais. 

A ferramenta cria ilustrações e artes realistas a partir de descrições textuais. Basta escrever um comando (como “um cachorro vestido de astronauta”) para ver a imagem gerada em segundos. 

É um exemplo claro que explica o que é inteligência artificial generativa, já que transforma dados linguísticos em representações visuais inéditas. Além do uso em artes, vem sendo explorado em publicidade e design.

Midjourney

O Midjourney é outro destaque entre os geradores de imagens, mas com uma estética mais artística e detalhada. 

Diferente do DALL-E, ele é bastante usado por designers, criativos e profissionais de marketing para criar visuais de alto impacto. 

O Midjourney tem sido ferramenta-chave para campanhas, projetos experimentais e até na criação de capas de álbuns musicais. 

Ele reforça o que é IA generativa na prática: uma tecnologia que expande a criatividade humana, abrindo novas possibilidades para expressão visual e design gráfico.

Sora

Mais recente, o Sora, também da OpenAI, trouxe para o público a possibilidade de criar vídeos inteiros a partir de comandos textuais. 

Em segundos, a ferramenta gera cenas realistas que antes só poderiam ser produzidas por equipes de cinema e animação. 

É um salto impressionante dentro do universo da inteligência artificial generativa, mostrando como a tecnologia vai além de textos e imagens, alcançando a produção audiovisual. 

O Sora exemplifica o futuro da IA no entretenimento e na comunicação.

Onde a IA generativa já é aplicada

Agora que já entendemos melhor o que é IA generativa, vale olhar para onde essa tecnologia já está transformando setores inteiros. 

No início, seu uso estava concentrado em empresas de tecnologia ou digitais, já que o treinamento exige grandes quantidades de dados e poder computacional. 

Nos dias atuais, como comentam Davenport e Mittal, em um artigo para a Harvard Business Review, uma vez que um modelo generativo é treinado, ele pode ser “ajustado” para um domínio de conteúdo específico com muito menos dados. 

Por isso, os autores acreditam que seu uso deve se expandir para outras áreas nos próximos anos:

Há potencial para a IA generativa causar impacto nos cuidados com a saúde e nas ciências da vida – para fazer diagnósticos, por exemplo, ou encontrar novas curas para doenças. […] Estamos começando a ver modelos generativos especializados para conteúdo biomédico, documentos jurídicos e texto traduzido. Assim, isso dará origem a casos de uso adicionais nessas indústrias e domínios”.

Outro exemplo bastante interessante vem da Heinz, que usou o DALL-E 2 para fazer uma campanha publicitária bem-humorada que mostra que a imagem de sua famosa embalagem foi a preferida da inteligência artificial ao solicitar a elaboração de um anúncio de ketchup.

Em 2025, a H&M passou a usar avatares digitais criados por IA para representar cerca de 30 modelos reais em campanhas publicitárias, e-commerce e redes sociais. 

A novidade reduziu custos e tempo de produção, mas manteve uma estrutura ética: os modelos originais seguem com direitos sobre suas imagens e são remunerados, mostrando um caminho mais responsável para o uso da IA generativa na moda.

Vale ainda citar, além da saúde e do marketing:

  • Educação: ferramentas como o ChatGPT ajudam alunos a estudar, tirar dúvidas e até gerar resumos de textos complexos;
  • Entretenimento: imagens, roteiros, vídeos e músicas estão sendo criados por IA, ampliando a experimentação no setor;
  • Negócios e produtividade: empresas usam IA generativa para redigir e-mails, criar relatórios e até analisar dados de forma mais ágil.

E, claro, não podemos deixar de mencionar o iFood, que utiliza centenas de modelos de IA em sua operação, sendo 40 deles em cada pedido feito no app.

Mas de acordo com Thiago Cardoso, diretor de Dados e IA do iFood, a empresa está desenvolvendo novas soluções com IA generativa: “Queremos usar IA generativa para trazer uma forma mais conversacional para pedir comida e para tirar dúvidas de restaurantes, por exemplo”.

Esses casos mostram como a inteligência artificial generativa está deixando de ser uma promessa futurista para se tornar parte concreta do nosso cotidiano.

Leia também: Onde e como o iFood utiliza inteligência artificial

Benefícios, desafios e impactos éticos da IA generativa

mao em cima de notebook

Os avanços em IA generativa oferecem benefícios evidentes. 

Entre eles estão a agilidade na produção de conteúdos, a redução de custos em processos criativos e operacionais e a democratização do acesso a ferramentas de geração de texto, imagem, vídeo e som. 

Essa tecnologia amplia a inovação e permite que empresas de todos os portes acelerem projetos antes impensáveis.

Mas os desafios são significativos. 

A IA ainda sofre com erros e informações imprecisas (“alucinações”), além de refletir vieses presentes nos dados de treinamento. Outro ponto crítico é o risco de uso malicioso, como a criação de deepfakes e desinformação.

No campo ético, a discussão gira em torno de autoria e direitos de imagem

Quem é dono da obra gerada por IA? Como compensar criadores humanos envolvidos?

Esses debates são centrais para garantir um futuro responsável para a inteligência artificial generativa.

IA generativa entre inovação e responsabilidade

Agora que você já sabe o que é IA generativa, fica claro que essa tecnologia não é apenas uma tendência, mas uma transformação profunda na forma como criamos e consumimos conteúdo. 

Do marketing à saúde, seus impactos já são visíveis e devem se expandir nos próximos anos.

Empresas no mundo todo exploram o potencial da IA para personalização, eficiência e inovação, e o iFood está entre elas, aplicando inteligência artificial para melhorar a experiência dos usuários e otimizar operações. 

Hoje, a empresa inclusive testa a “Cris”, agente virtual baseada em IA generativa que conversa com restaurantes via WhatsApp para tirar dúvidas e sugerir melhorias. 

Conheça a Cris!

O que significa IA generativa?

 É um tipo de inteligência artificial capaz de criar novos conteúdos — textos, imagens, vídeos ou músicas — em vez de apenas analisar dados existentes.

 É o sistema treinado com grandes volumes de dados que permite à IA produzir novos conteúdos de forma original e realista.

 A IA tradicional analisa e classifica dados; a IA generativa vai além, criando novos conteúdos originais a partir dessas informações.

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