Quem são e o que pensam os ciclistas que usam a bike elétrica?

Quem são e o que pensam as pessoas que estão trocando o carro pela bicicleta elétrica. Pesquisa da Aliança Bike traça um perfil desses ciclistas —confira.

Pesquisa traça o perfil das pessoas que adotaram esse modal não poluente como meio de transporte

No espírito da multimodalidade, a bicicleta elétrica tem ganhando a simpatia das pessoas como uma alternativa ao carro para ir trabalhar —especialmente em São Paulo (SP). Tanto que as vendas desse tipo de magrela têm crescido, em média, 30% ao ano, segundo a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas).

Em 2020, a associação fez uma pesquisa para saber mais sobre o perfil e os hábitos de quem compra essas bikes elétricas. A maioria é homem (76%), branco (74%) e vive no Sudeste do país (74%), notadamente em São Paulo (61%). A maior parte dessas pessoas tem renda familiar entre cinco e 10 salários mínimos (27%) e idade entre 40 e 49 anos (35%).

O uso da bicicleta elétrica é recente para esses ciclistas: 80% compraram ou alugaram esse modal não poluente a partir de 2018. Para a maioria, a maior motivação foi reduzir o esforço nas pedaladas: 32% disseram que preferem a bike elétrica por cansar menos e 23% para enfrentar as subidas com mais facilidade.

E os novos adeptos não estão a passeio: 59% dos entrevistados dizem que usam a bicicleta elétrica para ir até seu principal local de trabalho —e 51% fazem isso ao menos cinco dias por semana. Para a maioria absoluta (93%), essa é uma opção para não usar o carro.

Isso não significa, porém, que o carro deixou de ser uma opção de mobilidade. Embora a maioria dessas pessoas (67%) diga que parou de usá-lo quando passou a pedalar, 81% ainda têm ao menos um automóvel em casa. Até 2020, 18% haviam vendido seu automóvel ao adotar a bicicleta elétrica.

Pedalada e qualidade de vida

Entre quem usa a bike elétrica todo dia, a distância percorrida varia bastante. No geral, os percursos são longos: os mais mencionados são o de seis a 10 quilômetros (29%), o de 16 a 20 quilômetros (21%) e o de 11 a 15 quilômetros (17%). A fatia que percorre acima de 21 quilômetros por dia corresponde a 19%.

O hábito de pedalar com a ajuda do motor trouxe mais qualidade de vida na opinião de 87% dos entrevistados, e 78% disseram que sua relação com a cidade melhorou. Teve até gente (37%) que afirmou que usa a bicicleta elétrica como uma maneira de vencer o estresse, a ansiedade e outras inquietações.

No geral, quem pedala uma bike elétrica está satisfeito: a nota média que os usuários deram ao modal foi de 9,3. Mas ainda há pontos que, segundo eles, podem ser melhorados. Para a metade dos entrevistados, um fator que desmotiva o uso é não haver ciclovias e ciclofaixas suficientes; para 43%, o que pega é não ter locais adequados nas cidades para prender ou deixar a bicicleta.


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