Preparar as crianças e os adolescentes de hoje para as novidades e os desafios do futuro não é uma tarefa simples.
Preparar as crianças e os adolescentes de hoje para as novidades e os desafios do futuro não é uma tarefa simples. Essa é uma das maiores preocupações de educadores e educadoras de todo o Brasil, especialmente dos que se dedicam a trazer inovações, tecnologia e questões da atualidade para a sala de aula.
No Dia Nacional do Educador Social (19/9), escolhido por ser a data de nascimento do educador pernambucano Paulo Freire, o iFood News perguntou a três profissionais do ensino quais são os principais desafios para educar os estudantes para o futuro —confira o que eles disseram.
Antecipar as mudanças
A educadora Marisa Faustino dá aulas em uma das escolas que recebem internet via satélite em Cunha (SP) em uma parceria entre o iFood e a Starlink para democratizar o acesso à web. Para ela, educar seus alunos para o futuro significa estar aberta às mudanças educacionais e à superação dos paradigmas da prática docente.
“Os alunos não são os mesmos, necessitam bem mais do que simplesmente aprender a ler e escrever. E os professores têm que estar à frente dessas mudanças e entender as novas aprendizagens de que os alunos necessitam. Esse é o maior desafio”, explica a educadora, que também levanta a necessidade de acesso à internet de qualidade nas escolas para que seja possível alcançar esses objetivos.
Investir nos educadores
Investir nos educadores é o principal desafio para promover educação de qualidade de forma equitativa, na opinião de Daniel Orange, educador social e participante do último 1Bi Labs, iniciativa da Fundação 1Bi que já impactou mais de 3.000 pessoas e tem como objetivo melhorar a gestão e aumentar o impacto de organizações e projetos sociais que incentivam oportunidades educacionais e inclusivas para jovens e/ou grupos minorizados.
“Ainda se tem uma concepção de hardware na educação quando se fala em tecnologia. Acredita-se que com tablets, sistemas de ensino estéreis, vão resolver o gap tecnológico entre o centro e a periferia. Precisamos de uma concepção de software, precisamos investir em qualificação e propiciar uma carreira atrativa para os educadores”, afirma Daniel.
Nesse mesmo caminho está o ensino para a tecnologia. A diretora de ensino de Cunha, Cristiana Oliveira, entende que é preciso, além da estrutura, preparar educadores para o uso dessas ferramentas na educação —e que, quando bem utilizadas, fazem toda a diferença.
Trabalhar mais do que o conteúdo
Sobre a atuação em sala de aula, Marisa enxerga que é responsabilidade dos professores, além de passar os conteúdos tradicionais, preparar os alunos com competências necessárias para o mundo do trabalho. “Trabalho em equipe, resolução de problemas, saber lidar com as frustrações, com os erros, ética, são competências que nós, professores, temos que ajudar a desenvolver nos alunos”, comenta a educadora.
Daniel também considera importante trazer para sala de aula os fenômenos sociais. “A vida precede a formação escolar. Entender os fenômenos sociais e trazê-los como um objeto de estudo, brincadeira e reflexão faz com que os alunos estejam melhor preparados para a vida.”
Seu grande sonho? “Espero que eles [os alunos] tenham autonomia para decidir o que é melhor para eles. Nada muito grandioso, apenas autonomia. O que talvez já seja grandioso, né?”, diz o educador.