“Comecei do menos nada.” É assim que Caíto Maia, fundador da Chilli Beans, começa a contar como foi a jornada empreendedora que o levou a hoje liderar a maior marca de óculos de sol da América Latina.
Essa história começou no final dos anos 1990, quando Caíto estava com a conta negativa no banco. Enquanto passeava em uma praia da Califórnia (Estados Unidos), viu e gostou do estilo dos óculos escuros à venda por ali. Comprou 200 unidades e trouxe para vender para os amigos no Brasil. “Depois bati na porta das empresas. Em uma delas, me pediram 18 mil peças”, lembra Caíto.
O problema era que ele não tinha recursos em caixa para fazer uma compra desse porte. “Com o adiantamento em dinheiro, abri uma importadora de óculos escuros. Cheguei a ter 250 clientes no atacado; dois deles não me pagaram e eu quebrei”, lembra.
A história empreendedora de Caíto poderia ter parado por aí, mas ele não desistiu. “Aprendi minha primeira lição: a importância de trabalhar uma marca. Se eu continuasse vendendo óculos escuros, eu ia morrer na praia, porque é um produto que todo mundo vende no shopping.” Ele passou, então, a contar as histórias de cada produto que lançava. “Foi isso o que nos diferenciou e nos deu uma vida longa”, conta o empreendedor, que lançou oficialmente a Chilli Beans em 1998.
Quando a marca estava planejando uma coleção de óculos com a cantora Rita Lee, por exemplo, ela contou que já havia visto um disco voador. “Pedi para ela desenhar o OVNI no papel e esse virou o logo da coleção. O fã da Rita Lee não comprava um óculos, comprava essa história.”
Essa é uma tática que também pode ser usada por quem tem um restaurante para atrair e fidelizar o público. “Contar uma história é fazer o consumidor entender que o seu negócio não entrega comida, e sim experiência. Não venda o estrogonofe, venda a experiência, a história por trás do prato. Isso aumenta o tíquete médio, e o empreendedor não fica brigando por preço.”
A apresentação, nesse caso, faz toda a diferença –especialmente nos canais digitais. “Será que é o cardápio que tem que entrar de cara ou uma outra informação que dê água na boca? A sensação passada pela comida, a história, tudo isso faz o consumidor valorizar o restaurante”, comenta o fundador da Chilli Beans.
Ainda no quesito experiência, ele destaca a importância de surpreender o público. Assim como sua marca lança 10 óculos escuros por semana, ele provoca os empreendedores a pensar em como lançar um novo prato com essa frequência. “No começo, só 30%, 40% dos pratos vão girar, o resto tem que tirar do cardápio. Mas é assim que se pega a manha e se entende o que faz o olho do consumidor brilhar. Se você oferece algo novo toda semana, o cliente entra no seu canal toda semana para comprar algo novo”, explica Caíto.
Se isso tudo parece uma loucura, Caíto conta que o que admira nos empreendedores é justamente isso. “Adoro essa loucura de quem ama o seu negócio. Duas coisas me chamam a atenção: o lado inconsequente dos empreendedores, que é ter um sonho em que eles acreditam mais do que ninguém, e o lado pé no chão, de ter feito as contas e saber se o negócio para em pé.”
Igualmente importante, para ele, é saber envolver e ouvir as pessoas. “Sem um time, você não é nada. Quando o time compra a sua briga, o seu sonho, ninguém te segura”, ressalta Caíto. Para finalizar, ele deu mais um conselho aos empreendedores: ouvir mais as críticas do que os elogios dos clientes. “As críticas são ajustes de percurso. Escutem constantemente as sugestões porque esse é o segredo do sucesso.”
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