O combate à fome e a necessidade de repensar os sistemas alimentares são alguns dos pontos de preocupação recorrentes na agenda da Organização das Nações Unidas, a ONU. Afinal, como aumentar a produção de alimentos, de maneira sustentável, de modo a acompanhar a estimativa de crescimento da população, projetada em 9,7 bilhões de pessoas até 2050? Segundo a FAO, a agência para Agricultura e Alimentação da entidade, para suprir essa futura demanda, seria necessário passar dos atuais 8,4 bilhões de toneladas de alimentos para 13,5 bilhões – um aumento de pouco mais de 60%.
Uma das vias para esse crescimento acontecer de forma sustentável passa pelo consumidor final: a escolha que se faz, diariamente, dos alimentos que serão consumidos. Colocando em pratos limpos: entender o caminho desse alimento, de como ele chega às nossas mesas, pode fazer a diferença.
De acordo com Fernanda Iwasaka, analista de Pesquisas e Conteúdos do Instituto Akatu, referência em consumo consciente no Brasil, a preocupação em consumir do pequeno produtor também deve ser levada em consideração. “Valorizar o pequeno produtor significa incentivar o fortalecimento das comunidades, que geram emprego e movimentam a economia local. Cerca de 70% dos alimentos consumidos no mundo são produzidos pelos pequenos produtores. Dessa forma, quando o mercado se movimenta em direção ao consumo consciente, uma janela de oportunidade se abre para esse setor”.
Para o chef de cozinha Raul Godoy, consultor de projetos focados em sustentabilidade, é preciso ter respeito pelos ingredientes e pelos processos artesanais. Atualmente envolvido em um programa que visa a alimentação saudável e sustentável para 30 escolas, em sete cidades brasileiras, o especialista aponta que a sazonalidade dos alimentos deve ser um fator decisivo para escolha.
“Dê preferências aos ingredientes da época, orgânicos e de pequenos produtores. Uma boa dica é programar o que vai cozinhar por um período, quase como fazer um cardápio de restaurante”, ensina.
Com passagem pelo Grupo DOM, onde esteve à frente da cozinha do BIO (restaurante de Alex Atala dedicado à culinária saudável e sustentável), Godoy destaca ainda que estudar cada ingrediente para aprender como consumi-los por completo (talos, cascas, raízes e sementes) é uma forma de evitar o desperdício. “Devemos lembrar que o nosso impacto ambiental e social começa quando compramos o produto, mas não desaparece quando o caminhão leva o saco de lixo embora.”
Saladas com ingredientes da época para pedir em restaurantes e mercados parceiros do iFood
De setembro a dezembro, é época de:
- Abacaxi, acerola, amora, jabuticaba, jaca, laranja lima, manga, melão, mexerica, morango, pêssego, pitanga.
- Abobrinha, abóbora, alcachofra, batata-doce, berinjela, beterraba, ervilha, inhame, tomate, cenoura, pepino, pimentão amarelo.
- Almeirão, aspargo, brócolis, chicória, couve, couve-flor, endívia, escarola, espinafre.