Conheça 6 negócios sociais, que aplicam seu lucro em causas

Saiba como operam as empresas dedicadas a gerar impacto positivo na sociedade e quais são seus princípios

Já pensou se todo o dinheiro que uma empresa lucrasse pudesse ser aplicado para fazer o bem? Sim, isso existe, e é a premissa dos negócios sociais, que nascem movidos por uma causa social ou ambiental e usam o lucro para aumentar seu impacto positivo na sociedade.

Esse termo foi cunhado pelo economista Muhammad Yunus, de Bangladesh, também conhecido como “banqueiro dos pobres” por ser criador do Grameen Bank. A causa desse banco diferente é tirar as pessoas da pobreza concedendo microcrédito de forma justa e com educação financeira. Por essa iniciativa em microfinanças, Yunus recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2006.

Ao contrário de uma ONG, o negócio social tem fins lucrativos. Só que, diferentemente de uma empresa, o lucro é todo investido em causas como prover saúde, moradia e serviços financeiros para pessoas mais pobres, combater a fome e a insegurança alimentar, ampliar o acesso à água potável e à energia limpa, entre outras.

Por isso, as pessoas que fundam um negócio social (ou se tornam sócias) não recebem dividendos. Depois de recuperar o investimento feito, os sócios em geral são remunerados com um salário.

A modalidade é, portanto, um pouco diferente da filantropia, que também tem o objetivo de maximizar o impacto social, mas as organizações não são autossuficientes, pois dependem de doações. 

Os sete princípios de um negócio social

Os negócios sociais têm sete características básicas, segundo Yunus:

  1. Ter como  objetivo resolver um problema da sociedade, e não maximizar lucros;
  2. Devem ter sustentabilidade financeira e econômica;
  3. Investidores recebem de volta apenas o que investiram;
  4. O lucro é 100% reinvestido na empresa para expandir as operações e aumentar o impacto social;
  5. A empresa deve ser sensível a questões de gênero e ambientalmente consciente;
  6. Os salários dos funcionários são compatíveis com os de mercado e eles têm boas condições de  trabalho;
  7. É preciso trabalhar com prazer e alegria.

Exemplos de negócios sociais no Brasil

Editora Mol

As revistas e outros produtos criados pela editora fundada por Rodrigo Pipponzi e Roberta Faria são vendidos no varejo e todo o lucro é revertido para organizações sociais, como o GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer). “O impacto social é o centro da nossa estratégia: todas as nossas decisões são tomadas a partir daí. Nossos produtos existem para gerar doações, e a contrapartida é que eles nos trazem lucro, e não o contrário”, explicou Pipponzi ao iFood News.

Fleximedical

Para realizar atendimentos médicos e odontológicos nas regiões mais vulneráveis do país, esse negócio social desenvolveu unidades móveis como a “carreta da saúde” e outros veículos de grande porte, vendidos a companhias de saúde e governos. As unidades são equipadas para fazer desde consultas simples até exames complexos, como ressonâncias e mamografias —e até cirurgias.

Retalhar

A parceira do iFood no Já Fui Bag tem como expertise a logística reversa em um setor que encontra dificuldades para reciclar: o têxtil. A Retalhar reaproveita resíduos dessa indústria produzindo novas peças (que podem ser doadas ou vendidas) e cobertores para pessoas em situação de rua, gerando trabalho, renda e impacto ambiental.

Instituto Muda

Esse negócio social promove a separação do lixo em condomínios de São Paulo e doa todo o material coletado para cooperativas locais. Dessa forma, contribui para dar uma destinação ambientalmente correta ao lixo e, ao mesmo tempo, beneficia famílias de baixa renda com a geração de uma atividade remunerada. 

Provi

Provi é uma fintech que oferece crédito estudantil para estudantes de baixa renda em cursos técnicos, como tecnologia, mecânica e do mercado de beleza, empreendedorismo de base e, mais recentemente, para quem está cursando o período de residência em Medicina. 

Estante Mágica

Projeto oferecido para escolas de todo o Brasil para incentivar os alunos a escrever seus próprios livros e assim contribuir para a redução do analfabetismo funcional no Brasil. Segundo o relatório PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes) de 2018. o Brasil segue com baixa proficiência em leitura: 50% dos estudantes não alcançam o nível básico.

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