Escócia adota incentivo financeiro à reciclagem em 2023

Novo plano cobra 20 centavos na compra de cada embalagem de bebida e depois devolve o dinheiro para quem ajudar a reciclar

A Escócia se prepara para começar no segundo semestre o primeiro programa do Reino Unido que usa o esquema de retorno de depósito como incentivo à reciclagem de latas e garrafas. 

O plano é que, a partir de agosto, as pessoas paguem um depósito de 20 centavos de libra a cada vez que comprarem uma bebida que vem em um recipiente de uso único. Isso vale para garrafas PET, garrafas de vidro e latas de alumínio.

Além disso, as lojas do país serão equipadas com máquinas que destinam esses resíduos para a reciclagem. Quando alguém devolver a garrafa ou a lata ao equipamento, receberá os 20 centavos de volta.

A devolução também poderá ser feita no balcão dos mercados. E em restaurantes que oferecem comida para viagem.

Com esse incentivo à reciclagem, o país pretende chegar a uma taxa de coleta de 90% em 2024. Segundo o governo, 70% dos escoceses desejam esse tipo de programa. 

Quando implantado, ele poderá reduzir em 34 mil o número de descartes diários de garrafas no país. E alcançar um adicional de 76 mil toneladas de material reciclado no ano.

Incentivo à economia circular 

Esse tipo de programa de devolução de depósito costuma ser adotado para reduzir o volume de resíduos não reciclados, que em geral são incinerados, agravando o aquecimento global.

A ideia é incentivar a economia circular, ou seja, reciclar os recipientes mais populares para que virem matéria-prima para outros produtos. É um contraponto à lógica “linear” de que, ao fim de seu uso, uma embalagem tenha que ir para o lixo (ou melhor, para um aterro ou incinerador).

A ministra do Verde e da Economia Circular, Lorna Slater, confirmou que esse novo esquema vai entrar em operação na data prevista. Ela disse que a indústria está fazendo um bom progresso nos preparativos para o plano e que o governo escocês está comprometido com uma “abordagem pragmática para a implementação”.

Uma das preocupações vem dos varejistas online, que pedem uma definição sobre se eles também terão de receber as embalagens de volta. A ministra disse que está propondo alterações ao regulamento para que, inicialmente, apenas os maiores supermercados sejam obrigados a fornecer um serviço de devolução.

A obrigação de devolução nesses supermercados, aliás, será gradual e deve acontecer até 2025.

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