O Senado dos Estados Unidos aprovou, no dia 7 de julho, um pacote histórico de combate ao aquecimento global no valor de US$ 430 bilhões (cerca de R$ 2,2 trilhões). A nova legislação foi considerada pelo jornal The New York Times o investimento federal mais significativo da história do país em relação às mudanças climáticas.
A medida vai injetar mais de US$ 370 bilhões em programas focados em soluções para o clima e na área de energia —e pode fazer com que os Estados Unidos reduzam as emissões de carbono em 40% até 2030 (em relação aos níveis de 2005).
Para isso, o pacote prevê, por exemplo, dar créditos fiscais de até US$ 7.500 para famílias comprarem carros elétricos e estimular as concessionárias de energia elétrica a adotar mais fontes de energia renováveis, como a eólica e a solar.
Esses créditos fiscais incluem US$ 30 bilhões para acelerar a produção de painéis solares, turbinas eólicas, baterias e o processamento de minerais e US$ 10 bilhões para construir fábricas de itens como veículos elétricos e painéis solares. Outro ponto importante é a iniciativa que fará empresas de petróleo e gás pagarem taxas de até US$ 1.500 para cada tonelada de metano que vazar excessivamente.
O pacote também reserva US$ 60 bilhões para ajudar as comunidades mais afetadas pelas mudanças climáticas, incluindo US$ 27 bilhões para a criação do que seria o primeiro “banco verde” nacional para impulsionar investimentos em projetos de energia limpa, especialmente nas zonas mais pobres.
Como o governo vai pagar a conta
As ações serão bancadas por aumento de tributos, como um imposto mínimo de 15% que incidirá sobre a maioria das empresas que lucram mais de US$ 1 bilhão por ano; as empresas também serão mais taxadas em operações de recompra de ações.
Outra fonte de financiamento vem de uma nova lei que permite ao governo negociar preços menores para os medicamentos fornecidos pelo programa Medicare para pessoas com mais de 65 anos (e, com isso, economizar centenas de bilhões de dólares na década, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso).
Por fim, a nova legislação reforça o Fisco norte-americano com um investimento de cerca de US$ 80 bilhões com o objetivo de recuperar receitas fiscais ao reprimir a sonegação entre os contribuintes mais ricos (pessoas e empresas).