Gustavo Caetano: a reinvenção constante como plano de negócio

Você conhece a história de Gustavo Caetano, CEO da Sambatech? Neste artigo, ele conta como pivotou a startup 3 vezes para hoje ter 20 milhões de alunos em EAD.

Mineiro de Araguari, Gustavo Caetano deixou sua cidade quando entrou na faculdade de Marketing, no Rio de Janeiro. Quando recebeu seu primeiro salário como estagiário, no último semestre do curso, ele comprou um celular bem bacana para a época. Mas, ao tentar se distrair com o novo gadget, logo viu que tinha algo faltando.

“Tentei baixar um joguinho, mas não tinha nenhum. Pensei: ‘poxa, se eu quero comprar e não tem, taí uma oportunidade de negócio”, conta Gustavo. “Fui atrás de uma solução para aquele problema.”

Intrigado, ele procurou empresas que faziam games e encontrou uma interessante na Inglaterra. Quando disse que queria trazer a marca para o Brasil, os executivos pediram um plano de negócio, que ele elaborou com a ajuda dos professores da faculdade. “Meu sonho nunca foi empreender. Eu queria ser executivo de uma empresa grande. Mas fui atrás da oportunidade para ver no que dava.”

Foi assim que ele fundou a Sambatech em 2004. No início, a empresa distribuía os joguinhos para operadoras de telefonia na América Latina. Em três anos, porém, os games para celular se popularizaram e as operadoras passaram a espremer a margem que repassavam à startup. “Ficaríamos com 30%. Quando isso aconteceu, me deu um estalo: ou eu saía desse mercado ou eu seria esmagado. Era hora de mudar.”

Em 2007, acompanhando o mercado, Gustavo sentia que a próxima sensação seria o streaming de vídeos. “Eu achava que assim que as pessoas tivessem mais banda na internet, elas iriam ver mais vídeos. Então criamos uma plataforma de gestão e distribuição de vídeos na internet para quem não queria usar o YouTube —que na nossa cabeça eram as emissoras de televisão”, explica o empreendedor.

No ano seguinte, a startup recebeu investimento e começou a levar os grandes players de mídia para o digital. “Vendemos a nossa solução para 8 das 10 emissoras de TV brasileiras”, diz Gustavo, que naquele momento fez um pit stop para se atualizar com novas tecnologias.

“Eu sempre gostei muito de estudar. Minha formação é em Marketing, eu não sabia criar produtos digitais, o que era esse negócio de sprint, de agile, de nuvem. Então fui para o Vale do Silício fazer um curso e aprendi a criar software com serviço na nuvem”, revela. “Quando voltei e lançamos a plataforma, meus concorrentes vendiam instalação no data center, e a gente chegou dizendo que os vídeos ficavam na nuvem.”

Pivotando para o EAD

A ousadia deu certo: a Sambatech cresceu e se tornou líder de mercado na América Latina. Mas engana-se quem pensa que Gustavo sossegou. Depois de um jantar com Edson Bueno, fundador da Amil, ele saiu com uma pulga atrás da orelha. “Ele me disse: ‘você é um tubarão, mas está nadando em uma lagoa. E tubarão nadando na lagoa morre, você tem que ir para o oceano’. Percebi que era hora de reinventar o negócio de novo.”

Refletindo sobre como explorar um mercado ainda maior, o fundador da Sambatech mirou na educação. “Era um setor que estava começando a ir para o online e que tinha alta demanda por vídeos”, explica Gustavo. “Fomos atrás do maior player da época e ajudamos essa e outras empresas de ensino a entrar no digital.”

Hoje, mais de 20 milhões de pessoas usam a tecnologia da Sambatech para oferecer cursos à distância em diversas modalidades —da atualização rápida à universidade. Para Gustavo, esse é só o começo. “Acho que ainda estamos na versão 1.0 da educação à distância. O metaverso vai ser a grande virada para chegar na 4.0.”

Em quase duas décadas à frente da Sambatech, ele segue com o radar ligado e obstinado em aprender sempre. “Quanto mais amplo é seu repertório, mais chance você tem de trazer inovação para o seu negócio”, diz. “Às vezes você fica tão focado no seu trabalho, na sua área, que só consegue fazer mais do mesmo. Precisamos abrir mais a nossa cabeça.”

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