Parceria entre iFood, XP e mais 18 empresas busca acelerar a formação de jovens para combater o apagão tecnológico
O Brasil vive, hoje, uma situação curiosa na área de tecnologia. Ao mesmo tempo em que existem 12 milhões de pessoas desempregadas no país, o setor deve ter 133 mil vagas abertas e não preenchidas em 2022, segundo estimativa da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais).
Isso porque faltam pessoas capacitadas para trabalhar com tecnologia; apenas 53 mil profissionais se formam nessa área todos os anos, de acordo com a associação. Nesse caminho, o país corre o risco de ter um apagão tecnológico e chegar a 797 mil vagas não preenchidas em 2025.
Para mudar esse cenário, o iFood une forças com a XP Inc. e outras 18 empresas no Movimento Tech, uma plataforma de investimento social privado em educação que vai investir R$ 100 milhões, até 2025, em projetos que acelerem a capacitação e a empregabilidade de jovens em tecnologia —e quer chegar a R$ 2,1 bilhões em 2030.
A iniciativa também terá o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). No evento de lançamento do Movimento Tech, Bruno Aranha, diretor de crédito produtivo e socioambiental do banco, anunciou que a cada R$ 1 milhão captado pelo Movimento o banco investirá uma contrapartida no mesmo valor, com limite máximo de R$ 30 milhões no total.
O movimento se baseia em três pilares de atuação: despertar o interesse pela área de tecnologia já na escola; capacitar os futuros talentos para as profissões de amanhã; e fomentar iniciativas que ajudem as empresas a empregar profissionais de perfis sub-representados.
“No último ano, vimos muitas empresas investindo em educação, porém com ações ainda muito pulverizadas. Percebemos a importância de unir forças para ajudar a resolver esse déficit de qualificação profissional que atrapalha o desenvolvimento do Brasil”, afirma Fabricio Bloisi, presidente do iFood. “Com essa união, esperamos promover o encontro entre talentos que estão apenas aguardando uma oportunidade, ao mesmo tempo em que contribuímos para uma transformação social e o desenvolvimento do país.”
Além dos mantenedores iFood e XP Inc., a ação tem como patrocinadores Accenture, Arco Instituto, Buser, Ci&T, Cubos Academy, Grupo Boticário, Digital House, Fundação Behring, Gama Academy, Instituto Localiza, Kenzie Academy Brasil, Let’s Code, ONE (Oracle Next Education), RD – RaiaDrogasil, Rocketseat, Semantix, Telles Foundation e VTEX.
Primeiros projetos em ação
Os primeiros esforços para a criação do Movimento Tech se deram em 2021, fruto de conversas sobre como as empresas poderiam desenvolver e preparar jovens para o futuro do trabalho.
Nessa primeira fase, destacam-se quatro projetos, dois dos quais já foram iniciados. Um deles é a Maratona Tech, uma Olimpíada de Tecnologia lançada em maio de 2022. Na primeira edição, 80 mil estudantes da rede pública, do 9º ano e do Ensino Médio, aprenderam sobre pensamento lógico e encararam o desafio de desenvolver e programar uma solução tecnológica para o futuro.
Outro, lançado pelo iFood, é a plataforma Potência Tech, que apoia a formação de profissionais de tecnologia com cursos gratuitos, programas de bolsas de estudo e suporte à entrada no mercado de trabalho. Em nove meses, mais de 27 mil pessoas já se inscreveram na plataforma, mais de 6.000 bolsas foram disponibilizadas em parceria com escolas de tecnologia e 450 pessoas foram empregadas.
Agora, os próximos passos do Movimento Tech são ampliar a Rede Empodera Tech —união de organizações focadas em formar jovens de 15 a 25 anos em situação de vulnerabilidade social— e desenvolver o Jovem Aprendiz Tech, uma iniciativa focada na empregabilidade.
“Nosso objetivo é contribuir para que o Brasil seja um país próspero e protagonista em termos de tecnologia, com oportunidades de emprego e carreira para todos os brasileiros e brasileiras”, afirma Thiago Maffra, CEO da XP Inc. “Temos o grande sonho de fazer a diferença na formação de profissionais preparados para os desafios da nova economia digital. Acreditamos que, por meio do investimento social, podemos gerar um impacto estrutural no Brasil.”