Engana-se quem pensa que a vida útil de um produto acaba quando não o queremos mais
A economia circular propõe uma nova maneira de fabricar e consumir produtos. Para reduzir o impacto ambiental do ciclo de produção, consumo e descarte e regenerar a natureza, sua proposta é estender ao máximo a vida útil dos produtos e incentivar o reúso de recursos e materiais para reduzir o lixo e o desperdício ao mínimo.
A ideia, portanto, é reutilizar, reciclar e reaproveitar tudo o que for possível e dar um novo valor aos itens que antes seriam descartados sem reflexão, no melhor estilo “consumo consciente”. É o oposto da chamada economia linear, na qual o padrão é o de consumir e jogar fora.
Essa mudança da economia linear para a circular é importante porque os recursos naturais usados como matéria-prima são finitos, e sua extração consome energia, além de emitir gases do efeito estufa. Por isso, tanto as empresas como nós devemos pensar em um modo de produção e de consumo que privilegie a sustentabilidade.
Para termos uma ideia do impacto que o nosso consumo tem sobre o planeta, em 2021 o Dia da Sobrecarga da Terra caiu em 29 de julho –ou seja, em pouco menos de 7 meses consumimos todos os recursos que o planeta consegue renovar em 12 meses.
Na economia circular, o ciclo de vida de um produto não termina quando ele vai para o lixo. Após o uso, seus materiais podem ser reaproveitados para voltar ao ciclo produtivo e de consumo.
Um exemplo é a reciclagem, na qual o plástico de uma garrafa de refrigerante vazia pode virar matéria-prima para a produção de uma nova camiseta em vez de ser aterrado. Outra maneira de não poluir o meio ambiente é usar bioembalagens sustentáveis, que viram adubo em 90 dias.
O ciclo de vida de um produto em geral segue um roteiro assim na economia circular:
1- Produção sustentável
A fabricação dos produtos lança mão de matérias-primas e fontes de energia que são renováveis e não são poluentes nem tóxicas (o meio ambiente agradece).
2 – Ecodesign
Nada de obsolescência programada. Na economia circular, os produtos são desenhados para durar mais, e a escolha dos materiais privilegia os que têm maior vida útil.
3 – Uso máximo
Na ponta do consumo, usufruir vale mais do que possuir. Por isso, compartilhar e alugar os itens acaba virando uma maneira simples de prolongar o seu uso.
4 – Alta durabilidade
Descartável, que nada! Os produtos são pensados para receber manutenção (ou até mesmo um upgrade) para que a sua durabilidade seja estendida ao máximo possível.
5 – Volta ao ciclo
Ao contrário do que acontece na economia linear, quando a vida útil de um produto enfim chega ao final, ele não vai para o lixo, não: pode ser reusado, remanufaturado ou reciclado.
