Só 23% dos CEOs brasileiros estão ativos no Linkedin

Só 23% dos CEOs de empresas brasileiras são ativos no Linkedin —e o do iFood está entre eles, revela estudo realizado por pesquisador da FGV. Saiba mais aqui.

Fabricio Bloisi, do iFood, é exceção e tem o segundo maior número de seguidores

Pelo menos uma vez por semana, Fabricio Bloisi, CEO do iFood, posta no seu perfil do Linkedin uma novidade sobre o iFood, sobre o mercado de tecnologia ou compartilha o que tem lido de interessante.

Com seus mais de 120 mil seguidores, ele é o segundo presidente de empresa mais popular no Linkedin no Brasil, segundo um levantamento publicado no jornal Valor Econômico.

Fabricio é uma exceção: apenas 23% dos CEOs no Brasil publicam conteúdo no Linkedin com regularidade e relevância, aponta um levantamento feito por Felipe Bogéa, professor de pós-graduação da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas), por meio da agência F2F e pelo FGV CEMD (Centro de Estudos de Marketing Digital da FGV Eaesp).

“Desde que Abílio Diniz, ex-dono do Pão de Açúcar, foi sequestrado em 1989, a maior parte dos presidentes de empresa adotou uma vida low profile, com pouca exposição na mídia”, avalia Felipe. “Mas o mundo mudou, e a expectativa sobre as empresas e seus executivos, também. As pessoas querem empresas mais humanas. E nada é mais humano do que mostrar quem está por trás delas, em seu comando.”

Felipe aponta que a maioria dos trabalhadores e dos leitores de notícias financeiras acha importante que os CEOs apareçam nas mídias sociais. Ele menciona que 74% das pessoas disseram esperar que líderes de grandes empresas usem as redes sociais para se comunicar, segundo uma pesquisa feita em 2021 pela Brunswick Group, agência internacional de relações públicas e comunicação corporativa. E mais de dois terços dos entrevistados afirmaram que prefeririam trabalhar em uma empresa em que o CEO usa mídia social.

Seu estudo mostra que os líderes brasileiros, na verdade, estão indo na direção contrária. Entre os CEOs das 100 maiores empresas (segundo ranking do jornal Valor Econômico), 21,3% não têm um perfil no Linkedin e 17,6% criaram um perfil mas não postam nada.

A vantagem de ativar as redes

Cultivar a visibilidade nas redes sociais, no entanto, pode melhorar a percepção do mercado sobre uma companhia. Um levantamento feito pelo Hootsuite (site de administração de mídias sociais) mostra que as empresas cujos líderes são presentes nas redes sociais são percebidas 23% mais positivamente do que as que têm líderes inativos. Outro resultado relevante é que três em cada quatro consumidores acham que a presença de um CEO nas redes sociais torna a marca mais confiável.

Marcar presença nas redes, segundo Felipe, reforça o posicionamento da organização e seus valores, além de dar mais visibilidade aos executivos, que podem usar esse meio para fortalecer sua marca pessoal. “Líderes que demonstram suas paixões, colocando sua perspectiva, ganham força. Sua reputação potencializa a mensagem e fortalece a marca.”

Para ele, os CEOs ainda mantêm distância das redes sociais por falta de tempo (por não considerar essa uma ação essencial) ou insegurança, por não ter intimidade com esses canais ou recear causar algum dano à marca ou gerar uma crise.

Sua dica para encorajar os mais desconfiados? “Não existe uma fórmula, cada CEO tem que se conectar com sua audiência. É importante ter frequência e conteúdo original”, pondera Felipe. “Usar fotos, ‘emojis’ e explorar os diferentes formatos de cada rede é sempre uma boa. Lembre-se de contar histórias, ter uma linguagem simples e clara.”

Se você quer acompanhar o que o CEO do iFood, Fabricio Bloisi, compartilha em suas redes sociais, basta segui-lo no Linkedin, no Instagram ou no seu novo canal no YouTube, onde ele conta um pouco da sua história no primeiro vídeo e vai falar de temas como gestão e liderança, inovação, tendências de mercado e muitos outros assuntos relacionados a sua vida e ao seu trabalho.

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