Por que abraçar o caos é o segredo para sobreviver no futuro

Em curso para jornalistas promovido pelo iFood em parceria com a Folha de S.Paulo, o futurologista Luiz Candreva explica por que mudar é a única forma de se manter relevante

Abraçar a digitalização e adotar novas tecnologias será o suficiente para uma empresa se preparar para o que está por vir? Na opinião do futurologista Luiz Candreva, não. “Os negócios estão perdendo a relevância. O futuro é de quem sabe navegar no caos e fica confortável nele”, disse Luiz, head de inovação da Ayoo, na abertura de sua apresentação no curso “Nova Economia para Jornalistas”, que o iFood está promovendo em parceria com a Folha de S.Paulo. 

Ao se apresentar ao público, ele esclareceu que o que faz não é uma previsão do futuro, e sim um desenho dos cenários possíveis, dos prováveis e dos desejáveis a partir de dados e tendências que nos preparem para as novas possibilidades do amanhã. 

Já de saída, Candreva convidou os presentes a pensar de uma outra forma, digamos, mais caótica. “As pessoas associam o caos a algo negativo. Mas, na verdade, é só em um ambiente de caos que as coisas podem se transformar”, ponderou. 

E propôs trocar a nossa costumeira resistência a mudanças por um olhar mais criativo sobre o que pode surgir amanhã a partir do que já está mudando hoje —seja um trem-bala que conecte cidades em 15 minutos, seja um bife que pode sair de uma impressora.

Se essa abundância de informações que recebemos todos os dias não faz sentido, não tem problema. Na verdade, estamos no caminho certo. Para Candreva, nesse contexto as pessoas precisam encarar um novo papel: o de “gestores do caos”, usando as habilidades que têm hoje para avançar, mesmo que sobre um terreno incerto.

Batalha pela relevância

É fácil? Claro que não, ele avisa. “Nosso estágio natural é o da inércia, ninguém gosta de mudar de modelo de negócio. Nós não gostamos de transformação, mas ela é inevitável. Quanto mais movimento tem no mundo, mais caos é produzido.” 

Um novo olhar, segundo ele, é indispensável para a sobrevivência. O futurologista explica que é natural desenharmos cenários futuros sob o prisma do que cada um de nós considera ser normal. Mas a realidade, segundo ele, é algo que vai muito além daquilo que acreditamos. Nossa opinião, nesse caso, importa pouco. O que vale são os fatos e os dados.

É em meio a esse caos que as empresas devem entender como podem continuar sendo importantes no dia a dia do seu público-alvo. “Sempre existiu uma batalha constante por relevância entre profissionais e empresas. A diferença é que agora isso acontece numa velocidade maior”, conta. “A mudança de relevância foi acelerada porque hoje temos mais acesso a informações e mudamos mais rapidamente o nosso modelo mental.”

Para fechar, Luiz deixou suas três lições sobre o futuro:

O futuro não comporta juízo de valor

Para navegar bem pelas transições, é preciso ter a mente aberta. “O que a gente acha, o que a gente deseja, importa muito pouco porque isso turva a nossa capacidade de enxergar o amanhã.” Sua dica, portanto, é não fazer juízo de valor sobre as tendências e as novidades, e sim analisar “de maneira agnóstica” os dados e as informações que estão disponíveis.

O futuro é personalizado e único

Falando a uma plateia de jornalistas, Luiz perguntou onde as pessoas podiam fazer um anúncio há 20 anos. A resposta: em poucos veículos. “Hoje, qualquer um pode anunciar qualquer coisa facilmente na internet. O futuro é distribuído igualmente para todos, mas as mudanças devem fazer sentido para cada um.”

Não podemos ver o futuro com os olhos do passado

Aliás, nem do presente, reforça Luiz. “Não se apeguem às visões que a gente tem hoje ou já teve, porque elas levam a distorções quando olhamos para a frente. Aquilo que hoje parece impossível, talvez seja realidade no futuro. E a melhor maneira de abraçar o futuro é deixar o passado para trás.”

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