Qual será o futuro do delivery de mercado?

Fazer compras de supermercado online virou hábito na pandemia, mas será que esse comportamento veio para ficar? Saiba o que dizem as mais recentes pesquisas.

Pesquisas revelam como o hábito de fazer compras online de supermercado está se desenvolvendo no pós-pandemia

Durante a pandemia, muita gente passou a fazer as compras de supermercado online —muitas delas pela primeira vez na vida. No Brasil, o percentual de pessoas que fazem esse tipo de compra online saltou de 9% para 30% entre 2019 e 2021, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Mas será que esse novo hábito veio para ficar? Em sua coluna sobre tecnologia publicada no The New York Times, a jornalista Shira Ovide aponta que algumas direções do futuro do varejo virtual de alimentos ainda estão meio incertas.

Ela avaliou dados sobre as compras online de mercado nos Estados Unidos e percebeu que os norte-americanos estão realmente fazendo muito mais compras de supermercado pela internet do que em 2019. Entre 2019 e 2021, a participação desse tipo de compra no mercado geral de comércio eletrônico saltou de 26% para 37%, segundo o relatório US Online Grocery Snapshot: Q4 2021, da Forrester Research.

Mas, na virada para 2022, com a volta das pessoas ao trabalho e o relaxamento das regras de distanciamento físico no país, as vendas online de alimentos e mantimentos se estabilizaram, com cerca de 2,7 pedidos por mês para cada cliente —33% a mais do que em 2019, mas 5% a menos do que em 2021, um resultado puxado pela queda nas entregas realizadas por transportadoras, aponta o estudo Brick Meets Click, da Mercatus. 

Em suas compras online, os norte-americanos têm preferido comprar produtos de beleza, saúde e produtos para pets e para casa (que correspondem a 63% das compras). Alimentos não perecíveis correspondem a 25% do carrinho virtual, e os perecíveis ficam com 12%. 

Segundo a pesquisa da Mercatus, a única modalidade que está crescendo nos Estados Unidos agora é a de comprar online e retirar em loja. Entre janeiro de 2021 e 2022, o delivery de mercado recuou 2%, enquanto a compra online com retirada em loja aumentou 6%. No quadro geral, as compras com retirada ficaram com uma fatia de 47% desse mercado, e o delivery, 35%.

“É inevitável que as vendas digitais continuem aumentando, inclusive para mantimentos. Mas a transformação digital muitas vezes não é uma marcha direta montanha acima, e sim uma subida irregular, com descida e deslocamento lateral”, escreve Shira. “As compras de supermercado estão em uma trajetória particularmente irregular. Minha análise é que, se os norte-americanos não se apaixonaram por comprar bananas pela internet, também não rejeitaram essa opção.”

Adaptação dos supermercados

Ela explica que, antes de 2020, os norte-americanos não estavam muito animados com a entrega de supermercado em casa, então quase todas as compras aconteciam nas lojas físicas. Mas, na pandemia, as compras online passaram a representar de 7% a 15% deste mercado (contra 4% em 2019).

O relatório da Forrester mostra que em muitas categorias de produtos comprados em supermercados, o crescimento online está sendo menor do que em janeiro de 2020. No entanto, o aumento do custo de vida no país e dos preços dos alimentos dificultam a análise de por que isso tem acontecido, segundo a colunista.

Enquanto isso, supermercados como Walmart, Target e Kroger estão investindo para facilitar a retirada, nas lojas físicas, das compras que as pessoas fazem online, seguindo a preferência demonstrada nas pesquisas. “Os grandes supermercados também estão redesenhando as lojas para facilitar a montagem de pedidos on-line por seus funcionários, e alguns investiram em mais mini armazéns automatizados semelhantes aos da Amazon”, aponta Shira.

Esse conteúdo foi útil para você?
SimNão

Publicações relacionadas