Você sabe o que são Finanças Descentralizadas (ou DeFi)?

As Finanças Descentralizadas (ou DeFi) estão chamando atenção por permitirem transações financeiras virtuais sem intermediários —descubra como isso funciona.

Esse ecossistema propõe uma nova maneira de fazer transações na internet, sem intermediários

Uma vez que as criptomoedas já estão circulando por aí, o próximo avanço no campo das tecnologias que envolvem transações digitais são as Finanças Descentralizadas (ou DeFi), um sistema financeiro aberto e global no qual as pessoas podem negociar entre si sem recorrer a instituições como bancos e corretoras.

Nesse ecossistema, aplicativos e sistemas de finanças desenvolvidos na rede blockchain permitem a qualquer um poupar, emprestar, investir ou trocar dinheiro sem passar por um intermediário —e sem ter que mostrar RG, CPF e comprovantes de renda e residência.

Em vez disso, a DeFi permite que as pessoas façam negociações entre si, em qualquer lugar do mundo, usando contratos inteligentes (smart contracts), que são acordos feitos em uma rede blockchain pública e que dispensam a necessidade de advogados ou de bancos.

O contrato inteligente é um acordo digital automatizado que funciona como um programa de computador: as regras são programadas e ele executa uma tarefa específica quando e se as condições são cumpridas.

Um exemplo: se um contrato inteligente é programado para tirar R$ 50 da conta A para depositar na conta B toda segunda-feira, essa ação será executada automaticamente enquanto houver dinheiro na conta A (uma das condições programadas no acordo digital).

No caso de um empréstimo, se o contrato inteligente prevê a tomada da garantia no dia programado para o pagamento final, não tem conversa: a garantia vai automaticamente para o credor se o dinheiro não cair na sua conta (por isso se diz que esse é um contrato executável).

Mesmo sem conhecer a outra parte, quem “assina” um contrato inteligente pode ter certeza de que ele vai valer, pois se as condições estipuladas no acordo não forem cumpridas, o contrato não será executado. Tudo isso é feito, também, sem intermediários, eliminando esse custo da transação.

Outra característica dos contratos inteligentes é que eles não podem ser fraudados, pois seu código é inviolável. E, como estão abertos na blockchain, qualquer um pode ver o acordo, dando transparência às transações.

Para que serve a DeFi?

O Bitcoin foi a primeira aplicação da DeFi, que hoje abriga também várias outras criptomoedas, como a Ethereum. Nas Finanças Centralizadas, as pessoas podem, por exemplo, enviar dinheiro a outros países, fazer empréstimos, começar uma poupança em criptomoedas, comprar seguros, trocar tokens e financiar projetos.

Dá até mesmo para apostar na loteria: existe um app que é um jogo em que ninguém perde o dinheiro. Depois do sorteio, todo mundo recebe de volta o que investiu, e quem ganha fica com os juros sobre o total das apostas.

Na DeFi, os empréstimos, por exemplo, são bem diferentes. Primeiro porque o dinheiro não vem de um banco —pode ser tomado de outras pessoas (peer-to-peer), individualmente, ou de um grupo no qual várias pessoas contribuem para um fundo (pool-based). Na DeFi, quem tem criptomoedas sobrando pode emprestar a outras pessoas, empresas e projetos de crowdfunding (financiamento coletivo).

Além disso, não é preciso fornecer informações pessoais nem passar por aprovação de crédito. Quem pede o empréstimo deve dar uma garantia que é imediatamente tomada pelo credor se ele não receber seu pagamento na data combinada (tem gente que aceita, por exemplo, NFTs como garantia).

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