Acompanhar as tendências de negócio em alimentação era uma das tarefas cotidianas do paulista Alan Pedroso, 31 anos, quando ele trabalhava em um fundo de investimentos. Não demorou, portanto, para o crescimento mundial do delivery cair no seu radar. “A penetração do delivery aumentava na China e na Índia. Estava claro que uma hora o mesmo ia acontecer aqui, porque o desejo de conveniência se tornava mais forte na América Latina”, conta Alan.
Quando o fundo em que ele trabalhava se uniu a outro para comprar uma empresa da área de alimentos, ele conheceu seu sócio, André Piva, 35 anos. Juntos, eles assumiram o comando das operações e profissionalizaram essa rede –que cresceu oito vezes em dois anos. E começaram a nutrir, em 2019, o sonho de ter um negócio próprio: cozinhas planejadas para atender somente no delivery – também chamadas de dark kitchens.
“A gente já tinha o olhar estratégico e o conhecimento operacional de todas as áreas importantes para uma empresa de alimentação, como treinamento, padronização de processos, cadeia de logística e fornecedores. Além disso, sabíamos qual era o melhor modelo de loja para uma expansão acelerada”, lembra Alan.
Foi assim que nasceu a ideia do Cozinha Simples, uma rede de dark kitchens multimarca que faz delivery de culinárias variadas para atender o público desde o café da manhã até o jantar. “Desde o início, nossos focos foram conveniência e trazer o máximo de eficiência e qualidade para a operação.”
Uma das cozinhas da rede, em Higienópolis, região central de São Paulo (SP)
Além da operação própria com diferentes marcas, como Burguer Simples, Salada Simples e PF Simples, a empresa aluga cozinhas para restaurantes e indústrias. Agora se prepara também para explorar o segmento de white label com outras empresas de alimentação.
Foco no delivery
O foco no delivery é uma estratégia para melhorar tanto a eficiência da operação como a experiência do consumidor que está em casa. “O delivery nunca foi considerado prioridade, e sim o salão. Só que o perfil de atendimento e os processos são diferentes. Para extrair o melhor de cada um, é recomendável que esses mundos não se misturem”, diz Alan.
Em fevereiro de 2020, os dois sócios saíram de seus empregos e decidiram entrar de cabeça no novo negócio. Duas semanas depois, a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil. “No começo, foi mais difícil, porque as incertezas travaram a parte burocrática de cartório e licenças e a também construção das unidades”, conta o empreendedor. “Foi mais demorado resolver as questões de bastidores.”
Passada a dificuldade inicial, o cenário de pandemia e isolamento social acabou impulsionando o novo negócio. “O delivery deixou de ser tendência e virou hábito de fato. Tivemos uma aceleração que não teríamos em outro momento”, conta Alan. “Sou do interior de São Paulo e nunca imaginei que meus tios iam usar um aplicativo no sábado à noite para pedir uma pizza em vez de ir comer em algum lugar.”
Parceria com o iFood
Parceiro do iFood desde o primeiro dia de operação do Cozinha Simples, Alan conta que estar na plataforma trouxe mais tranquilidade para encarar os riscos do primeiro ano. “Quando você decide empreender, assume muitos riscos ao mesmo tempo. Entrar no mercado pelo iFood minimizou o risco porque sabíamos que a maior demanda viria do app.”
Ter o apoio de um gerente de contas do iFood, que traz dados e insights sobre tíquete médio, demanda e oportunidades de cada região de São Paulo, também foi essencial para o crescimento do novo negócio. “Entendemos que tipo de culinária estava faltando em cada região para poder explorar essas novas oportunidades.”
Segundo Alan, o Repasse Solidário –adiantamento de recebíveis sem cobrança de taxas que vigorou de março de 2020 a julho de 2021—foi outro ponto essencial para o crescimento da empresa. “Isso nos ajudou não só a ter fôlego de caixa no dia a dia, mas também a ter capital de giro para expandir mais rápido”, afirma Alan. “Conseguimos crescer com mais tranquilidade tendo esse extra de caixa que o iFood proporcionou.”
Nos dez primeiros meses de operação, o Cozinha Simples cresceu em ritmo acelerado: a primeira unidade e as três lojas virtuais iniciais logo se transformaram em quatro unidades e 17 lojas virtuais. “A penetração do delivery no food service foi acelerada pela pandemia. Quando ela passar, as taxas de crescimento podem ser menores, mas vão continuar crescendo”, avalia o empreendedor.
Os planos de expansão continuam: depois de explorar a capital e o interior de São Paulo, os sócios pretendem se estabelecer também em outros Estados, tanto com as marcas próprias como com as licenciadas. “O mercado de delivery se profissionalizou em termos de segurança e de qualidade. A próxima fronteira é ter mais eficiência na entrega. Vai chegar o dia em que será normal receber a comida em casa em menos de 30 minutos.”
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