Herika Mutz empreendeu para pagar a faculdade. Hoje, no iFood, ela mostra como o estudo e todo tipo de trabalho contam para o crescimento profissional
Provavelmente você já se deparou com a pergunta “até onde você iria para alcançar seus sonhos?” Para Herika Mutz, capixaba de 28 anos, não existiu distância e não foram medidos esforços para que hoje ela consiga retribuir toda a ajuda que recebeu aos 19 anos, no início de sua jornada profissional.
Às vezes a gente não se dá conta, mas quanta coisa pode acontecer em um espaço de 10 anos? Na última década de Herika houve estudo, início da vida profissional, empreendedorismo e, mais recentemente, uma vaga como executiva de vendas do iFood.
Herika tem uma história muito semelhante a de muitos brasileiros e brasileiras: ela queria mudar de vida e ajudar sua família, mas não tinha condições financeiras para arcar com as despesas de uma faculdade privada. E como ela passou no curso de contabilidade da Universidade de Vila Velha (UVV), foi preciso criar uma estratégia para que o sonho não acabasse logo na largada.
O primeiro passo de Herika foi fazer parte do Diretório Acadêmico Estudantil da faculdade. Isso lhe garantiu uma bolsa de estudos nos primeiros seis meses de um curso que dura 4 anos.
“Eu precisava continuar pagando e, para isso, eu tive a ajuda essencial de um estágio no Banco do Estado do Espírito Santo”, relembrou Herika. “Mas eu não parei por aí e criei a Balonê Doces com minha mãe, vendendo parte dos doces na calçada do banco”, contou.
Em sua rotina, Herika ia pela manhã ao estágio, enquanto sua mãe, Aparecida, vendia os doces na bicicleta na mesma rua. Na hora do intervalo do almoço, ela ajudava a mãe com as vendas e depois voltava para o trabalho. À noite, ia para a faculdade com a bicicleta cheia de doces em busca de mais clientes.
“Eu e minha família passávamos por dificuldade financeira e o que eu recebia no estágio e com os doces era nossa única fonte de renda mensal. Eu não podia parar, e foi por meio da Balonê Doces que fui garantindo nossa renda e a manutenção do meu curso”, explicou.
O que se aprende vendendo doces na rua?
O negócio de Herika e sua mãe começou a crescer. Hérika conta que começava o seu dia às 5h porque era preciso fazer os doces para então ir ao estágio, vender e estudar. Todos os dias nessa mesma rotina, durante dois anos.
“Essa experiência nas ruas, cara a cara com os clientes, me ajudou a conhecer muita gente, a fazer networking e a entender a importância de ouvir as pessoas”, comentou. Herika se formou e continuou conciliando a venda de doces com a mãe com empregos na área de marketing e vendas. Até que em 2021 sua jornada ganhou mais um capítulo.
Em outubro daquele ano, Herika começou a pesquisar mais sobre o iFood quando viu uma vaga de Executiva de Vendas. Ela fez a lição de casa e foi em busca de outras pessoas para saber mais sobre o iFood. “Era uma vaga a 79 km de Vila Velha, em uma cidade chamada Aracruz. Mas era dentro do que eu queria e em uma empresa com o perfil que eu gostava: humanizada, preocupada com as pessoas”, relembrou.
Retribuindo toda a ajuda que recebeu
Nove meses depois desse movimento, muita coisa aconteceu. Hoje o empreendimento de doces é gerenciado pela mãe (que passou até a ter salgados no cardápio).
Já Herika, agora, se dedica a ajudar os restaurantes parceiros do iFood em Aracruz a crescerem. “É um trabalho que tem um pouco de tudo: eu ajudo os empreendedores a evoluírem e se conectarem com os clientes, com a participação nas promoções, criação de cardápio, divulgação e muito mais”, contou.
Herika relatou um pouco da sua história no Linkedin e recebeu uma chuva de reações positivas ao mostrar que todo o trabalho é digno e não há por que ter vergonha quando se começa com muito pouco. “Duas coisas me fizeram chegar onde cheguei: a educação, que me possibilitou muito do que conquistei, e a prática da comunicação junto à dedicação de ouvir e conversar sempre com as pessoas ao meu redor”, explicou Herika, empreendedora e executiva de vendas.