Donos de marmitarias contam como cresceram no iFood na pandemia

Maioria desse tipo de estabelecimento surgiu no país nos últimos três anos, de acordo com dados do Sebrae

O mercado de “quentinhas” está bem aquecido.  O negócio de marmitarias vem ganhando adeptos no país. E se expandiu sobretudo no período da pandemia de Covid-19, em que as pessoas ficaram mais em casa e passaram a pedir comida nas refeições do dia a dia.

Números levantados pelo Sebrae mostram o avanço das marmitarias no Brasil. Dos quase 44 mil estabelecimentos em funcionamento, perto de 300 mil abriram nos últimos três anos.

Mesmo quem possuía restaurantes com outro foco de operação se rendeu ao formato ao perceber a tendência.

Foi o caso da Matula Marmitaria, de Curitiba (PR). “Antes da pandemia, tínhamos um restaurante”, conta a sócia Helena El Horr. “Por volta de março de 2020, nossa operação ficou muito restrita. Não podíamos abrir o salão, mas pelo menos conseguíamos vender marmitas.”

A empreendedora diz ter percebido, então, que era mais fácil vender marmitas do que ter um restaurante com bufê, uma operação mais complexa. “Acabamos nos encantando com a simplicidade da marmita”, resume.

O encantamento logo se traduziu em oportunidade. “Após uns quatro meses de pandemia, decidimos vender tudo o que tinha no salão: cadeiras, mesas, bufê, geladeira, o equivalente a cerca de 70% do nosso inventário”, dimensiona.

O dinheiro proveniente dessa venda foi usado para alugar uma sala, “um espaço de 10 a 12 metros quadrados para vender marmita”, descreve Helena. “Estamos há dois anos e meio com a marmitaria e está dando muito certo, muito mais do que dava o restaurante.”

A estrutura, ressalta, é bem enxuta. Ou “o mínimo do mínimo que precisamos para fazer as marmitas”, diz a empreendedora. “Um espaço mínimo de cozinha, uma área de expedição para a embalagem dos pedidos e para recepcionar os motoboys e só, além de um balcão na frente que dá direto para a rua.”

Começo na garagem

Se, na Matula, o negócio se transformou em razão de mudanças conjunturais, houve também quem já era adepto do modelo das marmitarias e surfou na onda do aumento da demanda.

Isso aconteceu, por exemplo, com o Urbano Express, de Foz do Iguaçu (PR). “O negócio cresceu 300% durante a pandemia”, calcula o dono e fundador, Ricardo de Nadai Dias. “E não senti uma queda grande ainda após.”

O Urbano surgiu em 2017 já no formato de delivery, na garagem da mãe de Ricardo. “Após ter dois estabelecimentos voltados para o atendimento presencial, decidi abrir uma empresa somente com foco nas entregas de comida brasileira, o que na minha cidade não era usual”, relata.

“Após quatro meses de funcionamento, aluguei um espaço no shopping Mercosul com estrutura voltada para o delivery, mas também com atendimento a la carte na praça de alimentação. Hoje contamos com duas unidades em Foz do Iguaçu e estamos finalizando uma terceira para abrir em breve.”

Atualmente, 100% das receitas do empreendimento provêm das marmitas, segundo Ricardo. Ele aposta na variedade do cardápio para ampliar a demanda, entre “grelhados, parmegiana, estrogonofe, massas e uma linha saudável”, lista.

 Mas não é só a quantidade de opções que tem ajudado o Urbano a ganhar mercado. A presença na plataforma do iFood, para Ricardo, também é um fator decisivo para a expansão do negócio.

“Tem sido fundamental em minha jornada no sentido de poder competir de igual para igual com empresas muito mais bem estruturadas e talvez hoje, dentro do ramo de delivery, ser até maior que vários restaurantes de rede”, afirma.

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