Que a digitalização é um caminho sem volta, ninguém duvida. Chegar lá, no entanto, exige dos empreendedores a busca por soluções digitais que conectem os negócios aos consumidores em uma nova realidade de mercado. É o caso dos donos de restaurantes que passaram a utilizar aplicativos de entrega, como o iFood, para oferecer um serviço ainda mais completo e essencial em meio à pandemia. Entre março de 2020 e março de 2021, 110 mil novos estabelecimentos se cadastraram no iFood.
Com esse novo contingente de empreendedores no aplicativo, vieram também as dúvidas sobre como melhor performar no ambiente online, como aumentar as vendas e melhores práticas para conversar com o público final e para lidar com as finanças no novo modelo de negócio.
Para atender as demandas dos parceiros, o iFood criou o iFood Decola, plataforma que conta com diversos cursos de curta duração, dinâmicos e alinhados com as necessidades mais urgentes dos donos e funcionários de restaurantes, bem como dos entregadores cadastrados no app. Atualmente já foram impactadas mais de 240 mil pessoas com iniciativas de capacitação e cursos em parceria com SESI, Conquer e PROA.
Confira, a seguir, algumas dicas do iFood para melhorar a performance no delivery.
Internet como vitrine do negócio
Para o consultor Matheus Lessa, especialista em food service, a internet é uma vitrine para os negócios. Investir no relacionamento digital com o público é crucial para o sucesso de longo prazo na área de alimentação. Já o especialista em marketing digital Micha Menezes, chama a atenção para o uso do Instagram, que tem se despontado como um dos melhores canais para despertar o apetite de potenciais clientes e aumentar as vendas pelo delivery.
Diferencial
Identificar o diferencial e comunicar isso para o público são peças-chave para o sucesso. Outro conceito que Matheus sugere considerar é o de over delivery, ou seja, quando a empresa entrega mais do que o cliente espera. “O que você pode pensar em entregar a mais? Dar brindes, mimos ou amostras de novidades do cardápio são formas de se posicionar de maneira única na cabeça das pessoas”, diz o consultor.
Instagram: fotos e conexão com o público
O Instagram tem se despontado como um dos melhores canais para despertar o apetite de potenciais clientes e aumentar as vendas pelo delivery. Para isso, é essencial ter um perfil organizado, com todas as informações necessárias como o que o restaurante vende, o horário de funcionamento e o link para fazer o pedido no iFood.
As fotos postadas na rede também devem ser caprichadas, sendo possível fotografar o prato em um local bem iluminado, sem flash, usando luz natural para deixar as cores da comida mais vivas. Para a edição, vale recorrer a aplicativos gratuitos, como o Lightroom.
Para as legendas, a dica é investir em tons emocionais, destacando o que o prato tem de melhor: bacon crocante, molho picante, gostinho inconfundível etc. E, ainda, incentivar as pessoas a interagirem com você, criando uma conexão com os consumidores.
Anúncios direcionados
Ainda em se tratando do Instagram, é possível escolher o público-alvo dos anúncios. Para quem está começando e ainda tem poucos seguidores, Micha indica a opção “Criar meu público” e focar em um único segmento para que o anúncio seja mais eficiente. Ao selecionar o raio de alcance do anúncio, ele recomenda moderação. “Diminua o raio para privilegiar bem a região do seu restaurante”, diz.
Gestão financeira
A economista Marcela Kawauti, que atua há 15 anos na área de educação financeira, listou as cinco práticas que tendem a atrapalhar a gestão financeira de qualquer restaurante. Ela também aponta algumas soluções para administrar melhor o orçamento, planejar o crescimento e projetar melhor os custos, receitas e despesas. Confira:
- 1. Despesas invisíveis
Compras sem planejamento ou que não são anotadas, mesmo que sejam de baixo valor, escapam ao radar do empreendedor.
A solução: Acompanhar o fluxo de caixa diariamente e anotar tudo o que entra e o que sai para ter melhor controle dos gastos invisíveis
- 2. Gastos ineficientes
São aqueles mal planejados e que podem sair caro. Um exemplo: fazer compras no mercado mais próximo, mais custoso do que um fornecedor.
A solução: Planejar as compras em detalhe e comprar onde tem o melhor preço ou em grande quantidade para negociar um desconto.
- 3. Falta de visão de longo prazo
Não adianta só planejar o orçamento de um mês: o ideal é ter uma visão de longo prazo.
A solução: fazer um planejamento de 12 meses levando em conta a sazonalidade.
- 4. Dívidas desnecessárias
Sem planejamento financeiro, o empreendedor cai na armadilha de pedir empréstimos para apagar incêndios e acabam pagando altas taxas de juros que sobrecarregam o orçamento da pessoa jurídica.
A solução: recorrer a linhas de financiamento mais baratas, como as de capital de giro. E planejar as dívidas caras, para ter tempo de pesquisar as melhores opções de crédito.
- 5. Mistura de contas
Muitos empreendedores não separam o dinheiro pessoal do que pertence ao negócio.
A solução: ter contas correntes e planilhas de controle separadas para a pessoa física e a pessoa jurídica.
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