Com crédito e dados, iFood Pago faz restaurantes crescerem

Bruno Henriques, CEO do iFood Pago, revela como a marca investe para se tornar o banco dos restaurantes

Há cerca de três anos, o iFood oferece serviços financeiros —como linhas de crédito— aos restaurantes, operando como um banco digital que agora lança sua nova marca: o iFood Pago.

iFood Pago é o banco dos restaurantes: oferece conta digital e meios de pagamento e facilita o acesso ao crédito para melhorar a gestão financeira do negócio e incentivar seu crescimento. Com base nos dados de transações desses parceiros, também cria linhas de financiamento sob medida para cada um.

Hoje, esse banco digital tem mais de 140 mil contas ativas, transaciona R$ 70 bilhões por ano em GMV (Gross Merchandise Value, a receita gerada em vendas na plataforma) e já concedeu R$ 1,5 bilhão em crédito aos empreendedores. 

Uma das novidades do iFood Pago é a Maquinona, que chega com o diferencial de receber pagamentos de maneira integrada com o delivery do iFood e de usar a inteligência artificial para ajudar os empreendedores a fazerem campanhas de marketing para captar e fidelizar clientes –tanto no app como no salão.

A expectativa é de ter cerca de 5.000 Maquinonas no mercado nos próximos meses e 50 mil restaurantes adotando essa ferramenta até março de 2025.

Em entrevista ao iFood News, Bruno Henriques, CEO do iFood Pago, revela mais detalhes sobre o iFood Pago e como suas soluções usam a tecnologia para ajudar os restaurantes a crescer.

iFN – O iFood está há 13 anos no mercado de alimentação. Como a empresa usou essa expertise para identificar as dores dos restaurantes e criar as soluções do iFood Pago?

Bruno Henriques

A grande dor do restaurante é crescer. Os pequenos empreendedores aprendem a fazer uma boa comida, abrem um restaurante legal, conquistam clientes. Mas a dificuldade é o que fazer para o negócio crescer e prosperar.

Nesse sentido, o iFood Pago chega para ajudar de duas maneiras: com produtos e serviços financeiros e, principalmente, com dados.

Oferecendo crédito, nós financiamos bons restaurantes, aqueles que querem crescer mas, para isso, precisam aumentar o salão para ter mais mesas, por exemplo. O crédito viabiliza esse tipo de investimento para poder crescer. 

Além disso, o iFood Pago ajuda com dados. Nesses 13 anos em que estamos no mercado, os restaurantes sempre demonstraram o desejo de ter acesso aos dados dos clientes para conhecer melhor o seu comportamento de consumo, saber se aquela pessoa que entrou no restaurante já pediu no delivery e como é possível fidelizá-la. 

Esse é um setor que carece de dados. Por isso, o iFood Pago quer ajudar esses empreendedores a identificar quem são os seus clientes oferecendo dados estruturados para que eles possam, por exemplo, oferecer um brinde ao ver que aquela pessoa já consumiu cinco vezes naquele mês. Ou mandar uma notificação porque faz tempo que ela não vai ao restaurante.

iFN – Como o iFood Pago quer se diferenciar dos bancos digitais?

Bruno Henriques

O diferencial do iFood Pago é ser um banco focado no ecossistema de alimentação, com produtos financeiros específicos para esse tipo de empreendedor. Nossa conta digital foi pensada para atender aos donos de restaurantes. O iFood Pago quer oferecer produtos financeiros que atendam às necessidades desses empreendedores.

O iFood, hoje, reúne 350 mil restaurantes, 250 mil entregadores e 50 milhões de clientes. Conhecemos muito bem esse ecossistema e temos um relacionamento próximo. Então podemos oferecer uma conta feita para quem tem um restaurante, para ajudar os empreendedores a administrar seu negócio e a crescer. 

Um exemplo: a conta digital terá um calendário de recebíveis para organizar a vida financeira do restaurante, que é uma grande dor. E integra os meios de pagamento, seja via WhatsApp, maquininha ou app do iFood.

São soluções que nasceram por meio de dados, que são o nosso ativo e que vai ajudar esses negócios a funcionar cada vez melhor. São teses que estamos testando há cerca de três anos, ganharam corpo e agora se mostram sólidas. 

Outro diferencial é que os serviços financeiros do iFood Pago conectam o negócio online com o offline. O cliente vai ao restaurante, paga na Maquinona, dá o seu consentimento e, assim, o estabelecimento tem acesso aos seus dados de consumo, tanto no app do iFood como no salão.

iFN – O que é a Maquinona e como ela usa IA para fazer marketing?

Bruno Henriques

A Maquinona não é só um meio de pagamento. Ela também traz dados para os empreendedores. Se o cliente estiver no salão, por exemplo, na hora de pagar ele pode dar o consentimento para compartilhar seus dados do iFood com aquele restaurante.

Com esses dados unificados, os empreendedores têm uma noção melhor do perfil do cliente e do seu comportamento de consumo e podem criar ações específicas para fidelizá-lo. Com a Maquinona, o restaurante ganha mais autonomia para criar campanhas de marketing.

Usando essa ferramenta de CRM [gestão de relacionamento com o cliente], o restaurante consegue disparar notificações, criar campanhas de marketing, fazer seu programa de fidelidade. E pode usar o app do iFood para enviar um cupom, uma promoção.

O iFood usa bastante a inteligência artificial para entender quem são nossos clientes e o que mais gostam de comer. A Maquinona usa esses dados e a IA para trazer insights para o restaurante. 

Ela pode mostrar quantas pessoas no entorno gostam de comidas que estão no seu cardápio mas nunca compraram no restaurante. Se o seu preço está muito acima da média na região. Ou trazer ideias do que falta oferecer, como um hambúrguer diferente, para explorar melhor o mercado daquela área. 

São dados e insights para ajudar os restaurantes a crescer, tanto trazendo clientes como remodelando o cardápio.

“Vale ressaltar que não somos uma maquininha tradicional e sim uma potente e moderna categoria desse dispositivo, que agrega dados e estratégia para o nosso parceiro. Não há nada igual no mercado atualmente", esclarece Henriques.

iFN – Como o iFood Pago vai ajudar os restaurantes a crescer?

Bruno Henriques

Já está ajudando. No primeiro teste que fizemos, vimos que os restaurantes que usaram a Maquinona aumentaram as vendas em 7%. E que os empreendedores que receberam crédito do iFood cresceram 20% mais do que os que não receberam.

Os produtos financeiros do iFood Pago são efetivamente voltados para o crescimento dos restaurantes. Agora, esses empreendedores têm um parceiro que investe neles para que eles cresçam.

Nesse sentido, a grande diferença é que os bancos não conseguem saber quem é esse dono de restaurante. Nós sabemos. Sabemos que ele está vendendo bem, temos dados sobre o comportamento e a performance desse restaurante no iFood. 

Isso permite que a gente conceda crédito de maneira mais assertiva. Outros bancos podem achar arriscado dar crédito para esse empreendedor. Independentemente de qualquer problema que o dono do restaurante tenha, nós não olhamos apenas para isso. Se o restaurante vai bem e é nosso parceiro há muito tempo, temos mais é que dar crédito para ele crescer.

iFN – Qual é o seu sonho grande com o iFood Pago?

Bruno Henriques

Nosso grande sonho é ser o banco e o meio de pagamento do setor de alimentação no Brasil. Queremos trazer dados e inteligência para os restaurantes, reduzir o custo da alimentação na cadeia e crescer. 

Nossa previsão é que, no primeiro ano fiscal, o iFood Pago gere uma receita de R$ 1 bilhão. Acreditamos que, como negócio, o iFood Pago tem potencial para ser do porte do iFood e fazer a empresa dobrar de tamanho. Esse é o nosso sonho.

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