Responda antes da primeira mordida: quais são os segredos de um bom pastel de feira? Além do recheio e da massa, certamente você dirá que ele precisa estar crocante e quentinho.
Pois conservar essas características no delivery de pastel foi o grande desafio do empreendedor André Takeda na tarefa de rechear o orçamento do negócio da família, os Pastéis Takeda, em 2018.
Fazia um ano que o salão da pastelaria estava aberto na rua dos Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Muito do movimento da casa se sustentava pelo consumo de pessoas que trabalhavam no entorno.
Porém, grandes empresas vizinhas começaram a fechar. “Com isso, tivemos uma queda brusca no faturamento”, lembra André.
Era preciso encontrar um meio de alavancar as vendas. Foi então que André pensou em adotar o formato do delivery. “Fui pedir orientações à época no Sebrae e lá me disseram que era inviável vender pastel por entrega porque ele chegaria descaracterizado ao cliente”, diz.
Inspiração em outras embalagens
O empreendedor não se deu por satisfeito com a resposta. Afinal, deveria haver um jeito de manter as propriedades do pastel até ele chegar às mãos dos clientes.
Ele concluiu que a solução estava na embalagem. Assim, foi buscar inspiração em outros tipos de alimento que já eram usuários do delivery.
Em seu trabalho de benchmarking (termo aplicado ao estudo da concorrência), ele fez pedidos de hambúrgueres e de tortinhas fritas de maçã ou de banana para estudar suas embalagens.
Diante desses exemplos, André decidiu adaptar as caixinhas de papelão utilizadas para transportar outros comestíveis para o acondicionamento dos pastéis.
“Eu mesmo desenhei os mockups [maquetes] das caixinhas, adaptando o tamanho para os pastéis”, afirma André. “E fui atrás de uma gráfica, que é a mesma que me fornece as embalagens até hoje.”
Entenda de maneira simples o que é consumo consciente
Esquenta para o delivery de pastel
Havia ainda um problema extra: evitar que manchas de gordura comprometessem o aspecto da encomenda.
A saída foi envolver o pastel em um papel protetor antigordura antes de colocá-lo na caixa. Esse papel é produzido por um parceiro contratado pela pastelaria.
Graças a esse pacote de cuidados – que inclui uma sacola de papel kraft –, o pastel de feira da Takeda faz jus ao nome quando é entregue pelo delivery, segundo André: chega até o cliente ainda crocante e quentinho.
Sua iniciativa de buscar uma embalagem que viabilizasse o modelo de delivery para o pastel permitiu que os Pastéis Takeda estivessem entre os pioneiros desse tipo de estabelecimento na plataforma do iFood.
Atualmente, o delivery responde por 70% do movimento da casa, considerando as entregas e as vendas no salão da rua dos Pinheiros. Durante a pandemia, o modelo foi decisivo para conservar o faturamento do negócio.
Por sinal, André diz que costuma se deparar com o tipo de embalagem que adaptou sendo usado por outras pastelarias que trabalham com delivery. Ele é que se tornou, no caso, a fonte inspiradora da inovação.
A parceria com o iFood
Em seu processo de crescimento, André aponta a parceria com o iFood como fundamental para “dar visibilidade à marca”. “Abriu portas, inclusive, para que passássemos a vender nossos pastéis em eventos”, ressalta.
Mas, voltando à pergunta do início do texto, não é só da consistência crocante e da quentura que se faz um bom pastel de feira.
A família Takeda sabe bem que é preciso investir na qualidade do produto para conquistar a clientela. “Temos grande preocupação com o padrão dos ingredientes”, frisa André.
Sua pastelaria também é generosa no recheio. “Tem 30% a mais do que geralmente vem no pastel de feira tradicional”, dimensiona.
Entre os sabores que mais fazem sucesso, o empreendedor cita o de carne com queijo e o especial de carne, com o dobro de recheio e que “equivale a uma refeição”.
Ah, e a Pastéis Takeda também entrega o caldo de cana, parceiro inseparável de todo pastel de feira que se preze.