Renata Vanzetto: o tino empreendedor aguçado da chef

No Dia do Empreendedor, entrevistamos a chef Renata Vanzetto, dos restaurantes Ema, Muquifo, Matilda, Megusta, Mé, Mi•Ado, Pescadora e Buffet Vanzetto

Empreender e ser dono do próprio negócio é, pela primeira vez nas pesquisas, o segundo maior sonho do brasileiro, de acordo com o Sebrae. Não é à toa que hoje o país soma quase 19 milhões de pequenas e médias empresas, o que se reflete em mais da metade de todos os postos de trabalho gerados e aproximadamente 30% do PIB do país. No entanto, tirar o plano do papel exige preparo, planejamento e muitas horas de dedicação. E – por que não? – uma boa pitada de paixão.

É o caso da chef Renata Vanzetto, para quem empreender anda de mãos dadas com a sua paixão pela cozinha. Aos 32 anos, ela é o nome à frente do Grupo Eme, formado pelos restaurantes Ema, MeGusta, Muquifo, Matilda, Mé (estes, disponíveis no iFood), Miado, Pescadora e Buffet Vanzeto. Com tino para os negócios, ela comenta que enxergar potencial e oportunidades no trivial é um exercício diário – além, é claro, de botar a mão na massa.

iFN: Em que momento o empreendedorismo passou a ser protagonista nas suas atividades?

RV: O empreendedorismo esteve presente na minha vida desde cedo. Sempre transformei a gastronomia em trabalho, em projetos e sustento. Gosto de empreender e abrir coisas – abri um restaurante quando eu tinha apenas 18 anos. Mas foi depois do Marakuthai, com a abertura do Ema, que aumentei o grupo e passei a empreender de forma mais ativa.

iFN: Que dicas daria para quem busca empreender no setor de alimentação e hospitalidade?

RV: A primeira dica é ter consciência de que não é fácil, não é uma área simples. Lidar com alimentos e bebidas é lidar com perecíveis. Precisa de muita mão-de-obra e equipe. Lidar com pessoas, seja equipe ou uma grande clientela, exige preparo. Diferente de outras áreas, em um restaurante, você atende centenas de clientes por dia.
Outra coisa é observar que a média de vida de um restaurante, no Brasil, é curta. Você já tem que entrar nesse setor pensando qual vai ser o seu diferencial: o que vai fazer de diferente para “sobreviver” nesse cenário?

iFN: O delivery já fazia parte do dia a dia nos seus restaurantes?

RV: Sempre trabalhamos com o delivery. O Muquifo e o Matilda sempre tiveram um delivery muito bom. Com a digitalização dos restaurantes na pandemia, sobrevivemos, praticamente, do delivery.
Tivemos que estruturar uma operação que não era o foco, mas que de repente, virou o foco. Nosso foco sempre foi o salão e, do nada, não tinha mais o salão. A gente teve que se ajustar: pensar em embalagens, um cardápio que viajasse bem, preços e o que mais envolvesse a logística da viagem. Tem que ter um outro olhar porque não tem jeito: é uma operação muito diferente.

A demanda é muito alta – e, graças a Deus, o delivery continua: cresceu na pandemia e segue muito bem.

iFN: Que experiências é possível proporcionar no delivery, além da entrega, ou que você enxerga como oportunidade no modelo?

RV: Eu acho que o delivery tem que gerar uma experiência igual quando o cliente vai ao seu salão: você tem que tentar, ao máximo, oferecer uma experiência diferenciada. Então tem que ter (óbvio) um produto bom – de sabor, temperatura e qualidade -, mas também pensar nos detalhes: no guardanapo que vai junto, no hashi, alguma frase, uma sacola legal. Esses detalhes que, no delivery, fazem a experiência. A gente dá muita importância pra isso, pra uma identidade visual legal, pra transmitir um pouco da essência do restaurante pelo delivery.

iFN: Você está bastante presente nas redes sociais. Por que os negócios precisam dessa presença digital?

RV: As mídias sociais são muito importantes não só no nosso segmento, mas em todos. As pessoas usam as redes sociais para o boca a boca. Então, se você abre um restaurante e ⅓ dos clientes já fizer um stories, surge ali a oportunidade de milhares de pessoas verem o seu negócio. A mídia social tem um peso gigante.

*Foto de capa: Gustavo Steffen

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