O que será que tem mais chance de mudar no nosso modo de trabalhar daqui a alguns anos? Esse foi o ponto de partida de uma nova pesquisa sobre o tema, realizada em 2022 pelo think tank Amanhã do Futuro do Trabalho (AFTr), um hub de estudos sobre o tema composto por Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), Grupo Stefanini, MIT Sloan Review Brasil e Talenses Group.
Depois de listar 33 transformações relacionadas ao futuro do trabalho que já estão no radar, os pesquisadores perguntaram a 504 profissionais de todo o país o que eles achavam —entre eles, muitos que tomam decisões, como diretores e gerentes de empresas.
Eles mostraram aos entrevistados afirmações relacionadas aos trabalhadores, à execução das atividades, aos tipos de trabalho e à educação adaptada às demandas do mercado. Após as entrevistas, mediram o grau de concordância com esses quesitos em uma escala crescente de 0 a 10.
As notas mais altas mostram as maiores concordâncias e indicam mais certeza de que aquelas transformações vão acontecer. Por isso, sinalizam as mudanças mais seguras entre as que já podem ser colocadas em prática pelas empresas.
O resultado da pesquisa foi que 39% das afirmações ficaram na categoria de maior certeza de que a mudança descrita vai acontecer, enquanto 48% ainda suscitam polêmicas e 12% estão no campo de debate que ainda está aberto a discussão.
O que vai mudar no trabalho do futuro?
Segundo a pesquisa, as 13 afirmações que tiveram as maiores notas, indicando que os profissionais acham que certamente acontecerão, são, em ordem decrescente:
- As inovações tecnológicas irão exigir uma constante requalificação da força de trabalho (nota 9,05);
- Trabalhos que exigem criatividade e inovação serão altamente valorizados e bem remunerados (nota 8,95);
- Soft skills serão indispensáveis para progredir na carreira e aumentar a remuneração (nota 8,89);
- Os colaboradores irão valorizar cada vez mais a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional (nota 8,83);
- Os profissionais estarão constantemente aprendendo e desenvolvendo novas habilidades em vez de procurar novos diplomas (nota 8,68);
- Trabalhos e tarefas rotineiras serão automatizados (nota 8,66);
- Haverá grandes mudanças nas relações de trabalho contratuais em direção a contratos temporários e flexíveis (nota 8,58);
- O modelo “work from anywhere” (trabalhe em qualquer lugar) terá grande relevância nos motivos para os trabalhadores aceitarem uma proposta de trabalho (nota 8,49);
- Profissionais vão preferir trabalhar mais tempo remotamente do que no escritório (nota 8,41);
- O engajamento dos trabalhadores será o maior desafio para as empresas (nota 8,38);
- A aposentadoria estará mais distante e será menos comum entre trabalhadores (nota 8,21);
- O trabalho será marcado pela cooperação entre humanos e máquinas (nota 8,13);
- A geração de valor para a sociedade será um pilar cada vez mais importante na cultura da empresa e para o engajamento dos colaboradores (nota 8,12).
Ainda, segundo o estudo, as mulheres entrevistadas mostraram maior nível de certeza em relação às afirmações sobre políticas de diversidade e inclusão, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e geração de valor para a sociedade. E as pessoas mais jovens concordam mais com as afirmações relacionadas ao trabalho remoto, à adoção de políticas de diversidade e inclusão e a à diminuição da carga horária de trabalho no futuro.