A Central de Apoio Jurídico e Psicológico foi criada em junho de 2023 em parceria com a Black Sisters in Law, um coletivo de advogadas negras. O local esteve aberto por dois anos, e, em 2025, os atendimento passaram a acontecer somente em formato digital.
A Central já atendeu mais de 600 casos em todo o Brasil, reforçando o compromisso da empresa com a dignidade e os direitos desses profissionais.
Dois Anos Protegendo Entregadores: Resultados da Central iFood
Durante o segundo ano de atuação da Central (entre julho de 2024 e junho de 2025), 464 casos foram atendidos, o que representa mais que o dobro do ano anterior (entre junho de 2023 e junho de 2024), quando os casos atendidos chegaram a 215. Entre os incidentes, 40,52% foram relacionados à discriminação, evidenciando como o preconceito social e racial ainda está presente na profissão de entregador.
Em 23,24% dos casos houve ameaças e, em 21,22% deles, chegou a ocorrer algum tipo de agressão física. Além disso, 2,17% dos casos foram relacionados a assédio ou violências sexuais. As três cidades com mais registros foram São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, colocando o Sudeste como região com mais casos. Curitiba ficou em quarto.
Com a iniciativa, cada vítima recebe assistência humanizada e personalizada de uma advogada para registro do boletim de ocorrência, acompanhamento de toda a investigação e para a instância judicial, quando aplicável. Além disso, são realizadas sessões de psicoterapia com profissionais indicadas pela organização. As assistências são 100% gratuitas para os parceiros ativos na plataforma.
“O fortalecimento dessa iniciativa ao longo desses dois anos demonstra como o acolhimento e a escuta ativa têm um papel central na construção de um ambiente mais seguro e respeitoso para quem entrega com a gente. Nossa prioridade é garantir que nenhum caso de violência passe impune — e, mais do que isso, que cada entregador se sinta protegido e amparado sempre que precisar”, afirma Tatiane Alves, gerente de Impacto Social do iFood.
Como Funciona a Central de Apoio Psicológico e Jurídico
Nos casos criminais envolvendo ofensas, ameaças ou discriminações contra entregadores, a resolução pode ocorrer de diferentes formas, dependendo da gravidade do crime. Entre as possibilidades, estão o acordo amigável com pagamento de indenização, que pode ser feito tanto na esfera cível quanto penal e, se homologado, pode encerrar o processo.
Também é possível a transação penal, medida prevista pela Lei dos Juizados Especiais, que permite ao autor do fato cumprir uma pena alternativa (como multa ou serviços comunitários) em vez de seguir com o processo. Além disso, em alguns casos, o autor pode apresentar um pedido formal de retratação ou desculpas, que pode ter efeito jurídico, como nos crimes de calúnia e difamação, ou simbólico, sendo considerado no processo como tentativa de reparação moral.
Além do suporte direto às vítimas, a Central também tem gerado impacto positivo para a atuação das mulheres negras no Direito: mais de 200 advogadas da rede Black Sisters in Law já foram envolvidas na iniciativa em todas as regiões do país. “A Central segue como um farol de justiça, acolhimento e empoderamento. Ao conectar a luta dos entregadores com a atuação das advogadas negras, construímos uma rede sólida de apoio e representatividade. Essa parceria tem transformado vidas e mostrado o poder de alianças feitas com propósito”, destaca Dione Assis, fundadora da Black Sisters in Law.
Política de Combate à Discriminação
O iFood conta com uma Política de Combate à Discriminação e à Violência para oferecer a todos um ambiente ético, seguro e livre de qualquer forma de violação de direitos. A empresa não aceita qualquer tipo de discriminação, preconceito ou violência contra qualquer pessoa que faça parte do seu ecossistema, como entregadores, clientes, lojas, operadores logísticos e franqueados. Para garantir isso, existem sanções que podem ir desde advertências e treinamentos até a desativação de uma conta.
Valorização dos entregadores
Além da Central de Apoio Jurídico e Psicológico, o iFood vem trabalhando constantemente em uma agenda de valorização dos entregadores. Entre as ações realizadas, estão programas de educação básica e iniciativas voltadas à segurança viária. Para diminuir os conflitos entre clientes e profissionais de entrega, a companhia investe em campanhas de conscientização como a #BoraDescer, que incentiva os clientes a descerem de seus apartamentos para receberem pedidos, além da articulação junto a associações de síndicos e condomínios.
Serviço – Como funciona?
O iFood reforça que qualquer situação de violência, ameaça ou discriminação deve ser denunciada pelo aplicativo. Toda entregadora ou entregador ativo que for vítima de agressão física, ameaça, qualquer tipo de discriminação, ou violência sexual durante as entregas pode contar com apoio psicológico e jurídico oferecido pela plataforma.
- O primeiro passo é relatar o caso ao iFood, seguindo o passo a passo:
- Acesse a tela principal do app “iFood para Entregadores”;
- Toque no botão para emergências, com o símbolo “!”;
- Escolha o tipo de incidente;
- Explique de forma detalhada o que aconteceu;
- Se tiver, anexe fotos importantes para documentar;
- Envie a sua denúncia.
Após o relato, a equipe de segurança do iFood entra em contato com o entregador para prestar o apoio necessário. Com a autorização da vítima, o caso é direcionado para uma advogada, além da assistência psicológica para ajudar a lidar com as consequências emocionais desse tipo de situação.
“É importante que os entregadores e entregadoras não se calem e façam imediatamente uma denúncia quando sofrem qualquer tipo de violência. Juntos, podemos construir um ambiente mais justo e com respeito para todos”, reforça Tatiane Alves.
Campanha para os clientes e treinamento para entregadores
Além de ter a Central de Apoio, para evitar conflitos entre clientes e entregadores, o iFood também realiza a campanha “Boas práticas”, que mostra aos clientes como se comunicar de maneira mais amistosa, gentil e respeitosa.
Essas mensagens estão sendo veiculadas pelo aplicativo do iFood e nos canais internos de mais de 240 condomínios e atingem, semanalmente, mais de 870 mil pessoas.
Os clientes também estão sendo comunicados sobre a existência da Central de Apoio Jurídico e Psicológico. “A ideia é alertar que se o entregador sofrer alguma agressão, ele terá o apoio do iFood. Já o cliente, além de ser banido da plataforma,pode responder judicialmente”, destaca Johnny.
Já os entregadores têm acesso a cursos por meio do Decola, plataforma voltada para o desenvolvimento desses profissionais e que disponibiliza gratuitamente conteúdos sobre boas práticas com os clientes, dicas para realizar as entregas, como manter a conta segura, segurança no trânsito, entre outros.