Pesquisa traça o perfil dos entregadores de aplicativo

Saiba quem são as pessoas que trabalham com delivery por meio de plataformas como o iFood, de acordo com estudo feito pelo Cebrap

Hoje existe 1,6 milhão de pessoas trabalhando com transporte de passageiros e delivery por meio de aplicativos no Brasil. Entre eles, 385,7 mil são entregadores, como os que trabalham com o iFood (os outros, 1,27 milhão de pessoas, são motoristas).

Esses são dados da pesquisa “Mobilidade urbana e logística de entregas: um panorama sobre o trabalho de motoristas e entregadores com aplicativos”, realizada pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) a pedido da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que reúne iFood, 99, Uber e Zé Delivery.

Esses entregadores, em geral, são homens, declaram-se pretos e pardos, de classe C, estão na faixa de 33 anos, têm ensino médio e são donos da própria moto. E a maioria já tinha um trabalho antes de aderir aos aplicativos —em 27% dos casos, já trabalhavam com entregas antes de ingressarem nos apps (confira mais detalhes sobre o perfil no carrossel abaixo, clicando na seta no canto inferior direito).

Pesquisa CEBRASPE perfil do entregador

Essa é a primeira vez que são divulgados dados exclusivos de trabalhadores de plataformas, que não contemplam os profissionais que atuam fora dos aplicativos, como os entregadores que trabalham diretamente com os restaurantes

Mais sobre a pesquisa do Cebrap

Olhar para os dados que revelam o perfil de quem trabalha com aplicativos é importante para que as empresas possam pensar suas ações e para enriquecer o debate sobre políticas públicas no setor.

“A pesquisa indica, por exemplo, que 59%dos entregadores do setor já completaram o ensino médio. Seguimos incentivando e dando suporte para que essa proporção aumente e estamos promovendo cada vez mais mais ações que facilitem o seu acesso ao ensino superior”, afirma Debora Gershon, head de políticas públicas da empresa.

Em 2023, o iFood fechou uma parceria com a Faculdade das Américas (FAM) para oferecer bolsas de estudo integrais a 380 entregadores, dos quais 107 se matricularam na instituição.

Além disso, tem programas de educação dedicados aos entregadores, como o Meu Diploma do Ensino Médio e os cursos gratuitos ou com bolsa das plataformas Decola para entregadores e Potência Tech.

Maioria já tinha outro trabalho

Antes de aderir a um aplicativo, a maioria dos entregadores (67%) já exercia um outro trabalho, e 31% estavam desempregados, segundo o estudo do Cebrap. Entre quem já tinha uma ocupação, 27% trabalhavam com entregas. 

“Esse é um dado importante para entendermos que o desemprego é um fator relevante, mas que não explica sozinho a adesão às plataformas”, comenta Debora.

A pesquisa também aponta que a maioria dos entregadores (78%) pretende continuar trabalhando em plataformas. “É importante olhar para a visão de futuro deles. Depois de entrar nos aplicativos, quase 80% querem continuar. Isso reforça a relevância das plataformas em geração de renda e inclusão”, afirma Johnny Borges, head de Impacto Social e Comunidades no iFood. 

“Para melhorar a experiência dos entregadores com a plataforma, estamos olhando para suas necessidades e oferecendo suporte ao trabalho com ações como os novos pontos de apoio e o reforço do Delivery de Vantagens”, afirma Johnny.

Esse conteúdo foi útil para você?
SimNão

Publicações relacionadas