Programar a temperatura do quarto antes mesmo de chegar em casa, monitorar o negócio a distância, procurar a séria favorita por comando de voz e fazer pagamentos com o relógio: tudo isso já está ao nosso alcance graças à internet das coisas.
Entenda o conceito de internet das coisas, suas aplicações, vantagens e desvantagens. Além disso, descubra neste texto como ela tem sido implementada no Brasil, com o Plano Nacional de Internet das Coisas, e em diversos setores da sociedade no mundo todo.
O que é Internet das Coisas?
A internet das coisas (do inglês, IoT – Internet of Things) é o conceito de um ecossistema tecnológico em que objetos – de cafeteira a tratores – conectam-se à internet para executar tarefas. Isso vai desde a prestação de serviços na vida cotidiana, passando por indústrias, cidades etc.
Esses dispositivos eletrônicos portáteis, ou gadgets, podem ser controlados e monitorados remotamente por meio de aplicativos e softwares instalados em gadgets externos. Exemplos disso são smartphones, tablets e computadores.
O termo internet das coisas, portanto, engloba tudo o que pode estar conectado à internet para além de computadores e smartphones. Ou seja: eletrodomésticos, veículos, casas e até mesmo pessoas e animais, uma vez que chips e biochips já são uma realidade.
A conexão entre esses objetos faz a coleta, o processamento ou a transmissão de dados para execução de uma ou mais tarefas que melhoram e facilitam o cotidiano, a economia, as cidades. Em resumo: a vida em geral.
Todos os produtos da Internet das Coisas são compostos por um hardware (chip, sensor ou antena) e um software (programas, aplicativos). Na Internet das Coisas, a conexão à internet é feita via wireless (Wi-Fi, bluetooth), e os dados são armazenados em nuvens (clouds).
O impacto da internet das coisas na educação
Nunca antes a educação havia sido tão impactada pelas tecnologias digitais como foi desde 2020 com a pandemia de Covid-19.
Aulas remotas, provas online, apresentações por zoom: o distanciamento social imposto pela pandemia impactou o ensino da pré-escola à pós-graduação.
Nesse contexto, a internet das coisas tem tido papel fundamental nas interações entre alunos e professores.
Conteúdos interativos por meio do uso de aplicativos e plataformas de e-learning em tablets, computadores e celulares ampliam e melhoram o ambiente virtual de aprendizagem (AVA).
Câmeras com identificação facial podem auxiliar no controle de presença e faltas e segurança dos alunos.
Exemplos de internet das coisas
Itens pessoais como relógios, óculos e pulseiras conectados à internet e multifuncionais, conhecidos como wearables, são exemplos de internet das coisas.
Do controle da qualidade do sono ao pagamento de compras, esses gadgets têm ganhado popularidade e mercado, facilitando a vida em vários aspectos. Assim como esses, outros tantos dispositivos estarão cada vez mais presentes no cotidiano.
Veja abaixo alguns exemplos de internet das coisas.
A aplicação da internet das coisas criou o conceito de cidades e casas inteligentes, além da indústria e agricultura 4.0.
Nesse sentido, cidades inteligentes (smart cities) são aquelas que promovem qualidade de vida, desenvolvimento sustentável, inclusão e segurança. Além disso, oferecem serviços com mais agilidade e transparência por meio de tecnologias como a internet das coisas.
Câmeras de monitoramento, semáforos inteligentes, sensores de qualidade dos ar e aplicativos de serviços são recursos utilizados para facilitar a vida dos moradores e visitantes das cidades inteligentes.
Já as casas inteligentes contam com a praticidade da internet das coisas.
Detectores de vazamento de gás que emitem alertas e notificações para o celular, lâmpadas, interruptores, termostatos e fechaduras controlados por aplicativos, geladeiras, cafeteiras e torradeiras com Wi-Fi, caixas de som acionadas por comando de voz, câmeras monitoradas à distância são alguns exemplos de internet das coisas em itens do cotidiano.
A internet das coisas também está presente nos setores produtivos da economia, como indústria, mineração, pecuária e agricultura.
Os chips usados no monitoramento de animais, tratores e colheitadeiras automatizados, sistemas inteligentes de irrigação, drones são aplicações da internet das coisas na agricultura e pecuária.
Em empresas de mineração, a internet das coisas transforma os processos produtivos, facilitando o monitoramento em tempo real de perfurações e permitindo o rastreamento remoto para segurança dos funcionários.
Na medicina, o uso de biochips implantados em humanos já são uma realidade nos Estados Unidos, onde crescem os registros desses dispositivos.
Do tamanho de um grão de arroz, o biochip pode ser implantado em pacientes em tratamentos de radioterapia para monitorar o nível de radiação
Internet das coisas: vantagens e desvantagens
A internet das coisas pode ser considerada o principal desenvolvimento tecnológico do século 21. Ela afeta a vida em todos os aspectos, trazendo diversos benefícios.
Porém alguns desafios tecnológicos e econômicos resultam em desvantagens quando se pensa na internet das coisas.
Veja abaixo algumas vantagens da internet das coisas.
- Possibilita a utilização eficientes de recursos naturais e materiais;
- Minimiza o esforço humano em diversos aspectos da vida;
- Promove em tempo real o marketing de produtos e serviços;
- Ajuda na redução de custos na indústria;
- Automatiza tarefas diárias;
- Aumenta eficiência e agilidade de processos e a economia de tempo;
- Promove qualidade de vida.
As desvantagens da internet das coisas estão ligadas principalmente à segurança dos dados. Mas há outras que devem ser levadas em consideração.
- A falta de um padrão internacional de compatibilidade para dispositivos;
- Alta complexidade de sistemas podem gerar falhas entre processos;
- Dispositivos podem ser afetados por brechas e falhas de segurança e privacidade.
Entenda o plano nacional de internet das coisas
Com a aprovação do Plano Nacional de Internet das Coisas, o Brasil deu um importante passo diante das transformações digitais que impactam o mundo todo, da indústria aos relacionamentos humanos.
Segundo especialistas, o Brasil é o maior e mais desenvolvido mercado de internet das coisas da América Latina, mas ainda há muitos desafios nas iniciativas pública e privada.
O Plano Nacional de Internet das Coisas, instituído pelo Decreto 9.854, de 2019, busca implementar e desenvolver a Internet das Coisas no país. A ideia é tornar os serviços mais eficientes por meio da IoT, facilitando e melhorando a vida da população.
Entre as medidas previstas pelo Plano Nacional da Internet das Coisas estão:
- Criação de plataformas de inovação em saúde, cidades e campo;
- Financiamento de centros tecnológicos;
- Criação de um selo empreendedor de IoT;
- Fomento de bolsas a pesquisadores;
- Incentivo a startups.
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Internet das coisas na indústria 4.0
Indústria 4.0 – ou Quarta Revolução Industrial – é o termo utilizado para se referir às tecnologias de automação e troca de dados que fazem parte do processo industrial.
Entre essas tecnologias estão a Internet das Coisas, sistemas ciber-físicos, big data, armazenamento em nuvem.
Graças à internet das coisas e o armazenamento em nuvem, máquinas podem trabalhar sozinhas e ser controladas remotamente, ou seja, são automatizadas.
A automatização de fábricas tem sido implementada em diferentes setores produtivos, como a indústria automobilística e agricultura, de diversos países na última década.
Dessa forma, a indústria 4.0 é caracterizada pela junção de tecnologias digitais, físicas e biológicas, tais como nanotecnologia, biotecnologia, inteligência artificial, robôs, drones e impressoras 3D.
O futuro, segundo especialistas, será o de fábricas inteligentes, cujos sistemas se auto-regulam. A velocidade, impacto e alcance da internet das coisas na indústria 4.0 é algo nunca antes visto pela humanidade.