O Brasil precisa de boas políticas públicas em educação que contemplem o uso da tecnologia, afirmam pesquisadores brasileiros do Transformative Learning Technologies Lab (TLTL), da Universidade Columbia (EUA), em artigo publicado em O Globo.
“Países como EUA, Uruguai e Inglaterra já possuem planos robustos de tecnologia educacional. O Brasil, ainda não”, escrevem *Fabio Campos, Mariana Lederman Edelstein, Renato Russo, Rodrigo Barbosa e Lívia Macedo, pesquisadores do TLTL, e Paulo Blikstein, líder do TLTL e professor da Universidade de Columbia.
Eles consideram o uso da tecnologia essencial para acompanhar a aprendizagem dos estudantes e oferecer experiências inovadoras para reduzir os índices de evasão escolar. No artigo, o grupo cita o exemplo dos laboratórios de robótica que criaram e foram implantados em Sobral (CE).
Para que esse não seja um caso isolado, eles defendem a criação de uma política nacional que oriente as escolas sobre como usar melhor a tecnologia na educação. E explicam quais são os três pontos fundamentais para que isso aconteça.
Formar mais gente em tecnologia
Para os autores do artigo, é preciso investir em ações para formar mais profissionais em ciência e tecnologia e compartilhar com trabalhadores os meios para que possam produzir soluções tecnológicas —inclusive os professores.
Rever a formação de professores
A tecnologia, sozinha, não garante a qualidade da educação, apontam os especialistas. Por isso, eles propõem usar a tecnologia para diversificar as atividades e práticas pedagógicas. O foco deve estar em criar “sequências didáticas focadas em grandes ideias, e não na tecnologia em si”. Os professores, portanto, precisam ser educados para saber qual é a ferramenta adequada para cada momento pedagógico.
Deixar de lado o que não dá certo
Olhar para o futuro significa deixar de fazer o que não vem dando certo. “Pesquisas mostram claramente que ações isoladas e tecnocêntricas não funcionam, como a distribuição em massa de tablets e chips de celular ou a aplicação simplista de softwares”, escrevem os pesquisadores. “Não se ‘aprende na internet’; o professor guia o aprendizado.”