História do chocolate: você sabe como era a primeira receita?

O mais querido derivado do cacau nasceu na América Central e logo se tornou uma iguaria divina; mas será que era doce ou amargo?

Um teste para ver quem realmente conhece a história do chocolate: você sabe qual foi sua primeira receita? Pois o iFood News traz uma revelação para os chocólatras de plantão: ela não era nada doce.

Se hoje em dia tanta gente considera o chocolate um verdadeiro manjar dos deuses, esse status divino já era evocado quando a iguaria surgiu, há quase 5.000 anos, na região da América Central e do México.

Afinal, os maias, uma das primeiras civilizações a usar o cacau para fazer chocolate (ou melhor, xocolatl), ofereciam esse alimento aos deuses e o reverenciavam. O xocolatl também era consumido na hora de concluir transações importantes.

No entanto, esse derivado da fruta do cacaueiro tinha muito pouco a ver com as formas como o conhecemos hoje.

Nada de tabletes, bombons ou barras: o xocolatl era uma bebida, feita de uma combinação que faz sucesso até hoje, o chocolate com pimenta.

Sim, isso mesmo. A pimenta fazia parte da primeira receita de xocolatl, junto com a amêndoa do cacau torrada e moída, água e farinha de milho. O resultado era uma bebida amarga, daí o nome xocolatl, que significa “água amarga”.

Os maias, na verdade, não foram os pioneiros na história do chocolate. Eles herdaram a receita de uma das civilizações mais antigas da América: os olmecas, os primeiros a fazer chocolate para beber a partir da planta do cacau, há cerca de 5.000 anos.

Outra civilização antiga, a dos astecas, também caiu de amores pela bebida. Aliás, eles acreditavam que ela era mesmo um presente dos deuses. Além disso, usavam amêndoas de cacau como moeda de troca —e ela era considerada mais valiosa do que o ouro. Isso aconteceu por volta do século 7.

Europa: um novo capítulo na história do chocolate

Com a colonização da América por países europeus, o cacau chegou ao Velho Continente, onde a receita do xocolatl mudou, transformando-o no chocolate que hoje conhecemos.

O cacau aportou na Espanha em 1585. Aos poucos, as plantações de cacaueiros foram surgindo no continente, cultivadas por mão de obra escravizada.

Não demoraram a aparecer também as casas de chocolate, em cidades como Londres e Amsterdã. Mas a bebida amarga original ganhou um sabor adocicado graças à adição do açúcar da cana, além de canela e de outras especiarias —os ingredientes trazidos do “Novo Mundo”.

A história do chocolate não parou por aí. A receita ainda mudaria no século 19, quando o leite entrou nessa composição. Em 1847, o chocolateiro britânico JS Fry and Sons criou a primeira barra de chocolate, esculpida a partir de uma pasta constituída de açúcar, licor de chocolate e manteiga de cacau.

A volta do amargo

O mundo dá mesmo suas voltas. Não só o chocolate com pimenta voltou à pauta nos últimos anos – virou até nome de novela – como a classificação de amargo passou a ser cada vez mais associada a um chocolate de qualidade, com benefícios para a saúde.

Com propriedades antioxidantes, o chocolate com alto teor de cacau – e menores quantidades de leite e açúcar – pode ser um aliado para controlar a pressão sanguínea e estabilizar os níveis de colesterol e glicose no organismo.

Seja qual for o sabor do chocolate, o cacau segue em alta no Brasil, que é o 7º maior produtor do mundo —e também o 7º maior exportador do produto e de seus derivados, segundo a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Para celebrar esse fruto, por aqui celebramos o Dia do Cacau em 26 de março, e a data foi instituída justamente para promover debates sobre os cacaueiros do Brasil.

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