Quem disse que homem não deve combater o machismo? Ou que as pessoas brancas não precisam agir quando veem uma situação de racismo? Essas e outras discussões de diversidade não são restritas aos grupos que são alvos de discriminação.
É papel das pessoas aliadas —que não pertencem aos grupos sociais minorizados— tomar consciência desses temas e se engajar na solução do problema. Como fazer isso no dia a dia do trabalho? Confira sete dicas do colunista da Fast Company ‘LG’ Lo-Buono, especialista em DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão) para organizações, diretor-geral da iO Diversidade e fundador da consultoria Pulsos.
Declare sua identidade
Quando você se apresentar em uma reunião ou em um encontro, diga se é homem, mulher cis, trans, uma pessoa branca, negra, pai ou mãe. Isso transmite uma mensagem importante: você não acha que a sua identidade é o padrão universal.
Quem se declara um homem cisgênero, por exemplo, deixa claro que entende que a cisgeneridade e a branquitude não são a norma e que uma pessoa trans ou negra não é “a outra” que está fora desse “padrão”. É importante demonstrar sua compreensão sobre o que as suas identidades querem dizer.
Dica: não precisa dizer que você é uma pessoa privilegiada, pois identificar-se como uma branca/cis/heterossexual sem deficiências já deixa isso implícito. Verbalizar o privilégio pode acabar reforçando sua existência.
Fale para todos, não para o minorizado
Quando der uma opinião ou contar uma história ou aprendizado que envolva um grupo minorizado, não direcione o olhar para a pessoa na sala que representa esse grupo (como um colega negro ou com deficiência). Esses temas não são importantes apenas para essas pessoas, e sim para todas as que estão presentes, então fale olhando para todos.
Pare, ouça, aprenda
Se você é uma pessoa cis, branca e sem deficiência, provavelmente se acostumou a ser ouvido/a quando fala —e a não ser questionado/a. No papel de aliado/a, é preciso descer desse pedestal.
Quando você começar a entrar nas conversas sobre diversidade e inclusão, entenda que, enquanto você aprende sobre o tema, vai falar alguma besteira e alguém vai te corrigir. Em vez de se irritar, escute essas pessoas (e se acostume com os questionamentos, ninguém está livre deles).
Distribua o protagonismo
Quem está em posição de privilégio em geral tem o protagonismo em projetos, reuniões e apresentações. Se em geral você percebe que é a pessoa que fala enquanto os outros escutam, mude de atitude.
“Será mesmo que você precisava ter dominado aquela reunião sobre um tema que sua colega lésbica saberia conduzir perfeitamente bem? Será que devia ter puxado (mais uma vez…) a decisão final naquele projeto que o colega negro já tinha tanta clareza de contexto?”, provoca o colunista.
Defenda as pessoas
Em uma situação de discriminação, nem todo mundo se sente confortável em reclamar ou se defender e pode precisar de ajuda. Auxilie colegas que tenham denunciado essas agressões e acompanhe a solução. “Um dos papéis mais úteis de pessoas aliadas é não ignorar situações reais de discriminação vivenciadas por outras pessoas no ambiente de trabalho”, escreve o colunista.
Pergunte os pronomes
Quando for conduzir uma entrevista de emprego, pergunte à pessoa candidata: “como eu posso te chamar e quais pronomes eu devo usar?”. Dessa forma, você deixa pessoas trans e não-binárias mais à vontade —e incentiva a inclusão se estiver falando com alguém cis, pois dessa maneira essa pessoa que não está acostumada a identificar sua cisgeneridade aprende que essa etapa é fundamental para uma cultura mais inclusiva.
Busque diversidade em novos parceiros
Se você perdeu aquela briga para contratar uma mulher preta, não desanime. “Que tal, então, procurar produtoras pretas para o próximo serviço externo?”, sugere o artigo. Pense em mais maneiras de incentivar a diversidade e a inclusão no seu trabalho ao escolher fornecedores e parceiros, por exemplo.