Arquitetos criam casa para morar em Marte sem sair da Terra

Projeto inovador foi construído na Inglaterra para gerar reflexões sobre o nosso futuro no planeta

Morar em Marte ainda não é uma realidade, mas a versão de uma casa para habitar o planeta vermelho já existe aqui na Terra —mais especificamente em Bristol, na Inglaterra, informa a Fast Company Brasil

Essa “Casa Marciana” foi criada pelas artistas Ella Good e Nicki Kent com um objetivo diferente do que se imagina. Com uma arquitetura realista, distante da imagem fantasiosa da vida extraterrestre, a proposta é usar “a hipótese de mudar para Marte como uma forma de refletir sobre nossas vidas aqui na Terra, questionando como vivemos agora e como gostaríamos de viver no futuro”, explicam as artistas.

O projeto foi desenvolvido em parceria com as empresas de arquitetura e design Pearce+ e Hugh Broughton Architects (que já criou várias estações de pesquisa científica na Antártida). Cientistas espaciais foram consultados sobre as condições climáticas em Marte e como isso poderia impactar no projeto.

Além dos profissionais, o público também teve a chance de opinar sobre a Casa Marciana durante workshops realizados em Bristol, em que pessoas podiam sugerir o que acreditavam ser importante existir na habitação.

Como é a casa?

Dividida em dois andares, a casa, toda movida a energia solar, possui dormitórios para duas pessoas e um “banheiro marciano” no subsolo. Já no andar superior, feito com material inflável, fica uma cozinha compacta e a “sala de estar hidropônica”, cheia de plantas. 

Hugh Broughton, diretor de uma das empresas de arquitetura responsáveis pelo projeto, explica a importância da vegetação: “elas são criaturas vivas – precisam de cuidados, e podemos nos alimentar delas”. Ele também afirma que o cuidado que demandam é outro fator fundamental para a habitação extraterrestre. “É muito terapêutico, especialmente em um ambiente alienígena”, explica.

O andar superior da casa, que possui janela e claraboia, é feito com revestimento dourado, que ajuda a manter uma temperatura agradável no interior. A ideia seria preencher as paredes internas com um material encontrado em território marciano, que contribuiria na sustentação e no isolamento do ambiente interno. Mas, na exposição em Bristol, ele é preenchido com ar.

Apesar de a proposta trazer soluções técnicas para os muitos desafios que uma mudança para Marte apresenta, o projeto quer instigar a reflexão sobre a vida na Terra a partir da imaginação dos visitantes sobre como seria morar em uma casa no planeta vermelho. “Tenho certeza de que há falhas técnicas, ou que alguém certamente diria ‘as dimensões do foguete são essas e sua casa não seria assim’, mas esse não é o objetivo”, afirma Broughton.

Localizada ao lado do Museu M Shed, a Casa Marciana fica aberta para visitantes em Bristol por cinco meses, com uma série de palestras e workshops sobre vida sustentável. Confira mais detalhes sobre a casa neste vídeo

Esse conteúdo foi útil para você?
SimNão

Publicações relacionadas