De tempos em tempos, circulam por aí alguns mitos sobre os ganhos dos entregadores que atuam na plataforma do iFood.
É verdade que a empresa cobra uma taxa dos entregadores para uso do aplicativo e fica com uma parte do que eles recebem pela entrega? Será que a minha gorjeta vai 100% para eles? E, afinal, os entregadores ganham menos do que um salário mínimo?
Se você já ouviu alguma dessas perguntas por aí, é hora de saber qual é a real. O iFood News esclarece, a seguir, três mitos sobre os ganhos dos entregadores. Confira!
O iFood cobra taxa do entregadorㅤㅤㅤㅤ
MITO
O iFood não fica com nenhum percentual do que o entregador ou a entregadora recebe para fazer a entrega. Os ganhos em cada rota são informados no app do entregador e vão 100% para eles.
Muita gente pode se confundir porque este é o modelo dos aplicativos de transporte, no qual você paga um valor pela corrida e a empresa fica com um percentual do valor que os motoristas recebem.
No iFood é diferente. A taxa de entrega que você vê no app não é igual ao que o entregador ou a entregadora vai ganhar pelo serviço de delivery.
Isso porque o ganho do entregador ou da entregadora é calculado de acordo com a sua rota.
Esse cálculo se baseia principalmente em fatores como:
- Coleta: quantas vezes o entregador ou a entregadora faz paradas para pegar um ou mais pedidos.
- Entrega: número de entregas feitas na mesma rota.
- Distância: quilômetros percorridos desde o aceite até a entrega final.
E tem mais: quando esse cálculo dá menos de R$ 6,50 ou R$ 1,50 por quilômetro rodado —os valores mínimos pago por rota e quilometragem, respectivamente—, o iFood completa a quantia para chegar esses mínimos.
Além desses fatores, existem outros componentes extras na remuneração dos entregadores, como promoções e taxas por tempo de espera.
- Saiba mais sobre o cálculo dos ganhos dos entregadores
O entregador não recebe 100% da gorjeta
MITO
O iFood não mexe na gorjeta: o valor que você escolhe no aplicativo é integralmente repassado aos entregadores.
O entregador ou a entregadora recebe as gorjetas por meio de uma transferência bancária, feita junto com o repasse referente às entregas realizadas.
Se não aparecer no aplicativo a opção de dar gorjeta, não é bug, não. É porque você só pode dar gorjeta pelo aplicativo para entregadores e entregadoras que estão cadastrados na plataforma do iFood.
Por isso, a opção de dar gorjeta não aparece se esse profissional trabalhar para o estabelecimento cadastrado no iFood. Hoje mais de 60% dos pedidos são entregues nesse modelo, com entregadores de fora do iFood.
Entregador ganha menos que o salário mínimo
MITO
Os entregadores e as entregadoras que estão no app do iFood, na verdade, têm uma remuneração acima do salário mínimo nacional por hora.
A cada semana, os entregadores que estão no app do iFood costumam trabalhar entre 13 e 17 horas, menos do que a típica jornada de 44 horas semanais de quem é contratado seguindo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Isso acontece porque, no iFood, o delivery funciona com picos de demanda (por exemplo, no almoço e no jantar).
Portanto, se considerarmos um cenário de 20 horas trabalhadas por semana (metade da jornada CLT), os entregadores e as entregadoras tinham renda líquida de R$ 807 a R$ 1.325 em 2022, ano em que essa pesquisa de ganhos foi feita pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Ou seja, mesmo considerando a jornada menor, sua remuneração líquida alcança o salário mínimo nacional naquele ano —que era de R$ 1.212 e foi reajustado para R$ 1.412 em 2024.
Agora, se fizermos esse cálculo para um cenário de 40 horas semanais de trabalho, o ganho líquido dos entregadores varia entre R$ 1.980 e R$ 3.039.
Os entregadores e as entregadoras que estão no app do iFood também têm uma remuneração acima da média do mercado para pessoas com a mesma escolaridade, que é de R$ 1.812, de acordo com a PNAD 2022.