Com a chegada da pandemia, a maioria dos brasileiros mudou seus hábitos de deslocamento nas cidades. Em capitais como São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, metade da população deixou inclusive de se deslocar para cumprir suas tarefas de rotina, segundo dados da pesquisa realizada entre março e setembro de 2020 pelo Centro de Excelência BRT+, com apoio do WRI Brasil. A fuga das aglomerações, por outro lado, impulsionou a demanda por serviços particulares de transporte e abriu também as portas para um dos modais mais sustentáveis e acessíveis financeiramente: a bicicleta.
De acordo com o levantamento do NZN Intelligence em parceria com o Estadão Summit Mobilidade Urbana, 31,6% dos brasileiros passaram a se deslocar de bicicleta ou a pé após o início da pandemia. O uso de automóveis, por sua vez, cresceu 17% no país entre janeiro de 2020 e setembro de 2021, conforme revelou a Apple em um estudo comparativo.. Já o transporte coletivo, que era utilizado por mais de 40% da população, teve uma queda de 15% no número de usuários, segundo a pesquisa do Centro de Excelência BRT+.
“O ‘novo normal’, provocado pela pandemia, tirou as pessoas de seus lugares de conforto e as fez repensar suas escolhas. Com cidades mais vazias, por exemplo, essas pessoas passaram a ir mais a pé ou de bicicleta para os locais. No entanto, apesar do despertar para uma mobilidade mais ativa, também vimos o esvaziamento do transporte público, sendo substituído pelo transporte privado’’, enfatizou Maína Celidonio, secretária municipal de Transportes do Rio de Janeiro, durante o Summit Tembici 2021, um dos principais eventos sobre Mobilidade no país.
No paralelo, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que a contaminação em ambientes fechados era muito maior do que ao ar livre, observou-se uma tendência de investimento das cidades nesta segunda opção, o que direcionou os holofotes para as possibilidade em torno da bicicletas como modal alternativo, bem como para a necessidade de se buscar melhores condições para os transeuntes. “Fortaleza, por exemplo, conseguiu aumentar bastante o número de rotas cicláveis na cidade; mas eu concordo que há uma parcela dos usuários que deixou de usar o transporte público para migrar ao privado”, comentou Lorena Freitas, Coordenadora de Gestão de Mobilidade no ITDP Brasil.
Saiba mais sobre a mobilidade urbana no Brasil.
Alternativas de mobilidade que vêm ganhando espaço
1- Tire a poeira da bicicleta e use-a!
Se você é uma pessoa que usa a bicicleta esporadicamente ou apenas em situações específicas de lazer, uma boa ideia é tentar inseri-la em outros momentos do seu cotidiano. Aproveite as ciclovias disponíveis em sua cidade.
2- Caronas colaborativas
Quando possível, combine carona com alguém que trabalha com você ou que vai para a mesma região da cidade (seguindo todos os cuidados com máscaras de proteção individual e álcool em gel).
3- Boa e velha caminhada
Bairros onde a população consegue encontrar tudo – ou quase tudo – oferecem uma solução econômica para todos, além de ser mais inteligente para o meio ambiente. Com padarias, escolas e supermercados perto, por exemplo, é possível locomover-se a pé ou usando modais não poluentes com maior frequência.
O evento, realizado em 16 de setembro, contou ainda com a presença de Ana Valéria Borges, da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém; Tomás Martins, Co-fundador e CEO na Tembici; e João Lacerda, Profissional de comunicação digital e políticas públicas, como mediador.
iFood Pedal é alternativa não poluente para o delivery
A busca por modais sustentáveis e que tragam eficiência à logística da operação está entre as metas do iFood. Entre eles, destaca-se a bicicleta – protagonista do iFood Pedal, programa de bikes compartilhadas do iFood para entregadores. A iniciativa, em parceria com a Tembici (empresa de tecnologia referência em micro mobilidade e soluções para espaços urbanos), inclui também o curso “Pedal Responsa” para desenvolvimento pessoal e profissional de quem usa a bike no delivery.
Em 2020, o iFood Pedal foi reconhecido na categoria “Inovação do Ano” no prêmio Estadão Mobilidade. No último mês de agosto, o programa somou 182 mil pedidos, evitando a emissão de 54 toneladas de CO2 na atmosfera.
Além do investimento no modal bike, o iFood também investe no desenvolvimento de drones — só no primeiro semestre de 2021, foram mais de 300 entregas com o modal não poluente — e, o robô Ada, 100% elétrico e sustentável.