Fabricio Bloisi: os 4 princípios do iFood para crescer rápido

O CEO revela, em seu canal no YouTube, as estratégias
que norteiam a cultura da empresa

Quando fundou a empresa Movile (hoje acionista majoritária do iFood), Fabricio Bloisi estava em uma salinha da incubadora de empresas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ao lado de um sócio, Eduardo Henrique. Hoje, quase 24 anos depois, o grupo tem mais de 6.000 funcionários em dez empresas, como o iFood, a Sympla e a PlayKids.


“O que faz o iFood ter nascido como uma startup de dois sócios e hoje ter 5.000 funcionários é a gente sonhar muito grande, ter as melhores pessoas e ser ambidestro, ou seja, ser extremamente criativo, inovador e ágil e, ao mesmo tempo, ter disciplina para organizar a comunicação para continuar crescendo”, conta Fabricio no segundo vídeo de seu canal no YouTube.


Neste vídeo, ele fala sobre a cultura de crescimento da Movile e do iFood. “Agora é hora de criar grandes empresas para o Brasil”, afirma o CEO do iFood. “Isso faz com que a gente gere mais valor aqui, mais investimento e mais conhecimento, que pode e deve ser usado para reduzir desigualdades históricas, aumentar a inclusão, melhorar a educação e o meio ambiente.”


Fabricio desmistifica a ideia de que o sucesso do iFood aconteceu porque ele teve uma ideia genial e captou investimento para crescer muito. “Não é assim que funciona fundar uma startup. Eu não tive uma ideia, tive mil ideias. E, de longe, não foi só o Fabricio: foram pessoas que se comportaram como donos, tanto quanto eu, e que fizeram dar certo.”


Ele reforça que tão importante quanto ter uma ideia é saber como lidar com ela e criar disciplina para transformá-la em realidade. “Nada na história do iFood foi ‘ideia’ e ‘deu certo’. Tudo foi ‘ideia’, testamos, erramos, melhoramos, muitos problemas, quase quebramos, deu tudo errado, opa, descobrimos como fazer isso dar certo.”


Ele lista os quatro princípios da cultura do iFood que fazem o negócio dar certo: pensar grande, empoderar pessoas, inovar sempre e ter disciplina.


Pensar grande
De nada adianta olhar para os grandes empreendedores do passado e invejar a ideia ou a visão que eles tiveram, diz Fabricio. “As melhores ideias, que vão gerar grandes impactos para transformar o mundo, estão à frente, nos próximos cinco ou dez anos. As tecnologias vão mudar mais ainda nos próximos anos, e essa pode ser a oportunidade que eu preciso para ter a próxima grande ideia.”


Ele dá alguns exemplos. Um deles é a inteligência artificial. “A empresa onde você trabalha hoje vai ser completamente transformada pela inteligência artificial. No iFood, ensinamos o computador a aprender e a fazer o negócio funcionar melhor.” Outros exemplos são a demanda por energia mais sustentável e o surgimento da Web 3 (com criptoativos e criptomoedas) e do metaverso.


“Pense grande: saiba que existe oportunidade para repensar como todo o mundo dos negócios funciona. Como você vai fazer isso?”, provoca o CEO. “Além de sonhar grande, a gente coloca aquele sonho em uma meta que todo mundo conhece, todos com uma data. Nós acreditamos mesmo que sonhar grande é sonhar com resultado, inovação e com propósito.”


Empoderar pessoas
No iFood, não é só a empresa que corre atrás do sonho grande: cada pessoa é estimulada a fazer o mesmo. “Vejo na prática a diferença que faz trabalhar com pessoas apaixonadas. Não é o Fabricio que faz a empresa funcionar. São as pessoas que estão realmente comprometidas com esses sonhos”, afirma o CEO.


Para ele, o que faz a diferença para crescer rapidamente é contar com gente muito boa e apaixonada para fazer a empresa se desenvolver. “Eu quero te desafiar”, diz Fabricio. “Você está em um lugar que tem as melhores pessoas? Você olha para o lado e pensa que seus colegas são muito bons, te inspiram, você tem orgulho de estar ali e aprende a cada dia com essas pessoas?”


Ele conta que incentivar as pessoas a serem cada vez melhores dá resultado. “A gente cobra todo mundo para se desenvolver o tempo todo. É preciso contratar as melhores pessoas, apaixonadas, que querem dar o máximo, construir aquele propósito. E investir nelas, desenvolver, treinar e empoderar. O papel do líder não é aprovar e mandar. É empoderar gente muito boa para chegar aos resultados.”


Outro ponto importante para Fabricio é encarar os fatos brutais, uma expressão que ele empresta do autor estadunidense Jim Collins, especializado em crescimento das empresas. “Vem do Paradoxo de Stockdale, que diz o seguinte: eu vou ser otimista, no final vai dar certo. Mas vou encarar os fatos brutais da realidade corrente. No iFood, somos muito sinceros em falar o que está ruim. É por isso que a gente melhora o tempo inteiro. Preciso de pessoas que estejam abertas para ouvir críticas para amanhã fazer melhor.”


Inovar sempre
Outro segredo para crescer em um ambiente de inovação, segundo Fabricio, é ser uma empresa ágil, que segue os princípios de lean startup. “É fazer planos para esta semana, colocar metas para os próximos dias, mesmo com planejamento de longo prazo.”


Nessa cultura, a inovação nasce e se aprimora pelo trabalho constante. “Para resolver problemas, testamos coisas novas, vemos o resultado e na semana seguinte testamos de novo, revemos resultados, para iterar, melhorar e aprender muito rápido”, conta Fabricio. “Aprendemos o tempo inteiro, estamos sempre formulando novas hipóteses e vendo resultados com velocidade e agilidade. Abrace a mudança, teste. Se der errado, ajuste até dar certo.”


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Ter disciplina
O pensamento ambidestro elogiado por Fabricio significa aliar a criatividade para ter ideias e soluções à disciplina para transformar tudo isso em realidade. “Disciplina significa conseguir fazer um plano, colocar objetivos em cada etapa, alinhar com o time semanalmente ou mensalmente e ter clareza do que não funcionou ou funcionou”, diz.


Ele ressalta que disciplina não significa mandar todo mundo seguir as regras de um plano. “O plano é claro, o objetivo é claro e a gente tem que ter disciplina para comunicar isso para todo mundo. Não ter disciplina faz com que algumas startups não consigam crescer e se tornar grandes empresas, porque falta capacidade de se organizar para manter aquele crescimento.”


Seguir esses quatro princípios, conta Fabricio, foi mais importante do que ter uma ideia ou captar dinheiro para o iFood crescer. “São eles que vão continuar fazendo a gente dar certo nos próximos cinco ou dez anos. Espero que eles sejam úteis para os seus planos também.”


Para conhecer melhor o CEO do iFood, assista também o vídeo no qual ele conta sua história —você também pode se inscrever no canal para saber mais sobre o que ele tem a dizer sobre gestão e liderança, inovação e tendências de mercado, entre outros temas (assim você recebe notificações sobre os novos vídeos).


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