Uma jornalista me perguntou, recentemente, o que era preciso para ser um profissional de inovação. Respondi que, para começarmos essa conversa, era preciso entender que essa não é uma área de uma empresa, e sim uma forma de pensar e agir. “Então por que o equívoco, tão comum?”, ela continuou. Simples: muitas empresas e empreendedores acreditam que inovar não é seu core business.
Inovação é deixar as pessoas livres para pensar e fazer diferente, independentemente de se o objetivo é fazer algo novo ou melhorar aquilo que já existe. Inovar é preciso.
E não sou (só) eu quem está dizendo isso. Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que, para 83% dos entrevistados, inovar será essencial para crescer — ou mesmo sobreviver — no cenário pós-pandemia. O levantamento, divulgado em julho de 2021, ainda mostra um cenário de otimismo, porém com entraves: 92% das empresas informaram que inovam, mas apenas 37% dizem ter um orçamento específico para isso.
Aqui, gostaria de abrir um parêntese. Para inovar, a mudança de cultura e de mentalidade é um propulsor mais poderoso do que o dinheiro. As organizações (sejam elas veteranas ou startups) devem ter entre seus valores a busca incessante pelo novo, e isso deve estar extremamente claro para todos. Nos processos de reconhecimento e promoção, os erros não devem ser motivo de punição, e sim um incentivo ao aprendizado.
Pessoas empoderadas inovam. Pessoas não empoderadas fazem o que pedem a elas. Por isso é tão importante incentivar o time a arriscar, tentar descobrir melhores formas de fazer, sem medo de errar. A inovação anda de mãos dadas com a tolerância e o incentivo à experimentação, onde existe o risco do erro e não se procuram culpados.
No iFood, gostamos de pensar que tudo muda e tudo vai mudar. Então, se não estamos criando algo novo, algo está errado. A forma como as pessoas pedem comida hoje é muito diferente de como elas pediam ontem. E amanhã vai ser diferente de novo. Precisamos nos antecipar a isso.
Nossa cultura de “adultos responsáveis” faz com que tenhamos inovação em todas áreas, do RH à ponta final do negócio. Esse é um termo muito comum no iFood, que combina autonomia e baixa complacência. As pessoas têm MUITA autonomia para fazer o que acham que deve ser feito. Erramos tentando fazer o certo, e o certo é o que é melhor para o nosso ecossistema: o iFood, o entregador, o restaurante e os nossos colaboradores.
Finalizei a entrevista deixando três palavras-chave, que acredito que são essenciais para qualquer ambiente inovador, e que resumem bem este artigo: autonomia, alinhamento e responsabilidade. Para o iFood, que pretende alimentar o futuro do mundo, estamos no melhor caminho: o da inovação.