Movimento apoiado pelo iFood beneficiou milhares de pessoas em todo o país
Uma em cada quatro pessoas no Brasil tem na mesa menos comida do que precisa para se alimentar no dia, aponta uma pesquisa realizada pelo Datafolha em março de 2022. E mais da metade (55%) dos brasileiros é afetada por algum grau de insegurança alimentar, de acordo com o último levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), no final de 2020.
“Estamos passando por uma grave crise humanitária, e faltam políticas públicas para a segurança alimentar no país. Uma alternativa para reduzir a fome no Brasil, hoje, é a mobilização da iniciativa privada para a redistribuição de alimentos”, comenta Alcione Silva, fundadora e CEO da Connecting Food, um negócio de impacto social que leva os alimentos excedentes da indústria, do varejo, de distribuidores e dos restaurantes a organizações sociais e bancos de alimentos para serem doados.
Foi dessa forma que mais de 1.800 toneladas de alimentos foram doadas em todo o país pelo movimento Todos à Mesa. Lançada no último trimestre de 2021, essa iniciativa reúne iFood, Connecting Food, Bauducco, Carrefour Brasil, Danone, Camil, DPA, M. Dias Branco, Nestlé e Lopes Supermercados.
“Queremos envolver mais indústrias e varejistas nessa iniciativa, e estamos abertos para receber novos parceiros para aumentar ainda mais o impacto positivo desse movimento”, afirma João Barreto, diretor de Sustentabilidade do iFood.
A fórmula da redistribuição da comida é simples: identificar nas empresas a quantidade de alimentos excedentes —que perderam seu valor comercial mas estão próprios para o consumo humano—, implantar um processo de doação e levá-los a organizações da sociedade civil ou a bancos de alimentos para que sejam doados de forma segura em todo o país.
O que pode ser doado?
Na indústria, por exemplo, as doações vêm dos produtos que costumam sobrar quando há alguma falha na produção ou na embalagem, quando o pedido é cancelado pelo cliente ou quando os alimentos estão perto da data de vencimento e não há mais tempo hábil para chegar até o varejo. “Esses alimentos geralmente são direcionados a bancos de alimentos, que fazem a redistribuição”, explica Alcione.
Já no varejo, frutas, legumes e verduras são trocados diariamente, então os alimentos imperfeitos ou mais maduros são descartados, ainda que estejam aptos para o consumo. O que não será aproveitado, portanto, pode ser doado. “Frutas e vegetais representam 90% dos alimentos desperdiçados”, comenta Alcione. “No varejo, as doações costumam ser diárias, para chegar mais rápido às pessoas.”
Qualquer empresa pode doar alimentos excedentes, desde que não estejam vencidos ou estragados. Se antes não havia lei autorizando ou regulando a doação, desde abril de 2020 a Lei 14.016 traz as regras para isso e exime os doadores de alimentos de responsabilidade civil ou legal sobre a doação. “É possível doar de forma segura, controlada, seguindo todas as normas sanitárias e jurídicas bem estabelecidas”, afirma Alcione.
Quer saber mais ou participar do Todos à Mesa? Acesse o site do movimento!
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