Estudo mostra que iniciativas adotadas pelas empresas a favor do meio ambiente são consideradas pelo consumidor na hora de decidir por uma compra
As práticas de ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) estão deixando de fazer parte do mundo corporativo e passando a ser percebidas pelos consumidores, em especial as iniciativas mais ligadas ao meio ambiente. É o que mostra o estudo feito pela agência Lew’Lara/TBWA, em parceria com a DCode.
Em sua primeira edição, o ESG Consumer Index entrevistou 2 mil pessoas para entender melhor a assimilação dos consumidores sobre as iniciativas de ESG de 160 marcas brasileiras. E o que se descobriu foi que, pra muita gente, as práticas em prol do meio ambiente são mais determinantes no processo de escolha de compra do que aquelas voltadas para os outros pilares da sigla.
Para 42% dos entrevistados, as iniciativas ligadas ao meio ambiente são muito importantes no momento de tomada de decisão. O pilar social aparece em segundo lugar, com 32% das menções, enquanto o pilar governança, entendido como ética e honestidade nos negócios, foi respondido por 25% das pessoas (números arredondados).
Apesar da análise do público ser mais voltada para as ações e investimentos voltados à prática ambiental, os entrevistados da região sudeste, mostra o Meio e Mensagem, citaram a governança como o fundamento mais importante da sigla ESG.
O que é ESG
ESG é a sigla em inglês para Enviromental (ambiental), Social (social) e Governance (governança). A primeira letra da sigla refere-se às práticas de uma instituição voltadas a diminuir a influência humana no meio ambiente. A segunda letra diz respeito à responsabilidade social da entidade e como a sua atuação impacta positivamente a sociedade. A terceira está relacionada à política da empresa ou entidade e geralmente é associada a questões éticas.
A sigla surgiu em 2004 a partir de uma publicação do Pacto Global chamada Who Cares Wins (Quem se preocupa vence, em tradução livre). “Atuar de acordo com padrões ESG amplia a competitividade do setor empresarial, seja no mercado interno ou no exterior. ESG nada mais é do que a própria estabilidade empresarial”, explica o site do Pacto Global Rede Brasil.
O interesse pelo assunto e a “furada de bolha” é resultado do boom de conteúdos e menções à sigla nos últimos tempos. No ano passado, mostra o Valor Econômico, a busca pelo termo ESG triplicou no Google, sendo o Brasil o país latino americano que mais pesquisou sobre o tema.
Beleza: o setor e as marcas que os consumidores mais conectam ao tema
O estudo criou um ranking de setores e marcas mais envolvidos com a questão ESG, segundo a percepção desses entrevistados. A publicação faz a ressalva de que o objetivo do estudo não é uma avaliação ou auditoria das práticas, mas sim uma análise simplificada a partir da percepção dos consumidores.
As categorias mais conectadas ao tema são, pela ordem: beleza, bancos, não-alcóolicos, limpeza, eletrodomésticos, moda, big techs, corporate, personal care e varejo.
Para os consumidores, diz a Época Negócios, “as práticas ESG estão ligadas a um propósito e a um posicionamento consistente das marcas”. Entre as empresas mais associadas pelos compradores às práticas ESG estão três do segmento beleza: Natura, O Boticário e Avon.